[stock-market-ticker symbols="AAPL;MSFT;GOOG;HPQ;^SPX;^DJI;LSE:BAG" stockExchange="NYSENasdaq" width="100%" palette="financial-light"]

O capital diplomático brasileiro

Durante os dois primeiros anos do atual governo, eminentes ex-ministros, professores de relações internacionais e jornalistas especializados criticaram o rumo da política externa brasileira e argumentaram ter se dissipado o capital diplomático brasileiro formado ao longo da história do país. Com a mudança na chefia da diplomacia brasileira, discutem-se agora as possibilidades de sua recuperação.

A Política externa como política pública: prioridades

A política externa é, antes de tudo, uma política pública. Trata-se de uma obviedade, dirão alguns. E, efetivamente, não há aí nada de novo. Talvez pelas especificidades típicas da atividade diplomática, porém, a política externa é tão frequentemente vista como uma realidade estanque, é tão frequentemente associada a abstrações alheias ao concreto do país de que emana e do mundo a que se dirige, que não será demais reafirmar: a política externa – ao lado de tantas outras – é, sim, antes de tudo, uma política pública, conduzida, no caso do Brasil, pelo presidente Jair Bolsonaro, assessorado pelo ministro das Relações Exteriores.

Após 30 anos, Mercosul requer freio de arrumação

O Tratado de Assunção, que criou o Mercosul – assinado em 26 de março de 1991 entre a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – comemora 30 anos neste ano. Como mecanismo de abertura de mercado e liberalização de comércio, o Mercosul está hoje paralisado e tornou-se irrelevante do ponto de vista comercial, representando apenas 6,2% do intercâmbio total do Brasil, depois de ter subido a quase 16% do comércio exterior total.

Governança tecnológica é central para as relações internacionais

Dentre os diversos protagonismos que o Brasil vem perdendo nos últimos anos está também o protagonismo na área de governança da tecnologia. Essa perda é especialmente lamentável porque a tecnologia tornou-se central para as relações internacionais. Temas como inteligência artificial, internet das coisas, criptomoedas, cibersegurança ou 5G, que até recentemente eram discutidos principalmente por setores ligados à tecnologia, passam agora a fazer parte integral da diplomacia, dos organismos internacionais e das relações entre os países.

A nova geopolítica global e o Brasil

Embaixador e presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior discorre neste artigo sobre o fato de o mundo atravessar momento de grandes transformações na área política, econômica e social. “A geopolítica e a geoeconomia foram se modificando na última década e vão passar ainda por uma série de ajustes, depois da saída dos EUA do Afeganistão”, pondera para acrescentar que, sem esgotar o assunto e de maneira sumária, cabe mencionar alguns dos aspectos do novo cenário internacional, entre os quais estão o lugar no mundo dos EUA e da China, o acirramento da disputa entre ambos, e o redesenho do mapa geopolítico da Ásia. Avanços tecnológicos e da desigualdade, meio ambiente, multipolaridade e o lugar do Brasil no mundo também estão nessa pauta global.

Colônia do Sacramento e Buenos Aires: antagonismo e prosperidade

Ao se analisar o processo de consolidação da cidade e do porto de Buenos Aires, não se pode negligenciar o importante papel desempenhado pela Colônia do Sacramento, cidadela sob domínio português por quase um século (1680-1777). Durou por longo tempo a disputa pelo estuário do rio da Prata, o que acarretou, além dos enfrentamentos bélicos, o desenvolvimento econômico da fronteira e a atual conformação geopolítica da região. A configuração dos limites platinos se arrastou por quatro séculos, entrando no começo do século 20. Mas essa relação ambígua, hostil e economicamente virtuosa, teve início ainda no século 16.

Na era Biden, o Itamaraty ‘Trumpolavista’ ficará falando sozinho

De volta a Washington, em dezembro de 2013, depois de quase quatro anos como embaixador em Brasília, Thomas A. Shannon recordou afirmação que havia feito ao partir para a missão sobre o efeito salutar da crescente conectividade das sociedades dos dois países, já visível então, a despeito da distância e das turbulências ocasionais do diálogo oficial. Durante palestra no Wilson Center, Shannon lembrou: “Eu disse que nossas sociedades e nossos povos — e não nossos governos — se tornariam os principais motivadores de nosso relacionamento”. A presciente observação do diplomata, aposentado em 2018 como vice-secretário de Estado, revela o desafio criado para o Brasil pela eleição à Casa Branca, do centrista Joe Biden, e a fragorosa derrota por ele imposta ao populista Donald Trump, cujo arremedo tropical, Jair Bolsonaro, permanecerá no Palácio do Planalto.