Notas de interesse de 20 de junho de 2022 – Eleições na Colômbia, imagem internacional do Brasil, risco democrático e mais
Uma seleção das principais notícias que interessam ao posicionamento internacional do Brasil na imprensa nacional e na mídia estrangeira
Uma seleção das principais notícias que interessam ao posicionamento internacional do Brasil na imprensa nacional e na mídia estrangeira
Eleições na Colômbia – Lideranças mundiais parabenizaram neste domingo o ex-guerrilheiro Gustavo Petro por sua eleição para a Presidência da Colômbia. Os presidentes do Chile, Gabriel Boric, da Argentina, Alberto Fernández, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram rápidos em seus cumprimentos ao primeiro político esquerdista a chegar ao Palácio de Nariño. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, não se pronunciou até o momento (O Globo).
Eleições na Colômbia 2 – Eleição de Petro fortalece frente de esquerda na América Latina. Expectativa a partir de agora será pela eleição presidencial brasileira, na qual o novo presidente da Colômbia apoia abertamente Luiz Inácio Lula da Silva (O Globo).
Eleições na Colômbia 3 – Mathias Alencastro: O desfecho eleitoral na Colômbia, terceira economia do continente, membro da OCDE e aliado da Otan, vai mudar o destino da América Latina. A eleição de Petro acelera a renovação programática da esquerda no continente, no esteio da vitória de Gabriel Boric no Chile. É com ele e Petro que o futuro governo brasileiro terá de reinventar a integração regional, criar uma estratégia de combate ao aquecimento global que reflita as prioridades do Sul e negociar em uníssono a cooperação industrial e energética com a China (Folha).
Eleições na Colômbia 4 – Maurício Moura: A vitória de Gustavo Petro na Colômbia é histórica por inúmeros aspectos. Será, por exemplo, o primeiro presidente eleito de esquerda e ainda terá a primeira mulher negra como vice-presidente. Nada trivial para o histórico do país. Todavia, a mensagem da opinião pública colombiana corrobora uma tendência consistente na América Latina moderna: está cada vez mais duro ser governo (Exame).
Eleições na Colômbia 5 – Oliver Stuenkel: Eleições, em princípio, representam o ápice de qualquer sistema democrático. Afinal, é justamente o poder do cidadão de definir quem governará seu país ao longo do próximo ciclo eleitoral que distingue regimes democráticos de sistemas autoritários, nos quais a elite política é escolhida e sustentada por grupos restritos. Entretanto, em vez de reafirmar o espírito democrático e promover um rico debate público sobre como lidar com os principais desafios da sociedade, eleições gerais na América Latina, ao longo dos últimos anos, têm representado, muitas vezes, a expressão do descontentamento público e uma polarização destrutiva (Estadão).
Imagem do país – Diplomatas de carreira afirmam que o assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira é o episódio com maior potencial de dano à imagem brasileira dos últimos anos. Mais do que envolver a morte de um cidadão estrangeiro em território brasileiro, coroa de forma trágica pontos do discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) cujos efeitos o Itamaraty se esforça para minimizar: ataque à imprensa, descaso com os indígenas e a entrega da Amazônia a interesses econômicos (Folha).
Crimes transnacionais – Ministros das áreas de segurança pública da América do Sul terão o primeiro encontro para debater o combate ao crime transnacional no continente, em Brasília, na próxima semana, nos dias 23 e 24 de junho. O objetivo é discutir o controle do crime organizado nas fronteiras e indicadores do Brasil (Folha).
Ameaças à democracia e o mundo – O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (18.jun.2022) que, se toma medida “drástica” contra o STF (Supremo Tribunal Federal) seria herói só “por 2 ou 3 dias”. Ele citou possíveis represálias internacionais e negou querer dar golpe. “Qualquer medida minha drástica, eu posso ser herói por 2 ou 3 dias. Como é que ficaria outros países no tocante a barreiras econômicas em relação ao Brasil? Três, 4 dias começaria a faltar coisa pelo Brasil, o Brasil num caos. É o que eles queriam.” (Poder360).
Editor-executivo do portal Interesse Nacional. Jornalista e doutor em Relações Internacionais pelo programa de PhD conjunto do King’s College London (KCL) e do IRI/USP. Mestre pelo KCL e autor dos livros Brazil’s international status and recognition as an emerging power: inconsistencies and complexities (Palgrave Macmillan), Brazil, um país do presente (Alameda Editorial), O Brazil é um país sério? (Pioneira) e O Brasil voltou? (Pioneira)
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