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Edição 14

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A edição 13 da Interesse Nacional marcou de forma especial a história dos três anos da nossa publicação em função
do debate político, com enorme repercussão na sociedade, suscitado pelos artigos sobre o papel da oposição.
O presente número ainda ecoa a polêmica levantada pela análise do sociólogo e ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, na abertura da edição anterior. fhc traçou um roteiro para as oposições construírem uma nova estratégia político-eleitoral, sendo uma das alavancas um trabalho para ampliar a influência sobre as novas classes médias, em contraposição à persistência, na disputa com o pt, pelos “movimentos sociais”, ou pelo “povão”, isto é, as massas carentes e pouco informadas.


Em resposta, o ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do pt, José Dirceu – que na edição 8 desta revista escreveu o texto “pt e psdb: Por que as Divergências são Inconciliáveis?” –, polemiza com os tucanos em novo artigo crítico, “O Papel do pt e da Oposição no Brasil”, que abre o presente número.


Diz José Dirceu: “Não é de hoje que as forças que se aliaram em torno do presidente Lula e, agora, de Dilma Rousseff, em apoio às políticas governamentais, têm identificado nas oposições a ausência de alternativas. Nesse sentido, as formulações de fhc tentam reorganizar a maneira de agir, a partir do estabelecimento de um ‘público-alvo’, por assim dizer, que é a chamada nova classe média. Ou seja, o tucano produz, antes de qualquer coisa, uma análise e uma estratégia eleitoral, para fazer seu partido retornar ao governo federal. Essa tentativa parte da premissa de que faltam às oposições um projeto e uma estratégia de ação, mas também do reconhecimento de que o Partido dos Trabalha- dores é historicamente muito mais bem sucedido no diálogo com as camadas mais populares da sociedade – nas palavras do ex-presidente tucano, ‘as oposições se baseiam em partidos não propriamente mobilizadores de massas’. Em suma, finalmente dá-se o braço a torcer de que foi o governo Lula e do PT que se voltou a essas camadas menos favorecidas”.


O Conselho Editorial, reunido em 5 de abril, decidiu levantar nesta edição outra discussão de fundo: o que é ideologia no Brasil de hoje? Por que no Brasil ninguém tem coragem de dizer que é de direita, embora, na prática, a maioria se apresente como de tendência conservadora? Nota-se, acima de tudo, a falta de uma ideologia clara dos partidos políticos. O que é ser liberal hoje? O que é ser socialista? Para refletir sobre o tema, Interesse Nacional convidou o jornalista, articulista de Veja e membro do Conselho Editorial desta revista, Roberto Pompeu de Toledo, e o professor de Ciência Política da usp e da Unicamp, Leôncio Martins Rodrigues.


“Em nenhum lugar do mundo a ideologia desapareceu, levando consigo a oposição entre esquerda e direita. Difícil pode ser distingui-las, e não é de hoje”, escreve Pompeu de To- ledo no artigo “Direita e Esquerda na Terra de Macunaíma”. Por meio de vários exemplos do passado e atuais, ele explica didaticamente esse contexto.


Com o olhar de cientista político reconhecido por sua especialização (como atestam os livros que escreveu CUT: os Militantes e a Ideologia; Lenin: Capitalismo de Estado e Burocracia; Mudanças na Classe Política Brasileira;
Destino do Sindicalismo; e Partidos, Ideologia e Composição Social), Leôncio Martins Rodrigues oferece ao leitor algumas hipóteses sobre o malogro, na história política brasileira, dos partidos do tipo social-democrata e comunista, mais ou menos semelhantes aos que existiram na Europa.


Esta edição analisa, também, o tema da nova classe social emergente em artigo do sociólogo Jessé Souza. Ele tem se debruçado sobre o fenômeno da nova classe média brasileira, que ascendeu socialmente nos últimos anos. O autor do artigo “A Parte de Baixo da Sociedade Brasileira” refuta essa definição e explica por quê em seu livro Os Batalhadores Brasileiros: Nova Classe Média ou Nova Classe Média Trabalhadora?


“Essa classe não tem nada das classes médias privilegiadas e estabelecidas”, afirma. “Os ‘emergentes’, que preferimos chamar no nosso estudo de ‘batalhadores’ ou ‘nova classe trabalhadora’, não possuem nenhum dos privilégios de nascimento da classe média verdadeira.”


O artigo “A Política de Segurança Pública no Brasil”, de Regina Miki, secretária nacional de Segurança Pública, que Interesse Nacional traz para fomentar esse importante debate, de- talha as diretrizes na área e os itens priorizados, como “desarmamento, participação social, conselhos comunitários de segurança, a importância dos municípios como gestores da política de segurança pública, o policiamento comunitário, a valorização profissional, o enfrentamen to do preconceito, o acesso à justiça, a priorização das penas e medidas alternativas, a cultura de paz e o fortalecimento do Sistema Único de Segurança Pública (susp) e do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci)”.


O que o Brasil quer das suas relações com a China, segunda maior economia do mundo e recentemente visitada pela presidente Dilma Rousseff? Quais são os principais desafios para o desenvolvimento das relações Brasil-EUA na próxima década? Esses temas de relevante interesse nacional estão presentes nesta edição em textos de dois diplomatas – Clodoaldo Hugueney, embaixador do País na China, e Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington.
O ponto central da visita de Dilma Rousseff à China, segundo Hugueney, autor de “Um Olhar sobre o Futuro das Relações Brasil-China”, “foi a proposta brasileira de dar um salto qualitativo nas relações”.


Nos recentes encontros entre os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, em Brasília, foram lançadas as bases em que as relações entre o Brasil e os eua deverão evoluir nos próximos anos, abrindo a possibilidade de avanços concretos que venham a beneficiar os governos e o setor privado dos dois países, aproveitando as grandes transformações que ocorrem no mundo, analisa Rubens Barbosa no artigo “As Perspectivas das Relações Brasil-EUA nos Próximos Dez Anos”.


O Brasil passa por um momento ímpar, diz Paulo de Sousa Oliveira Jr., diretor-presidente da brain (Brasil Investimentos e Negócios), associação composta por empresas de diversos setores da economia, que tem por objetivo transformar o Brasil num polo de desenvolvimento de negócios para a América Latina, atraindo investidores de todo o mundo para a região. Em artigo, ele explica que as principais regiões do mundo estão estruturadas em redes de negócios e que as regiões mais desenvolvidas estão passando por profundas crises e transformações que criam um novo entorno de desafios e oportunidades para a América Latina e para o Brasil.


Concluindo a apresentação deste número, destacamos que a seção Críticas e Comentários traz a repercussão na mídia, e entre os leitores, dos artigos publicados no número anterior de Interesse Nacional.

Confira os artigos desta edição

Edição 14

O ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do pt critica as posições defendidas por Fernando Henrique Cardoso no artigo “O Papel da Oposição”, publicado na edição 13 desta revista. Em seu texto, José Dirceu recoloca em perspectiva alguns temas apresentados pelo ex-presidente fhc, “reparando-os, para que possamos promover os ajustes finos necessários à nossa ação política, que tem nos instrumentos de estímulo do desenvolvimento sustentável com distribuição de renda, geração de empregos e inclusão social os trampolins para o soerguimento do Brasil que sonhamos e temos a possibilidade de realizar”.
Desde a terça-feira, 12 de abril, quando a Folha de S. Paulo estampou em manchete a reportagem “Oposição deve desistir de buscar o ‘povão’, diz FHC”, aludindo ao artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicado na edição 13 (abril-junho) desta revista, o site da Interesse Nacional registrou dezenas de comentários de leitores, alguns dos quais reproduzimos nesta seção.
As principais regiões do mundo estão estruturadas em redes de negócios. Essas redes são formadas por quatro tipos de polos de acordo com seu escopo de atuação: globais, regionais, locais e especializados. América do Norte, Europa e Ásia concentram a maior parte da atividade econômica global e já se estruturam em redes de negócios articuladas com diversos tipos de polos. As regiões mais desenvolvidas estão passando por profundas crises e transformações que criam um novo entorno de desafios e oportunidades para a América Latina e para o Brasilsição se encontra doutrinariamente mais à esquerda, a segunda mais à direita. No entanto, Serra foi tido como o candidato da direita, e Dilma, a da esquerda.
Três desafios se colocam para o desenvolvimento das relações Brasil-eua na próxima década: como conectar os interesses reais dos dois países; modificação das percepções sobre o Brasil nos eua e o que o País vai querer das relações com o seu parceiro do Norte. Tudo indica que a política externa brasileira será mais pragmática que a do governo anterior. Caso isso venha de fato a ocorrer, a identificação de reais perspectivas de cooperação em áreas de interesse do Brasil e dos eua vai se apresentar como uma prioridade. É possível antecipar que o descolamento do Brasil do resto da América Latina deverá acarretar a inclusão de nosso país em novas parcerias empresariais globais com os eua e com outros países dentro e fora
A recente visita da presidente Dilma Rousseff à China, por sua natureza e resultados, marcou a abertura de uma nova etapa nas relações bilaterais. Talvez seja a primeira vez que um presidente do Brasil escolha, para uma de suas primeiras viagens internacionais, a China. Esse gesto demonstrou a nova prioridade da China e da Ásia na diplomacia brasileira. O Brasil não tem por que ver com receio a ascensão chinesa, sustenta o autor, que escreve sobre a estratégia de longo prazo para a relação entre o Brasil e a China que começa a ser desenhada.
A 1a Conferência Nacional de Segurança Pública (1a Conseg), realizada em 2009, foi um marco democrático nesta área. Pela primeira vez, houve um espaço institucional de participação que reuniu sociedade civil, trabalhadores e gestores da segurança pública debatendo quais deveriam ser os princípios e as diretrizes orientadores para a política nacional. Entre os itens priorizados, estão o desarmamento, a participação social, os conselhos comunitários de segurança, a importância dos municípios como gestores da política de segurança pública, o policiamento comunitário, a valorização profissional, o enfrentamento do preconceito e o acesso à justiça.
Os emergentes são a maior novidade econômica, social e política do Brasil na última década. Quando se chamam os emergentes de “nova classe média” está se querendo dizer que o Brasil está se tornando um país de primeiro mundo, onde as classes médias e não os pobres formam o grosso da população. Isso, infelizmente, ainda está muito longe de ser verdade. Os “batalhadores” se assemelham muito mais a uma classe trabalhadora precarizada típica do contexto social do pós-fordismo, sem direitos e garantias sociais, que trabalha de 10 a 14 horas por dia, estuda à noite e faz bicos nos fins de semana.
A hipótese principal do autor é que o corporativismo e o populismo bloquearam a expansão do socialismo e do comunismo no Brasil. “Certamente, o marxismo influenciou fortemente a cultura política nacional, mas os partidos socialistas e comunistas, como organização, tiveram mais influência na intelligentsia de classe média ou de classe alta do que nas classes operárias e populares. Mas essas mesmas estruturas ajudaram a ascensão do pt, o único partido considerado de esquerda que conseguiu ter êxito eleitoral e controlar altos postos da administração pública municipal, estadual e federal.”

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