Sergio Abreu e Lima Florêncio é colunista da Interesse Nacional, economista, diplomata e professor de história da política externa brasileira no Instituto Rio Branco. Foi embaixador do Brasil no México, no Equador e membro da delegação brasileira permanente em Genebra.
Atual guerra contra é a continuação do conflito com o Hamas por outros meios. Confluência de forças domésticas e externas aponta no sentido da manutenção da atual tensão na Faixa de Gaza, no sul do Líbano ocupado pelo Hezbollah e em outras regiões vítimas de ataques nos últimos dias
Riscos de autoritarismo nos dois países residem em pontos distintos e até opostos: Lá, o risco é de um hiperpresidencialismo aprovar reformas constitucionais que tragam de volta a figura do ‘presidente imperial’. Aqui, o risco é de um parlamentarismo orçamentário distorcer as políticas públicas, travar embate com um Judiciário hipertrofiado e minar a governabilidade do presidencialismo de coalizão
Indicado pelo Acadêmico Sérgio Couri, o novo membro é formado em Economia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e mestre na mesma área pela Ottawa University, no Canadá. Além disso, foi embaixador em Quito, Genebra e Cidade do México
País vive momento de crise, polarização e incertezas às vésperas das eleições, e o comportamento dos militares pode ser a chave para elucidar seu destino
Eleição de Claudia Sheinbaum, apoiada pelo presidente, permite uma comparação histórica entre os dois países. Enquanto a política mexicana favorece a continuidade, com força política do grupo de esquerda, no Brasil o governo é limitado pelo Congresso e enfrenta forte polarização
Morte do presidente gera incertezas sobre eleição presidencial, acelera a sucessão de Khamenei e aumenta as chances de que o escolhido seja seu filho. Apesar de robustos protestos populares, o quadro doméstico tende a consolidar o regime
A busca por status e prestígio internacional, por meio do envolvimento em numerosas iniciativas e sem uma estratégia definida, tem produzido uma política externa muitas vezes errática, com busca desenfreada por protagonismo e em detrimento do interesse nacional
Nova política industrial está pautada pelo anacronismo de reeditar erros do passado e pela pressão para produzir efeitos rápidos de curto prazo, sem a indispensável solidez técnica e o necessário distanciamento político
Os dois países cruzaram o Rubicão, e o mundo assiste inquieto ao desdobramento do conflito entre as duas maiores potências bélicas do Oriente Médio. Para embaixador, entretanto, nenhum dos atores tem interesse em uma guerra aberta
Invasão de embaixada tem origem e natureza políticas com base na crescente ingerência mexicana em assuntos internos equatorianos. Para embaixador, crise faz a integração regional exibir retrocesso que reflete um continente polarizado em torno de divergentes colorações ideológicas
Até os anos 1990, as democracias do mundo desenvolvido exibiam uma estabilidade sem paralelo, o que levou muitos analistas à ideia de ‘consolidação democrática’, mas esse mundo começou a perder solidez na década de 2010. Para embaixador, testemunhamos hoje a crise das democracias liberais, os sinais de declínio da hegemonia norte-americana, a crescente afirmação da China como superpotência rival e a expansão de regimes populistas autoritários
Últimos 30 anos revelam padrão de promessas, equívocos e poucos avanços na economia, na política e nas relações internacionais. Para embaixador, avaliar com realismo o lugar do Brasil no mundo é condição necessária para um política externa destinada à defesa do interesse nacional e não à busca de protagonismo internacional
Crise diplomática entre o Brasil e Israel pode reverter a boa vontade gerada internacionalmente pelo fim do governo de Jair Bolsonaro. Para embaixador, a declaração de Lula reflete personalismo, busca irresponsável de protagonismo e acentua os descaminhos de uma política externa com importante patrimônio de realizações
Produção e comercialização de drogas nos Andes e seu contexto político ajudam a explicar crise equatoriana e servem de lição para o Brasil. Para embaixador, medidas políticas essenciais têm sido adidas, e loteamento de cargos técnicos aproxima o Brasil do mesmo drama
Após mais de sete décadas de tentativas frustradas, a solução de dois Estados parece ter chances maiores que o retrocesso político e a insurgência armada. Para diplomata, assim poderá desaparecer o carma histórico da guerra parteira da paz e semente de conflito futuro
Embora de difícil concretização, o modelo de dois Estados é o único capaz de trazer paz duradoura para a dividida sociedade israelense e alívio prolongado para o sofrido povo palestino. Para embaixador, apesar dos obstáculos e enigmas, a solução ganha momento no plano internacional
O conflito em Gaza tem resultado imponderável porque depende não só do combate no terreno, mas também da opinião pública norte-americana e do dilema iraniano. Para embaixador, assim como a Guerra do Vietnã, confronto atual pode ser decidido pela política em Washington e não pelas armas
Participação dos militares na política marcou momento emblemáticos da história do Brasil e permanece em debate por conta da ideia do ‘Poder Moderador’ das Forças Armadas. Para embaixador, desatar este nó e rever Artigo 142 ainda é uma longa estrada a ser pavimentada
Turbulenta relação entre civis e militares discutida atualmente reflete tensão nascida no Império e presente na história do país desde então. Em texto inspirado no historiador José Murilo de Carvalho, diplomata avalia que as respostas a esses desafios deverão moldar o destino do papel político das Forças Armadas e são a chance de superar a histórica República Tutelada
Para pesquisadores, modelo econômico internacional gera desigualdade de renda, descontentamento social e questionamento da democracia liberal. Pois privilegia excessivamente o capital e despreza o destino da maior massa da população. Para embaixador, aí reside a principal origem do declínio das democracias