Daniel Buarque: Mesmo sem Trump e Bolsonaro, populismo continua ameaçando a democracia

Mobilização do trumpismo e do bolsonarismo mesmo sem seus líderes indica que a onda populista se mantém e pode voltar ainda mais extremista do que antes. Para o cientista político Daniel Drache, a democracia liberal, a ordem constitucional e o Estado de Direito continuam sob ataque em muitos países, e é preciso estar alerta
Daniel Buarque: Contraste com Bolsonaro pode ajudar Lula a abrir portas para o Brasil no mundo

Apesar do impacto negativo do ex-presidente na imagem do Brasil e na sua projeção internacional, a comparação entre ele e o novo governo pode gerar boa vontade entre potências ocidentais e ajudar o país a conseguir reconhecimento e um papel importante na política global. Para o pesquisador britânico Paul Beaumont, Bolsonaro pode até acabar gerando um saldo positivo para o prestígio do Brasil
Jacob Shively: Lula enfrentará pressão para escolher lado em disputas internacionais

Presidente eleito deve ter uma ação mais engajada retórica e diplomaticamente, mas o contexto internacional de competição entre grandes potências vai ser um desafio para a ambição de inserir o país em questões globais, avalia o professor de relações internacionais na University of West Florida.
Sean Burges: Com Lula, Brasil volta a usar política externa para avançar agenda doméstica

Novo governo assume após ‘hiato’ da diplomacia brasileira e vai enfrentar contexto global complicado por guerra na Europa e disputas entre EUA e China. Para o professor de relações internacionais na Universidade de Carleton, no Canadá, o Brasil pode voltar a trabalhar para assumir um papel de liderança do Sul Global para ganhar voz internacional e ajudar a promover o desenvolvimento interno
Benjamin Junge: Falta de diálogo em eleição polarizada é ruim para a democracia

Aumento da violência política no país reflete o avanço do discurso autoritário em uma sociedade contraditória e com sentimentos ambíguos em relação à política, explica antropólogo na State University of New York. Para ele, definição de um novo presidente dificilmente vai superar as divisões abertas pelas disputas dos últimos anos
Matthew Taylor: Sistema político brasileiro mina a democracia por dentro, e risco vai além de ameaças de golpe

Apesar da resiliência mostrada pela democracia brasileira em resposta aos ataques do governo Bolsonaro, professor da American University avalia que o presidencialismo de coalizão vem enfraquecendo este sistema democrático do país por dentro, e pode se tornar um problema no longo prazo.
Sean Burges: Ruptura democrática afetaria parcerias que garantem a segurança nacional do Brasil

Ameaça golpista de Bolsonaro põe em risco a capacidade de o país se envolver em relações internacionais fundamentais para manter a soberania militar do Brasil. Para o professor de relações internacionais na Universidade de Carleton, no Canadá, uma intervenção militar traria o colapso da cooperação internacional com o país
Rubens Barbosa: Baixa credibilidade do governo reduz impacto de falas de Bolsonaro a embaixadores

Para o diplomata brasileiro, observadores externos conseguem separar as declarações do presidente das ações práticas do país na política e nas suas relações com o mundo, o que limita as consequências dos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral. Barbosa vê o Itamaraty atuando para restaurar suas tradições, embora o presidente seja o responsável pela definição da política externa
Christoph Harig: Militares já são os grandes vencedores das eleições, independentemente do resultado

Forças Armadas conseguiram ampliar seu poder político no país nos últimos anos, e quem quer que seja escolhido para governar o Brasil a partir de 2023 vai precisar fazer concessões aos militares, avalia o pesquisador alemão Christoph Harig em entrevista. Apesar de a situação não ser saudável para a democracia, ele diz não ver risco de uma intervenção direta para reverter o resultado da votação
Relações entre Brasil e EUA estão contaminadas pela polarização política

Politização dos laços entre os dois países muda uma dinâmica histórica deixando de lado o foco em temas de importância bilateral para enfatizar conexões pessoais entre os líderes –especialmente entre Trump e Bolsonaro. Em entrevista, a professora de estudos latino-americanos Britta Crandall analisa o cenário e diz que os EUA esperam que o Brasil se mantenha alinhado ao ocidente e dentro do campo democrático da política global