20 setembro 2017

A Emergência e Consolidação da Carreira da Diplomacia Corporativa

O Brasil ainda é uma das economias mais fechadas do mundo e, paradoxalmente, é um dos países que mais exportam “cérebros”. Se, por exemplo, perguntássemos se há jovens líderes globais brasileiros atuando no Brasil, defendendo os interesses nacionais, qual seria a sua resposta? Teríamos dificuldades de encontrá-los. Por quê? Estão em quase todo o planeta, menos no Brasil!

O Brasil ainda é uma das economias mais fechadas do mundo e, paradoxalmente, é um dos países que mais exportam “cérebros”. Se, por exemplo, perguntássemos se há jovens líderes globais brasileiros atuando no Brasil, defendendo os interesses nacionais, qual seria a sua resposta? Teríamos dificuldades de encontrá-los. Por quê? Estão em quase todo o planeta, menos no Brasil! O que ocorre é que, não encontrando posições nas organizações, para que realmente pudessem exercer suas competências e habilidades, transferem-se para outros países, atraídos por posições que lhes proporcionam uma carreira mais lucrativa, competitiva e empreendedora. Essa era a realidade brasileira no início do século XXI.
Em 2005, tive o desafio de criar um curso de graduação, e o que me orientou naquela época (há 12 anos) foram as seguintes indagações: Quais são as habilidades e as competências inerentes à formação dos “diplomatas tradicionais”? Quais as competências, habilidades e atitudes necessárias para atender a sociedade civil em um mercado globalizado? Quais cursos de graduação em Ensino Superior que formam líderes globais?
A regulação da formação do internacionalista, até então, tinha como documento norteador o que denominava “padrões de qualidade” do Ministério da Educação, ou seja, não havia as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Relações Internacionais (recentemente, a ABRI encaminhou a minuta para que seja aprovada a DCN para RI).
No Brasil, o que notávamos, no início do século XXI, é que a maioria dos cursos de administração eram totalmente “xenófobos”, ou seja, focavam, quase que exclusivamente, o ambiente doméstico, e os cursos de Relações Internacionais concentravam-se na formação politica, econômica e jurídica sem, no entanto, inserir em suas matrizes disciplinas da administração, como, por exemplo, marketing, finanças e negociações internacionais. Necessitavam, então, de uma formação multidisciplinar dentro do contexto que somasse a riqueza da formação tradicional da diplomacia ampliada e a abrangência da geoeconomia, contemplando as disciplinas de gestão internacional. Sendo assim, tínhamos os seguintes desafios: como criar uma matriz curricular que contemplasse a formação de internacionalistas com visão de negócios? Como incentivar jovens a iniciar uma carreira que ainda nem tinha sido “reconhecida pelo mercado”? Como formar líderes globais que atendessem à crescente demanda de profissionais que tivessem os capitais sociais, intelectuais e psicológicos para gerir tais diversidades?
São estes questionamentos que balizaram a criação do primeiro curso de graduação em Relações Internacionais com ênfase em marketing e negócios; estava iniciada a carreira da diplomacia corporativa, que neste ano de 2017 completou, com muito êxito, uma década de consolidação de um campo que tem atraído jovens talentos e tem suprido, ainda que timidamente, as necessidades de um mundo paradoxal que estão dialeticamente imbricadas, pois, ao mesmo tempo, é um mundo global e tribalizado, como profetizou Huntington1 em seu livro O choque das Civilizações.
O acerto de Ricardo
O mundo está cada vez mais conectado e mais competitivo, e cada país tem um papel fundamental na Divisão Internacional do Trabalho. Ricardo está tão atual, mas sua obra é do início do Século XIX, na qual cunhou a teoria das vantagens comparativas, explicada em seu livro “The Principles of Political Economy and Taxation”, de 1817. Segundo Ricardo, cada país deve se especializar na produção de determinado produto, no qual é relativamente melhor, ou que consiga reduzir custos para exportá-lo. Em contrapartida, esse mesmo país deve importar mercadorias, as quais não possui produção ou que o custo de sua fabricação é mais elevado, o que nos leva ao conceito de “geoeconomia”.
O termo “Geoeconomia” foi cunhado pelo estrategista Edward Luttwak em 1990. Seu artigo “From Geopolitics to Geo-Economics: Logic of Conflict, Grammar of Commerce” refletia tempos de ansiedade sobre a competitividade dos EUA face à ameaça econômica e comercial que se percebia em relação ao Japão no mercado mundial. Transpondo-se a lógica militar para a esfera do comércio internacional, Luttwak diagnosticava o advento da Geoeconomia e aconselhava aos EUA sua utilização para a conquista de posições de vantagem na economia mundial. Suas prescrições, porém, reeditavam um velho receituário mercantilista.
Nessa competição, que vincula fatores econômicos à Geopolítica e cujos resultados trazem consequências de longo prazo para o equilíbrio de poder global, a Geoeconomia tem um papel fundamental, pois compreende uma dupla acepção para a estratégia de política exterior: (i) o uso do poder econômico para fins de poder e influência geopolítica; e (ii) o uso do poder geopolítico para objetivos de poder e influência econômica. A Geoeconomia é, portanto, um tipo especial de competição geopolítica.
Com o desenvolvimento da globalização, surgem novas dificuldades, novos conflitos, e cada vez mais o Estado nacional atribui responsabilidades às instâncias subnacionais e flexibiliza papéis e atribuições, o que faz com que o poder seja direcionado aos agentes subnacionais, para que haja uma melhor eficácia em resolver todas essas novas questões. (MOREIRA, SENHORAS E VITTE, 2009, p. 3)
Com a globalização da economia, os mercados domésticos passaram a abrir-se para o mercado internacional. Ao competir em novos mercados, as organizações começaram, em meados dos anos 2000, a buscar profissionais preparados para o processo de internacionalização, seja no âmbito cultural, científico ou econômico; começavam a surgir oportunidades para os jovens que tivessem um perfil que combinasse capital intelectual, psicológico e social, aliado a uma formação multidisciplinar no campo das ciências sociais, políticas, econômicas e jurídicas e, com o ferramental da gestão administrativa, como, por exemplo, marketing, finanças e negociações internacionais2.
A Paradiplomacia: carreira de diplomata com vários adjetivos
As transformações técnicas e econômicas que surgiram com a globalização e a democratização do poder estatal propiciaram o aparecimento dos atores subnacionais ou as new voices, no contexto da paradiplomacia, tendo como objetivo a maior participação internacional, visto que se vive em um cenário mundial globalizado.
Nesse sentido, a concepção clássica de um Estado soberano acaba perdendo força, pois novos atores surgem com capacidade de estabelecer ações e acordos e de conduzir uma política internacional informal, antes só de obrigação estatal. Neste século, as fronteiras foram quebradas, fortalecendo a integração regional e dando maior visibilidade, principalmente, para atores subnacionais como municípios, estados, províncias, entre outros. Ademais, são sujeitos sem personalidade jurídica internacional.
A diplomacia já não é exclusividade dos governos, conforme demonstra o crescente papel que as organizações da sociedade civil passaram a exercer nas negociações internacionais. Esse processo de atuação de agentes subnacionais nas relações internacionais é chamado de paradiplomacia. A expressão foi trazida no meio acadêmico por Panayotis Soldatos, para designar atividades diplomáticas realizadas por atores não centrais no âmbito das relações internacionais; são os responsáveis por articular programas de âmbito subnacional com organizações estrangeiras, ou seja, são os responsáveis por defender interesses estaduais e municipais no exterior, relacionados a temas da alçada desses governos e prefeituras.
Portanto, a paradiplomacia é caracterizada por um processo de extroversão de atores subnacionais, tais como governos locais e regionais, organizações internacionais e empresas multilaterais que negociam e praticam acordos, visando obter recursos e atuando em áreas específicas, nas quais não exista intervenção do governo estatal.
No Brasil, a paradiplomacia se encontra em evolução, estando em seu estágio inicial, mas os entes subnacionais estão se esforçando para conseguir maior visibilidade no sistema externo e obter maior legitimidade em suas ações.
É neste contexto que, atualmente, os analistas em relações internacionais se inserem na paradiplomacia como formuladores e condutores dos objetivos e das necessidades dos entes subnacionais, procurando as diferentes formas e melhores maneiras para atingir aquilo que se quer alcançar nas áreas econômica, social, cultural, ambiental, entre outras de atuação paradiplomática.
No Brasil, a Constituição da República de 1988 não institucionalizou a paradiplomacia no ordenamento jurídico nacional. Dessa forma, a competência internacional de celebrar tratados, por exemplo, fica sob competência da União. Os contatos internacionais estabelecidos pelos atores não centrais acontecem sob a informalidade. Mesmo assim, o desenvolvimento das atividades paradiplomáticas no país possui tendência de proliferação. As áreas e os acordos abordados são o comércio, indústria, serviços, agroindústria, turismo, meio ambiente, educação, cooperação técnica, investimento, etc.
Nesse caso brasileiro, o responsável por acordos e articulações realizados com outros países é o Ministério das Relações Exteriores, coordenando os governos subnacionais que surgem, para manter uma relação sem tensões entre o Estado-Nação e os subnacionais.
Se a demanda por esse profissional está em alta devido ao crescimento das interações além-fronteiras que não passam pelo controle do Estado federal, a oferta de talentos ainda não é suficiente para atendê-la – a despeito do número de cursos de formação em Relações Internacionais no Brasil.
Contudo, a paradiplomacia não é um termo cunhado nos organogramas das corporações. Embora a designação seja usada de maneira informal, oficialmente, quem exerce as funções que definem essa especialidade tem variadas denominações: diplomacia econômica; diplomacia comercial e diplomacia corporativa entre outros.
Diplomacia Econômica
O conceito de diplomacia econômica ganhou preponderância, por oposição a uma diplomacia estritamente política, com a globalização da economia mundial. Efetivamente, a globalização levou a uma adaptação dinâmica da diplomacia que passou pelo enriquecimento de funções e alargamento de objetivos da diplomacia. A diplomacia econômica tem duas vertentes principais: a) as políticas externas econômica e comercial, que visam ao relacionamento bilateral, regional e multilateral e, b) a promoção internacional da imagem do país, das exportações de bens e serviços e do investimento direto estrangeiro. Permitindo-se maior eficiência no apoio à internacionalização da economia e maior coordenação na ação externa de defesa de interesses nacionais, a diplomacia econômica favorece a articulação dos vários atores que intervêm nas suas vertentes política, econômica, cultural e de cooperação.
Diplomacia Comercial
A diplomacia comercial, no entanto, é objeto de um leque maior de formuladores de política em diversas áreas de governo, bem como de um grande número de entidades empresariais de todos os setores da economia, incluindo centenas de empresas envolvidas com a atividade de comércio exterior. Além disso, e de forma diferente das outras duas, a execução da diplomacia comercial é tema de acirrado debate, ocupando espaço quase diário nos principais jornais do país.
Diplomacia Corporativa
Diplomata Corporativo é o profissional que possui conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para desenhar e gerenciar a política externa corporativa das empresas. A diplomacia corporativa requer conhecimentos multidisciplinares, somados a habilidades e atitudes, liderança, negociação, comunicação e relacionamento interpessoal para atuarem em empresas privadas, multinacionais ou não, ONGs, agências governamentais, instituições internacionais, consultorias, agências de recursos humanos e instituições financeiras.
Sarfati (2007) destaca que o Diplomata Corporativo é o colaborador de uma empresa responsável por desenhar e gerenciar a política externa corporativa, ou seja, a estratégia internacional da empresa. Esse profissional deve desenvolver habilidades multidisciplinares para o sucesso e sustentação dos processos de internacionalização da organização que representa (SARFATI, 2007). O êxito, na prática, de diplomacia corporativa está relacionado à capacidade do estrategista internacional em motivar e engajar equipes de trabalho multiculturais para atingir os objetivos almejados. Se a demanda por esse profissional está em alta devido ao crescimento das interações além-fronteiras, que não passam pelo controle do Estado federal, a oferta de talentos ainda não é suficiente para atendê-la – a despeito do número de cursos de formação em Relações Internacionais no Brasil, pois, conforme dados do MEC, há no País 102 cursos nessa área, sendo que destes somente dois tem matrizes curriculares com ênfase em marketing e negócios internacionais.
Competências do Diplomata Corporativo
Competências são características demonstráveis de um indivíduo e abrangem conhecimentos, habilidades e comportamentos ligados diretamente à performance. Durand (1998) construiu o conceito de competência baseado em três dimensões – Knowledge, Know-How and Attitudes, conhecido como C.H.A., ou seja, conhecimentos, habilidades e atitudes. Os conhecimentos são as informações assimiladas e estruturadas pelo indivíduo, que lhe permitem entender o mundo; as habilidades são a capacidade de aplicar e fazer uso do conhecimento adquirido com vistas à consecução de um propósito definido, e as atitudes dizem respeito aos aspectos sociais e afetivos relacionados à atividade profissional, que explicam o comportamento, normalmente experimentado pelo ser humano em seu ambiente de trabalho. Há também as habilidades emocionais, que são chamadas no universo corporativo de Soft Skills e incluem a capacidade de liderança, de relacionamento, de comunicação e de negociação, e as Hard Skills são as competências técnicas para o exercício da atividade.
Mundo Conectado, nativo digital e “global trotter”
Os Nativos Digitais têm a habilidade de processar informações de forma muito rápida, gostam de processos paralelos e multitarefas, funcionam melhor quando conectados em rede, preferem os jogos e as dinâmicas ao trabalho “sério” e valorizam gratificações instantâneas e recompensas frequentes (Prensky, 2001).
Segundo Prensky (2001), os Nativos Digitais representam as primeiras gerações que cresceram com as tecnologias digitais; essa geração apresenta mudanças intensas que não se limitam a gírias ou estilo das roupas – como as transformações ocorridas nas gerações passadas apresentam câmbios muito mais intensos. Esta mudança é motivada pela disseminação da tecnologia digital nas últimas décadas do século XX. O convívio com a tecnologia e a nova dinâmica social resultaram em modificações significativas no comportamento e na forma como estes jovens processam as informações, aprendem e produzem conhecimento (Veen; Vrakking, 2009).
Veen e Vrakking (2009) destacam que para os membros desta geração, denominados pelos autores de “Homo Zappiens”, a rigidez é substituída pela flexibilidade e o cognitivo é delineado pelas tecnologias e suas convergências digitais. Portanto, a tecnologia é parte indissociável da vida desta geração e faz desses alunos seres com acesso a mais informação e atualizados, principalmente para os temas que os motivam.
“Global Trotter”, é a pessoa que é forte em três pilares. O primeiro é o que chamamos de autogerenciamento, ou como abordamos o mundo e nos portamos em uma variedade de situações. O segundo é o gerenciamento da percepção, como identificamos, julgamos informações novas e ambíguas. E o último é o gerenciamento dos relacionamentos, como enxergamos e trabalhamos com o outro, especialmente em situações de diferenças culturais. Poucas empresas reúnem pessoas como estas.
As características destes novos líderes convergem com as competências do Diplomata Corporativo, pois os integrantes da geração Y já nasceram em um mundo globalizado e conectado, possuem uma visão colaborativa que relaciona os diversos setores da economia, desenvolvem relacionamentos multiculturais e buscam integrar o resultado financeiro da empresa com crescimento social e ambiental.
Desafios para a criação de um modelo pedagógico com inovação disruptiva
Já temos conhecimento que os recursos são escassos. Portanto, os setores e os agentes econômicos – que compõem a cadeia de valor – sejam na agricultura, indústria ou no comércio – precisam se preocupar com a formação desses líderes que atuarão na diplomacia corporativa; para tanto, criar programas de bolsas para formação desses líderes globais torna-se uma das principais prioridades para que tenhamos jovens talentos atuando em vários segmentos e em diversos países.
A regulação dos conteúdos programáticos dos cursos superiores no Brasil tem “massificado um conhecimento sem habilidade com atitudes xenófobas”. O que historicamente se demonstra pela legislação educacional é que a persistência da legalidade colonial é o obstáculo para rupturas na modernidade.
A inovação é uma lebre e as reformas necessárias são como tartarugas. É necessário criar oportunidades para o surgimento de projetos, instalações e corpo docente aliado a essa geração que desafia o professor obsoleto e clama por um educador pós-moderno. É necessário que a inovação disruptiva descontrua os sustentáculos de uma “Universidade sem Universo”, aquela que olha no retrovisor e não vê futuro, aquela que fragmenta a unidade. É imperativo que a inovação permeie o PPP (Projeto Político Pedagógico), o ambiente da aprendizagem e a qualidade do corpo docente.
Quanto ao Projeto Político Pedagógico, é necessário criar condições em que a verdadeira multidisciplinariedade seja ato, e não potência, e que a mobilidade internacional de estudantes, professores e pesquisadores seja uma realidade, e não um delírio. E que essa mobilidade, principalmente para os profissionais de Relações Internacionais, seja nacional e internacional. Esse projeto pedagógico deverá ter como perfil de egresso o “Nômade Global”3, pois, com a inserção do EAD (Ensino à Distância), é possível formar líderes de forma itinerante, seja em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Berlim, Tóquio, Cidade do México, Nova Iorque, São Francisco, Washington, Pequim, Dubai, Johanesburgo, Moscou, etc. Há necessidade de uma alavancagem institucional dos gestores acadêmicos para criar uma gestão acadêmica com autoridade e influência para executar inovações disruptivas, através de projetos mais globais e não xenófobos, e que o compartilhamento e a soma de diversidades e múltiplas competências sejam o vetor de encontro e do consenso.
A infraestrutura de muitas IES é similar à realidade retratada no clipe do grupo Queen4, em que todos estão enfileirados, um atrás do outro. Construir espaços alternativos e inovadores similares aos ambientes das startups, orientados para projetos e aliados à aprendizagem ativa com métodos do Design Thinking, é uma exigência desse novo jovem conectado e inquieto, o qual ainda se satisfaz com as superfícies; é urgente estimular o mergulho e resgatar o que os clássicos sempre profetizaram.
E não menos importante, a internacionalização do currículo e do corpo docente é fundamental, pois as Instituições de Ensino Superior devem ter como missão formar líderes globais. Para ser coerente com tal missão, a internacionalização da aprendizagem, da pesquisa e da extensão devem ser valorizadas para que tenhamos um corpo docente internacionalizado, global e inserido nas novas estruturas tecnológicas que insistem em sua velocidade. Aquele que não se ativer que o futuro já chegou, é um provável “professor” que será descartado, devido a sua veloz obsolescência.


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