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iii-Brasil: Violência e instabilidade política impulsionam imagem negativa do país na imprensa estrangeira

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Índice de Interesse Internacional registrou maioria de menções de tom negativo a respeito do país pela primeira vez desde o início da coleta de dados

Por Daniel Buarque e Fabiana Mariutti*

iii-Brasil – 18 a 24 de abril de 2022
Visibilidade: 46 reportagens em 7 veículos analisados


Classificação das notícias:
41% Negativas
33% Neutras
26% Positivas

A percepção de um crescimento da tensão política no país e a notícia de um assassinato em Búzios, no Rio de Janeiro, ajudaram a impulsionar negativamente a imagem do Brasil na imprensa estrangeira ao longo da última semana. Pela primeira vez desde o início da coleta de dados do Índice de Interesse Internacional (iii-Brasil), do portal Interesse Nacional, as notícias de tom negativo foram maioria entre as analisadas.

Durante o período foram coletadas 46 reportagens com menções de destaque ao Brasil nos sete veículos de imprensa analisados pelo iii-Brasil. No total, foram registradas 19 referências ao país com tom negativo, 15 notícias neutras e 12 com teor positivo em relação ao Brasil.

Entenda como é calculado o iii-Brasil, levantamento sobre a imagem internacional do Brasil

As notícias negativas tiveram destaque especialmente em publicações como o jornal português Público, o espanhol El País e o argentino Clarín. Neste último, o tema de maior atenção foi a violência registrada no Brasil, com foco especial por conta do assassinato de uma argentina em Búzios. O Clarín publicou mais de uma reportagem sobre o caso, incluindo uma discussão sobre a sensação de insegurança sentida por outras pessoas do país que vivem na praia fluminense, e que dizem ter medo por conta da impunidade.

Tanto a política doméstica como internacional foram temas centrais com projeção negativa da imagem do Brasil, na última semana. Reportagens publicadas por diferentes veículos destacaram a instabilidade política do Brasil, com foco na fragilidade da democracia. A condenação do deputado Daniel Silveira, a campanha de Bolsonaro à reeleição, sua rejeição entre as mulheres e o afrouxamento das proteções aos indígenas ganharam atenção na mídia do resto do mundo.

O jornal português Público também tratou do posicionamento da política externa brasileira em relação à guerra na Ucrânia, e disse que o país “tem tido uma abordagem ambígua em relação à Rússia, desde que o país lançou a ofensiva militar na Ucrânia”, diz apontando que o país se absteve da resolução que suspende a Rússia do Conselho de Direitos Humanos devido a supostos crimes contra a humanidade na Ucrânia.

O jornal português também registrou destaque negativo ao posicionamento do vice-presidente Hamilton Mourão em relação às revelações sobre tortura durante a ditadura militar. “Vice-presidente brasileiro gosta de rir quando a questão é a tortura no tempo da ditadura”, diz o título da reportagem.

O jornal espanhol El País publicou uma reportagem desafiadora para a análise do tom usado para se referir ao Brasil. O texto sobre o decreto do fim da emergência de saúde pela Covid-19 no país tinha potencial de ser uma projeção positiva do país, mas o tom usado no texto era claramente crítico não só à medida informada publicamente, como também a atuação do governo do país em relação à pandemia desde seu início em 2020. O texto começava dizendo que o Brasil encerrava “no papel” um dos episódios mais obscuros dos últimos tempos. “O Brasil é um dos países mais afetados, com 2,7% da população mundial, somando mais de 10% dos mortos”.

Como nas semanas anteriores, notícias sobre cultura ajudaram a projetar positivamente a imagem do Brasil. Nos últimos dias, notícias sobre a volta “esperada” e “triunfante” dos desfiles de carnaval do Rio de Janeiro e São Paulo, como descrito pelo jornal britânico The Guardian, destacaram uma imagem da alegria carioca e festejos carnavalescos, que é bem comum na reputação do país no exterior, com potencial de impactar positivamente a sua imagem aos estrangeiros.

Algumas das publicações sobre carnaval, sobre política, economia e mesmo sobre direitos humanos acabaram sendo avaliadas como neutras em relação ao país por conta das nuances objetivas adotadas pelo veículo de imprensa. Algumas dessas notícias eram puramente descritivas e factuais, sem juízos de valor e sem uma abordagem que pudesse impactar a reputação do país de forma positiva ou negativa.


* Daniel Buarque é editor-executivo do Interesse Nacional, pesquisador no programa de doutorado em Relações Internacionais do Brazil Institute do King’s College London (KCL) e do IRI-Universidade de São Paulo. É jornalista, tem mestrado em Brazil in Global Perspective pelo KCL e é autor do livro “Brazil, um país do presente” (Alameda).

*Fabiana Mariutti é pesquisadora, professora e consultora em negócios internacionais; pós-doutorado, doutorado e mestrado em Administração pela Universidade de São Paulo com bacharel em Comunicação Social pela PUC Campinas, SP. Estuda a marca Brasil e temas tangenciais desde 2010. Anteriormente, trabalhou em organizações nas áreas de Estratégia, Marketing e Branding.

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