Existe um consenso na academia de que a retórica da política externa brasileira entre 2019 e 2022 foi de extrema-direita, ultraconservadora e populista. Segundo professora de relações internacionais, estudos mostram que essa diplomacia foi marcada por uma retórica cujos elementos anti-globalistas e soberanistas religiosos diziam abertamente sacrificar interesses em prol de valores
A democracia é fundamental para o exercício de uma política externa bem-sucedida, mas desde 2016 vê-se o aprofundamento da erosão do controle civil sobre os militares no Brasil. Para professora de relações internacionais, é imperativo que o novo governo atente para este fenômeno em defesa da reputação brasileira no exterior e da qualidade de vida da população
Turbulências políticas ao longo da última década evidenciaram que a ascensão do Brasil no cenário global depende não apenas da sua economia, mas também da liderança presidencial e da capacidade de levar adiante um projeto focado em elevar o perfil internacional do país
Além de editoriais do embaixador Rubens Barbosa, publicação conta com mais de 20 autores que escrevem regularmente. São acadêmicos, professores, pesquisadores, diplomatas e especialistas e relações internacionais e outros temas que ajudam a entender e definir o lugar do Brasil no mundo
A nova ordem constitucional sinalizou a policiação das Forças Armadas como saída para enfrentar as novas ameaças e para dar uma resposta às pressões norte-americanas pela emergência na militarização do enfrentamento ao narcotráfico. Para pesquisador, entretanto, não se verifica no plano estratégico nacional que tenha ocorrido um processo de militarização da estrutura da Segurança Pública ou mesmo o deslocamento da liderança situacional da Segurança Pública para as Forças Armadas
Documento publicado em 2022 nos EUA define os princípios do controle civil nas relações com as Forças Armadas do país e pode servir para pensar a situação no Brasil. O desenvolvimento de confiança mútua ajuda a superar as fricções existentes no processo decisório, deve construída na interação diária e exercida em tempos de crise
O papel dos militares na política é uma tensão permanente e não resolvida no Estado brasileiro. Para cientista político, o país precisa de reformas que fortaleçam o controle civil, pois a noção de que os militares brasileiros são um poder moderador está viva para grandes setores da população
Ataques a Brasília parecem ter enfraquecido os bolsonaristas, pelo menos temporariamente, mas descartar ou minimizar sua capacidade contínua de organizar outros eventos violentos no futuro seria não apenas errado, mas perigoso, argumenta professora de relações internacionais
Os acontecimentos de 8 de janeiro colocaram de maneira dramática a necessidade de enfrentar o desafio de tentar equacionar e superar de maneira transparente o problema da militarização da política e da politização das Forças Armadas
Mesmo após a saída de Bolsonaro do poder, a politização das forças de segurança continuará existindo. Para professor de relações internacionais, “desbolsonarizar” as forças de segurança não é a questão central, e o fundamental é desmilitarizar a cidadania brasileira.