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Everton Vieira Vargas

Ex-embaixador do Brasil na Alemanha (2009-2013); na Argentina (2013-2016); e junto à União Europeia (2016-2018). Foi subsecretário-geral de Assuntos Políticos do Itamaraty (2007-2009). Formado pelo Instituto Rio Branco (1977), é doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília (2001). É autor de O Legado do Discurso (Brasília: Funag, 2007).


Brasil tem pressa na pauta do meio ambiente e mudança do clima

Everton Vieira Vargas 23 dezembro 2022

O embaixador Everton Vieira Vargas considera que o mundo de 2023 é mais complexo, incerto e violento do que há 20 ou 30 anos. Em sua visão, a rivalidade entre EUA e China é distinta da competição que marcou a Guerra Fria entre Washington e Moscou. Ele pondera que ambos os lados precisam proteger seus interesses nacionais e, ainda, colaborar em temas de interesse mútuo, como meio ambiente e mudança do clima. As duas potências estão entre os maiores parceiros do Brasil, tanto no plano econômico-comercial quanto no dos investimentos. Desta forma, será crescente o interesse brasileiro pela mesma pauta do ambiente e do clima, tão presente para ambos.

Interesse Nacional e Ação Diplomática

Os historiadores do futuro certamente olharão para a segunda década do século XXI como momento de inflexão nas convicções que balizaram a vida em sociedade e a relação entre os Estados. As mudanças ocorridas provocaram desafios abertos à ordem internacional vigente desde o final da Segunda Guerra Mundial e ajustada com o fim da Guerra Fria e com a dinâmica da globalização.

A Mudança do Clima na Perspectiva do Brasil

Nenhum assunto merece mais atenção, hoje, em escala global, do que a mudança do clima. O motivo é claro: a ciência confirma evidências do aquecimento global bem como o fato de que ele decorre significativamente da ação do homem. Os relatórios do International Panel on Climate Change, de 2007, são explícitos: as emissões históricas de gases de efeito estufa, geradas pelos países desenvolvidos desde a Revolução Industrial, e, sobretudo, derivadas do uso de energia fóssil, são as principais responsáveis pelo aumento das concentrações daqueles gases na atmosfera; e a manutenção ou o aumento dos níveis atuais de emissão acarretarão alterações ainda maiores no sistema climático.