01 julho 2011

Direita e Esquerda na Terra de Macunaíma

Os polos esquerda-direita são a pior forma de identificar tendências políticas, exceto todas as outras. Difícil é distingui-los, como demonstra um exemplo extraído da atualidade brasileira: na última campanha presidencial, era notório, para quem estivesse minimamente familiarizado com o pensamento do candidato José Serra, que se ganhasse ele mexeria na política de juros e de câmbio, enquanto a candidata Dilma Rousseff, como representante da continuidade, manteria a política econômica ortodoxa em vigor. A primeira posição se encontra doutrinariamente mais à esquerda, a segunda mais à direita. No entanto, Serra foi tido como o candidato da direita, e Dilma, a da esquerda.

Assim como democracia é o pior sistema de governo, exceto todos os outros, a distinção entre esquerda e direita é o pior modo de identificar alinhamentos políticos, exceto todos os outros. Em nenhum lugar do mundo a ideologia desapareceu, levando consigo a oposição entre esquerda e direita. Difícil pode ser distingui-las, e não é de hoje. Tomem-se os casos seguintes, extraídos da história do Brasil:

• José Bonifácio, o Patriarca da Independência, ao defender o sistema monárquico e a construção do Estado em torno da figura do Imperador, opôs-se à corrente que, mais afinada com os ideais da Revolução Francesa, propugnava pela instalação do regime republicano. Ficou com fama de conservador. No entanto, constituiu-se na solitária voz que apresentou à Assembleia Constituinte de 1823 um projeto que encarava de frente a questão da escravidão. “Generosos cidadãos, que amais a vossa pátria, sabei que sem a abolição total do infame tráfico da escravatura africana, e sem a emancipação sucessiva dos atuais cativos, nunca o Brasil firmará a sua independência nacional e segurará e defenderá a sua liberal Constituição”, afirmou, no mais lúcido (e fracassado) apelo oferecido aos construtores da nova nação. Erguendo-se contra o silêncio cúmplice da maioria quase absoluta, ele delineava um programa que começaria com a extinção do tráfico e culminaria com a emancipação total. O Patriarca era de esquerda ou de direita?

• Joaquim Nabuco era monarquista e mais monarquista se tornou na indignação que lhe causou a proclamação da República. “Monarquista continuarei a ser, firme como uma rocha”, afirmou. Tradução, segundo o manual: eis alguém que se aferra ao passado e procura deter o trem da história. No entanto, ele foi também o líder da campanha abolicionista. Já o documento de fundação do Partido Republicano, firmado na famosa Convenção de Itu, em 1873, driblava a questão da escravidão, alegando que por ser uma “questão social”, e não “política”, não cabia figurar entre as bandeiras do partido. A falácia de que pode haver uma “questão social” sem ser política só escandaliza menos do que o fato que procurava esconder: o de que o partido que se propunha defender a causa republicana nascia no Brasil da iniciativa de fazendeiros, na grande maioria paulistas, donos de grandes plantéis de escravos. Quem é direita, quem é esquerda, Nabuco ou os republicanos?

• Getúlio Vargas saiu da vida e entrou para a história como ícone da esquerda. Com a obra-prima política que foi o suicídio, encurralou a direita representada pela UDN e por Carlos Lacerda e congelou para a posteridade as figuras de campeão do nacionalismo e pai dos pobres. Sobretudo, o martírio e a propaganda subsequente conseguiram o feito de revogar o outro Getúlio, o ditador do período 1930–1945, com destaque para o Estado Novo (expressão copiada do Portugal salazarista) de 1937–1945. Getúlio Vargas, visto como um todo, é de direita ou de esquerda?

Kassab e o PSD

Sorte, para Nabuco, o Andrada e, mesmo, Getúlio Vargas, que a ninguém ocorria perguntar se eram de direita ou de esquerda. O mesmo não acontece com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Ao decidir sair do DEM e fundar o Partido Social Democrático (PSD), não escapou da cobrança. Deu duas respostas, ambas antológicas. Numa, disse que o futuro partido será “levemente de esquerda”. Na outra, que não será “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”. O PSD, com isso, entrou no folclore antes de entrar para a história.


A saída de Kassab pela tangente é sintomática do estado de coisas na dicotomia esquerda-direita no Brasil. Primeiro, confirma a maldição que entre nós ronda o vocábulo “direita”. Em outros países, a começar pela França, onde surgiu a distinção entre um lado e o outro, nem os políticos nem os eleitores têm vergonha de se declarar de direita. Segundo, revela a mascarada macunaímica em que se processa a política brasileira. Em parte pelo efeito da marquetagem, cuja regra nº 1 é fazer o candidato não se definir sobre coisa alguma, em parte por um adesismo compulsivo que, se não é de hoje, ultimamente ganhou impulso, a cena política virou um carnaval de Veneza em que, por trás dos disfarces, os diferentes dançarinos instigam uns aos outros com o clássico jogo de adivinha de noitadas semelhantes – quem sou eu?, quem é você?, quer me namorar?


O mais habitual refúgio, para quem não quer se definir entre esquerda e direita, é alegar que os dois conceitos estão superados. A queda do Muro de Berlim ofereceu excelente embasamento factual a tal alegação. Se não existia a esquerda, não poderia mais existir a direita, uma vez que uma só tem existência concreta em função da outra. O raciocínio supõe que esquerda não apenas é igual a comunismo, mas, principalmente, a socialismo real. Se é verdade que, sem considerar os excêntricos casos de Cuba e da Coreia do Norte, o socialismo real desapareceu, nada garante que o comunismo, como ideal e ideologia, tenha seguido a mesma sorte. Mas não é só isso o que atesta a sobrevivência da dicotomia direita-esquerda. Antes, e principalmente, é sua validade, para efeito de identificação de doutrinas políticas, de programas partidários e de visões do mundo, no interior do universo capitalista.


O que, se não morreu, pelo menos perdeu a sua força foi a divisão das águas se fazer pela aceitação ou rejeição do capitalismo. De acordo com uma velha anedota argentina, Perón dizia, ao explicar a um interlocutor o espectro político em seu país: “Há uma extrema direita, de cunho fascista, e em seguida uma direita moderada, defensora dos valores conservadores e do livre-mercado; também há um centro, por supuesto, que reúne em parte as convicções de um lado e em parte as do outro; há uma esquerda moderada, adepta do estado do bem-estar social; e por fim uma extrema esquerda, instransigente e disposta a pegar em armas”. O interlocutor o interpelava: “Mas e os peronistas, o senhor esqueceu deles?” – “No, no”, respondia o caudilho: “Peronistas son todos. To-dos!”

Capitalistas são todos

Capitalistas, hoje em dia, son todos. Ou melhor: Hugo Chávez e os bolivarianos afirmam não ser, mas este é um caso especial, e não significa que, ao contrário dos revolucionários de pura cepa, eles prescindam dos bons serviços do capitalismo, quando lhes interessa. Capitalistas são todos, e nem por isso, nos países de processos políticos maduros (não por acaso, os países desenvolvidos), o jogo deixa de ser feito entre direita e esquerda.


É assim na Alemanha, onde os democratas–cristãos são a direita e os sociais-democratas a esquerda, e não deixam de sê-lo nem quando forçados a partilhar o mesmo governo, como ocorre atualmente. É assim na França e não deixa de sê-lo mesmo quando o eleitorado de protesto, antes cativo da esquerda, migra para as hostes da extrema direita representada pelo Front National, como vem ocorrendo nestes dias. É assim na Espanha, na Inglaterra, nos países escandinavos – e, principalmente, é assim nos Estados Unidos, onde no passado nos diziam não haver diferenças entre republicanos e democratas, ambos farinhas do mesmo saco, ou fachadas do mesmo ogro imperialista. Uma série de temas – intervencionismo estatal/livre mercado; gasto social/gasto militar; proibição/permissão do aborto; intolerância/tolerância com a imigração – desenha o corte entre republicanos (direita) e democratas (esquerda).
Ao fim e ao cabo, se não existe mais a questão de aceitar ou rejeitar o capitalismo, subsistem as questões de regulá-lo mais ou menos, de por conseguinte permitir mais ou menos intervenção estatal, e este é um dos divisores de águas entre direita e esquerda hoje em dia. Outro, que toca em cordas mais profundas, foi formulado exemplarmente por Norberto Bobbio. Para o fino pensador italiano, o que separa um lado do outro é a questão do igualitarismo. Igualitários se situam à esquerda; anti-igualitários, à direita. A igualdade em questão não é apenas a do ponto de partida, isto é, a de que todos devem ter as mesmas oportunidades. Este ponto de vista é aceitável também pela direita, desde que se reconheça que, em seguida, cada um seja recompensado segundo seus méritos. Típica da esquerda é a igualdade do ponto de chegada, isto é, a igualdade na repartição dos bens.


Para continuar resumindo, ainda que toscamente, a explanação do mestre italiano (apoio–me no livro Teoria Geral da Política, Editora Campus, 2000, pp. 297 e segs.), é preciso ainda distinguir entre desigualdades naturais e desigualdades sociais. Se as desigualdades entre os homens são naturais, não são corrigíveis; este é o ponto de vista da direita. Se são sociais, são corrigíves; este, com base no santo padroeiro Jean-Jacques Rousseau, é o ponto de vista da esquerda. Percebe-se que estamos navegando em águas profundas, em que, mais do que posicionamentos políticos, sobressaem visões do mundo e, mais do que visões do mundo, impõem-se crenças. Daí resultam não apenas tribos políticas, mas até biótipos humanos, em que à razão misturam-se as emoções. Mas se nem assim fica clara a existência, ainda hoje, e desde sempre, de uma esquerda e de uma direita, há outro pensador em que nos escorar. Millôr Fernandes ensina: “A diferença fundamental entre direita e esquerda é que a direita acredita cegamente em tudo que lhe ensinaram e a esquerda acredita cegamente em tudo que ensina”.

Por que a direita se esconde?

De volta ao rude chão da política brasileira, a direita se esconde tanto quanto a esquerda se alardeia, mas, no que conta em última análise, que é o exercício do poder, a direita continua a exibir seu fôlego de gato, enquanto a esquerda não mostra a mesma forma. Comecemos pela primeira questão: Por que a direita se esconde? Ou, dito de outra forma: Por que não se assume como tal? Uma razão pode ser o medo de confundir-se com a ditadura militar. Ainda é quente a lembrança das prisões, da censura e da tortura. Ainda estão em atividade, além disso, muitos dos quadros que apoiaram o regime, hoje entregues à ingente tarefa de refazer suas biografias. Outra razão é a hegemonia cultural exercida pelas esquerdas. A ética e a estética esquerdistas impuseram-se, ao longo do século XX, e continuam a impor-se, na literatura, no cinema, no teatro, nas artes plásticas. “A esquerda perdeu em tudo, menos na cultura”, disse Vargas Llosa.


No Brasil, da estética a questão escorregou para a etiqueta. Não é de bom-tom declarar-se, e muito menos ser declarado, de direita. “Direitista” é xingamento; já “esquerdista” é, em regra, elogio. As manipulações dos termos “fascista” e “stalinista” atestam a supremacia da esquerda no uso, em seu favor, da história do século XX. “Fascista”, no Brasil e na América Latina em geral, é usado com grande largueza, para caracterizar inimigos da esquerda como um todo. “Stalinista” é usado pela própria esquerda para safar-se de contaminação com sua versão mais doentia. O fascismo, que é a degenerescência da direita, é tomado como se valesse para toda a direita. Confunde-se a parte com o todo. Já o “stalinismo”, que é a degenerescência da esquerda, é usado como degenerescência mesmo. Procura-se distinguir a parte do todo.


Gilberto Kassab tem origem no malufismo e era filiado ao DEM, antigo PFL, antigo PDS, antiga Arena. Tem uma evidente origem no que há de mais característico na direita brasileira. Mas se o termo “direita” carrega um tal carma negativo, como assumi-lo? Quem não se sente à vontade indo para um lado, nem para outro, nem para ficar onde está, o que faz? Só lhe resta levitar. É o que fez, numa de suas respostas, ao descrever seu futuro partido como nem de direita, nem de esquerda, nem de centro. Em contraste, “esquerda” é um termo de tal prestígio que Kassab, mesmo com o DNA direitista que o caracteriza, e mesmo acompanhado, em sua nova aventura partidária, do vice-governador Guilherme Afif, com origens na Associação Comercial, e da senadora Kátia Abreu, líder do setor ruralista, ainda assim chegou a reivindicar, na outra resposta, um cantinho para seu futuro partido na esquerda. Até Paulo Maluf, numa memorável ocasião, chegou a declarar-se de esquerda.


O prestígio da esquerda vem de sua perdurável identificação com a compaixão e a justiça, ainda que tenha se imposto, na Revolução Francesa, pela guilhotina e, nas revoluções comunistas, pelos massacres e campos de concentração e reeducação. Uma última razão pela qual a direita não se assume como tal é que não precisa. Não lhe é necessário o discurso para impor-se. As políticas de direita constituem-se numa espécie de modo “default”, a opção inercial, na pilotagem da administração. Prova-o o PT, ao adotar, no poder, a política econômica ortodoxa que, quando na oposição, combatia.


Outro partido brasileiro, o PCdoB, tem ainda a coragem de ostentar a palavra “comunista” no nome, mas na vida real passou anos contentando-se com a administração das carteirinhas de estudante, em seu feudo da UNE, até ser promovido à associação com a cartolagem do futebol, desde que ganhou o Ministério dos Esportes. Ultimamente forneceu, na pessoa do deputado Aldo Rebelo, o relator de que os proprietários rurais necessitavam, para amansar o rigor ambientalista do projeto de Código Florestal. De tais evidências extrai-se uma lei: a direita não exibe sua fé, mas a pratica; a esquerda a exibe, mas não a pratica.

Graduações da direita e da esquerda

Há graduações da direita, assim como da esquerda. Deixemos de lado os extremos, ainda que a extrema direita, no mundo desenvolvido, tenha conhecido uma reencarnação na xenofobia contra os imigrantes, e, à esquerda, saudosistas do socialismo real ainda se mantenham em ilhas de admiradores do regime cubano. De um lado, sobram pelo menos duas correntes: a direita nacionalista e estatizante que, no plano internacional, teve como paradigma o gaullismo na França e, em sua versão caseira, a linha dominante no governo Geisel, e a direita internacionalista e livre-mercadista do modelo Thatcher. Do outro lado, subsistem uma esquerda ainda preservada em sua pureza ideológica, mas que promete não replicar as tiranias do passado, e uma esquerda pragmática.


As duas modalidades de esquerda são representadas, no quadro partidário brasileiro, respectivamente pelo PSOL e pelo PT. As modalidades de direita não têm representação. Se têm adeptos, estes se dissolvem no mar de partidos cuja especialidade, tão macunaimicamente brasileira, é ostentar a doutrina de não ter doutrina. A modalidade livre-mercadista da direita não ousaria jamais assumir o nome neo-liberal. Também manipulado pela esquerda, o rótulo virou palavrão.

Centro, “centrão”

Se há uma direita e uma esquerda, haverá também um centro. Mas também quando se trata de centro é preciso especificar de que centro se fala. A palavra tem duas acepções, digamos, nobres, e uma terceira galhofeira. A primeira das acepções nobres combina elementos doutrinários de direita e de esquerda. O PSDB nasceu no nicho da esquerda que cabia a seu nome de social democrata, mas no poder, no governo Fernando Henrique Cardoso, combinou o ideário original com as privatizações e a eleição do “mercado” como pilar do desenvolvimento. A segunda acepção é de centro de equilíbrio. Pode-se dizer que todo governo ocupa um centro, com vistas ao qual se erguem uma oposição de esquerda e uma de direita. Dentro dos próprios partidos, a ala (ou tendência, como se chama no PT) dominante ocupa um centro que convive com objeções à direita e à esquerda.


A acepção galhofeira, nem por isso menos relevante, aliás muito mais relevante, na política brasileira, é aquela deliciosamente chamada de “centrão”. O sufixo -ão possui um poder valorativo, na língua corrente do Brasil, que pede um rigoroso estudo filológico. Às vezes ressalta o gigantismo, real ou imaginário, de determinado empreendimento, com o propósito não expresso de incitar à admiração. É assim que os estádios de futebol passaram a chamar-se Mineirão, Batistão, Machadão, e mesmo os que ainda nem ganharam existência concreta, como o eventual e futuro estádio do Corinthians, no bairro paulistano de Itaquera, já é chamado de Itaquerão. O segundo sentido é pejorativo. Diz-se que alguém é “valentão” quando é menos valente do que alardeia. Ultimamente, o marido virou “maridão” quando é consorte de uma mulher, que ela, sim, muito mais que ele, destaca-se pela beleza, pelo charme ou pelas realizações profissionais.
O “centrão” da política, assim batizado no Congresso ao tempo do governo Sarney, e definido, pelo finado deputado Roberto Cardoso Alves, como reunião de adeptos da oração de São Francisco (“é dando que se recebe”), combina as duas acepções. É centrão porque é grande, quase sempre (ou sempre) reunindo a maioria do Congresso, e é centrão também porque, para usar outra palavra em ão, é, em termos doutrinários, uma avacalhação.


“O Brasil não tem conservadores, tem atraso”, costuma dizer o ex-presidente, aliás o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, citando Sérgio Buarque de Holanda. O atraso tem no centrão sua sede aglutinadora. Na grande maioria dos integrantes identifica-se o DNA da direita, no sentido de que igualitarismo não é com eles. Mas aceita-se de tudo. O centrão não exige carteirinha de filiação doutrinária. Está aberto a todos os que põem os interesses individuais ou de grupo acima do interesse público.


Tem-se dito que a polarização PT-PSDB na disputa da presidência da República e de certos estados-chave é uma disputa em torno de quem vai liderar o atraso. Quem sai ganhando com isso é o atraso, robustecido a cada eleição nas qualidades de fiel da balança e sócio preferencial na distribuição das prebendas do Estado, e até mesmo valorizado como player da cena política, quando é descrito como instrumento inescapável da “governabilidade”.
Com o que impõe-se voltar ao ponto de partida. Os polos esquerda-direita são a pior forma de identificar tendências políticas, exceto todas as outras. Difícil é distingui-los, como demonstram os exemplos seguintes, extraídos da atualidade brasileira:

• Na última campanha presidencial, era notório, para quem estivesse minimamente familiarizado com o pensamento do candidato José Serra, que se ganhasse ele mexeria na política de juros e de câmbio, enquanto a candidata Dilma Roussef, como representante da continuidade, manteria a política econômica ortodoxa em vigor. A primeira posição se encontra doutrinariamente mais à esquerda, a segunda mais à direita. No entanto, Serra foi tido como o candidato da direita, e Dilma a da esquerda.

• O PT, o mais bem-sucedido partido de esquerda da história do Brasil, deve sua força a alguém que não se diz de esquerda. “Se você conhece uma pessoa muito idosa que seja de esquerda é porque ela está com problemas. E se você conhece uma pessoa muito nova que é de direita, é porque ela também está com problemas. Então, quando a gente tem 60 anos, é a idade do ponto de equilíbrio, em que a gente não é nem um nem outro: a gente se transforma no meio do caminho” (presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 12 de dezembro de 2006, aos 61 anos, um mês e quinze dias de idade).


É jornalista, colunista da revista

Artigos e comentários de autores convidados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Interesse Nacional

Cadastre-se para receber nossa Newsletter