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ANO 10 | ABR-JUN 2017

Edição 37

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Esta é uma edição histórica, pois Interesse Nacional entra em seu décimo ano de existência com um repertório de temas sobre a história contemporânea do Brasil, como se pode aferir pelo índice dos últimos cinco anos que publicamos nesta edição, que se segue ao primeiro quinquênio já catalogado.

Na sequência, temos o texto do antropólogo e colunista Roberto DaMatta, que faz uma leitura antropológica do corporativismo. “A palavra corporativismo tem sido usada e abusada no Brasil, que vive uma experiência democrática mais consciente das dificuldades da implementação da igualdade como um valor. Se essa demanda de mais igualdade está, como penso, na raiz de inúmeros conflitos, o corporativismo surge como uma reação — no melhor estilo do “Você sabe com quem está falando?”. Pois não há nenhuma dúvida de que viver democrática e igualitariamente implica um permanente exercício de resguardar privilégios corporativos, tornando-os corporativistas”, afirma.

Sobre violência e segurança pública, outro bloco temático desta edição, escrevem o general de exército reformado, Alberto Cardoso, ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional na Presidência da República (1995-2002), e Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e professor do Departamento de Gestão Pública da FGV EAESP.

Para Cardoso, o problema da violência e da criminalidade no Brasil não necessariamente deve ser combatido por meio das Forças Armadas. Seu enfrentamento “precisa mobilizar outros sistemas do Estado e da sociedade nacional, que não apenas o policial-judicial-penitenciário, eliminar tabus e quebrar paradigmas que se vêm mostrando ineficazes”.

De acordo com Renato Sérgio de Lima, “a questão não é de segurança nacional ou interna, como querem nos fazer crer após a sequência de episódios que marcaram o início de 2017, mas de construção, à semelhança do que ocorreu na saúde e na educação, de um sistema efetivamente federativo, com instâncias de pactuação e corresponsabilização das diferentes instituições e órgãos públicos envolvidos. Um sistema que valorize a qualidade da investigação e do esclarecimento de crimes; que coordene esforços de inteligência e que faça uso intensivo de informações para a prevenção e repressão qualificada de crimes e de violências”.

A relação entre Estado e religião é investigada pelo cientista político e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Joanildo Burity, que escreve sobre a eleição de Marcelo Crivella, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, para a Prefeitura do Rio de Janeiro. “Não é a posse de uma rede de mídia que garantirá a Crivella o sucesso de sua gestão, lhe dará um conteúdo religioso indevido ou negará a seus adversários a capacidade de fazerem oposição efetiva. E não é a acusação de conservadorismo, numa conjuntura em que ser conservador não envergonha mais ninguém, que vai deter a transformação da minoritização pentecostal em um processo de asserção antipluralista pós-democrática. É a política”, escreve.

O professor aposentado da Unicamp e especialista em religião e ética, Roberto Romano, diz que “para que o crescimento da Universal tenha um limite, importa aos demais setores (católicos, umbandistas, espíritas, liberais, progressistas e outros) arregimentarem forças, imaginarem cenários futuros e, sobretudo, se unirem não apenas no plano espiritual, mas sobretudo na ação política. Tal perspectiva ainda não aparece na vida pública brasileira”.

O leitor encontrará também, ao final desta edição, os índices por assunto e por autor dos últimos cinco anos da Interesse Nacional. O Conselho Editorial e os Editores agradecem a Magda Maciel Montenegro (CRB-8 no 8425) pela elaboração desse material, de grande valia para leitores da revista e pesquisadores.

Confira os artigos desta edição

Edição 37

Depois de muito subestimado, Trump acabou eleito presidente dos Estados Unidos da América contra todas as previsões de especialistas, cientistas políticos, comunicólogos, sábios e videntes. Proclamado o resultado, videntes, sábios, comunicólogos, cientistas políticos e especialistas tentam apagar as pegadas erráticas, abrindo um leque de causas para o inesperado desfecho. Inesperado para eles que pensaram ditar a realidade e induziram grande parcela da opinião pública mundial a acreditar em suas verdades.
Enfim, aconteceu: os chamados "evangélicos" "termo-valise que significa hoje o que quer que queira quem o enuncia, frequentemente autoassertividade, para os de dentro, e ameaça, para os de fora "conquistaram cargos executivos de alta importância na política brasileira. Uma história que se arrastava desde meados dos anos 1980 e que seguiu um script improvisado, cheio de atalhos, muita controvérsia e muitos percalços (derrotas, tentativa e erro e oportunismos flagrados), chegou a um desfecho tão inesperado (visto desde aquele ponto de partida) quanto indesejado para um amplo segmento das elites políticas, sociais e culturais.
Faz 30 anos que o Brasil acordou um contrato social democrático, traduzido em nossa Constituição de 1988, que buscava selar a paz entre Estado e sociedade e propor um pacto social pautado na garantia de direitos civis e humanos. Após décadas de regime ditatorial, o país emergia disposto a construir um projeto de reformas modernizantes que o colocaria em linha com as nações mais desenvolvidas do mundo e que incorporasse milhões de brasileiros a um novo modelo de desenvolvimento mais digno e justo. Infelizmente, essa energia de mudança não enfrentou todos os nossos fantasmas e há temas quase que intocados até hoje.
Este artigo aborda o problema da violência e da criminalidade no nosso País, procurando mostrar que, dado o nível que alcançou, extrapolou os limites do campo da segurança pública e da criminologia. Passou a ameaçar a qualidade da nossa democracia, o conceito de soberania do povo e o monopólio do Estado no uso legal da força, vindo a situar-se na seara da segurança nacional. Isso não significa, em absoluto, que deva ser combatido necessariamente por meio das Forças Armadas.
A palavra corporativismo tem sido usada e abusada no Brasil, que vive uma experiência democrática mais consciente das dificuldades da implementação da igualdade como um valor. Se essa demanda de mais igualdade está, como penso, na raiz de inúmeros conflitos, o corporativismo surge como uma reação – no melhor estilo do “Você sabe com quem está falando?”. Pois não há nenhuma dúvida de que viver democrática e igualitariamente implica um permanente exercício de resguardar privilégios corporativos, tornando-os corporativistas.
Este artigo examina o efeito negativo do corporativismo no Brasil. As corporações se tornaram uma espécie de praga no país. É forte sua capacidade de mobilizar apoio a seus interesses e de influenciar políticas públicas em seu favor. Os servidores públicos conseguem aprovar salários, aposentadorias e outros benefícios muito superiores aos prevalecentes no setor privado. Os empresários obtêm desonerações tributárias, subsídios, protecionismo e outras vantagens, muitas das quais, pelas distorções que causam, podem ser prejudiciais ao desenvolvimento.
A partir de 2015, a revista Interesse Nacional estabeleceu uma parceria com a Agência de Promoção de Exportações do governo brasileiro, a fim de promover eventos de interesse das duas instituições, para discutir temas de direta relevância para o setor privado. Em setembro de 2015, ocorreu o primeiro encontro do Fórum APEX-Brasil-Interesse Nacional com a participação do então ministro da Economia, Joaquim Levy, sobre as oportunidades de investimento no Brasil.

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