Os articulistas Raul Cutait, cirurgião, e Carlos del Nero, consultor na área de Saúde, reconhecem que, em seus 35 anos de existência, o SUS trouxe enormes benefícios para a população. Entretanto, apontam urgência na reformulação do seu complexo modelo de governança e gestão. Sem uma racionalização na aplicação dos recursos disponíveis para o setor de Saúde não há salvação. Hoje, despesas com servidores da administração pública, militares e fundos especiais nos três níveis de governo são computados apenas parcialmente, o que é gasto que privilegia grupos e, de certa forma, emprega de forma seletiva recursos que poderiam ser aplicados na ponta, de forma mais equitativa.
Com 62 anos de vivência na área médicohospitalar, o Dr. Adib Jatene resumiu, para esta revista, a trajetória da área de saúde a partir dos anos 1950. Para ele, o argumento manejado, inclusive por pessoas da área, de que não faltam recursos e os problemas são de gestão, deve ser rechaçado com ênfase. “É muito difícil ser eficiente na gestão quando há flagrante desfinanciamento”, opina. O artigo traz sugestões para o aperfeiçoamento dos serviços de assistência médica, como um serviço civil obrigatório, por dois anos, para o médico depois de formado, como pré-requisito para residência médica.