Edição 25

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Esta edição circula a dois meses do início da Copa do Mundo de Futebol, evento que o Brasil sediará em 12 capitais. A preparação para o Mundial, desde junho de 2013, quando explodiram os protestos de rua, tem motivado críticas contra os gastos elevados na construção de estádios, dinheiro que, alega-se, poderia ter sido empregado em hospitais, escolas e transporte urbano. A essas manifestações se somam outras por melhor qualidade e mais oferta desses serviços públicos. A mobilização popular acontece em período pré-eleitoral e coincide com uma fase de crescimento baixo da economia, elevação de juros, inflação resistente, menor disposição dos empresários para investir e queda na confiança do setor privado no governo, contexto muito diferente daquele de 2007, quando, em clima de euforia, com a economia em alta, o ex-presidente Lula ofereceu o Brasil para sediar o torneio mundial. Para abordar esses temas – a Copa do Mundo e o contexto político que a envolve, desafios da segurança pública, perspectivas da economia brasileira em 2014 e eleições presidenciais de outubro – o Conselho Editorial convidou cinco articulistas que conhecem os respectivos assuntos em profundidade. O artigo de abertura, escrito pela diretora do Valor Econômico em Brasília, Claudia Safatle, analista da cena econômica do País desde a década de 1970, situa o leitor nas discussões sobre a Copa do Mundo, abordando aspectos da economia e da política.

O impacto econômico do evento, tão aclamado pelas autoridades como um benefício para o país é, segundo estudos de economistas internacionais, mais neutro do que positivo, escreve Safatle. Os gastos estimados na construção e na reforma dos 12 estádios saltaram de R$ 5 bilhões, em 2010, para mais de R$ 7 bilhões agora. Cálculos da consultoria KPMG indicam que aqui se ergueram os estádios mais caros do mundo. “Mas, este pode ser um momento exitoso para o país. Se bem-sucedido, o evento vai gerar um ganho de imagem importante para ajudar a tirar de cena o mau humor do mundo com o Brasil – hoje visto como um dos “cinco frágeis”; as cinco economias emergentes mais vulneráveis ao processo de normalização das condições monetárias nos Estados Unidos, ao lado da Turquia, Indonésia, Índia e África do Sul.” Na sequência, o secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Benincá Beltrame, escreve sobre o planejamento para os grandes eventos: Jornada Mundial da Juventude (2013), Copa do Mundo (2014) e Jogos Olímpicos (2016). Para isso, foi criada, em 2010, no âmbito da Secretaria, a Comissão Estadual de Segurança para Grandes Eventos (Cesege), que tem como objetivo integrar as forças de defesa e segurança que atuam no estado. Todos os investimentos em grandes eventos foram planejados para que se tornassem um legado para o estado, e alguns deles já auxiliam as forças de segurança e nas atividades de rotina. Entre todos, o que requereu maior esforço foi a construção do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), localizado na Cidade Nova, ao lado do Sambódromo, em frente à estação Praça XI do Metrô.

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