Editor-executivo do portal Interesse Nacional. Jornalista e doutor em Relações Internacionais pelo programa de PhD conjunto do King’s College London (KCL) e do IRI/USP. Mestre pelo KCL e autor dos livros Brazil’s international status and recognition as an emerging power: inconsistencies and complexities (Palgrave Macmillan), Brazil, um país do presente (Alameda Editorial), O Brazil é um país sério? (Pioneira) e O Brasil voltou? (Pioneira)
A identidade brasileira se manifesta na relação do país com o Ocidente e o Sul Global de maneira complexa e multifacetada, diz. O Brasil se vê como parte do Ocidente, mas também busca seu espaço no Sul Global, tentando conciliar suas raízes históricas e sua posição no mundo atual
Estudo analisa a trajetória de Estados chamados de emergentes para avaliar de forma sistemática suas chances de se tornar uma grande potência. O Brasil é reconhecido como uma potência regional, mas a economia fraca limita sua capacidade de ser um protagonista global
Discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU acerta no tom da busca brasileira por protagonismo, mas ainda falha ao não mostrar na prática uma atuação do país com capacidade de liderança global
De acordo com um estudo recém-publicado, a influência chinesa limitou o escopo da política externa brasileira, especialmente no comércio e em divergências políticas, mas também permitiu uma maior inserção do Brasil no cenário internacional, ampliando sua autonomia. Essa ampliação ocorreu graças a lacunas estruturais produzidas pelo apoio diplomático chinês na esfera global e pela convergência de agendas específicas
De um símbolo ressonante e altamente mitológico de uma coesão nacional imaginada nos anos 1950, o uniforme amarelo tornou-se um local emotivo de contestação política e luta entre as forças da direita e da esquerda brasileiras, e continua um emblema importante
A narrativa de censura, propagada em grande parte pela mídia e por figuras influentes, distorce os motivos e o contexto da medida, criando uma percepção de que o Brasil não é uma nação comprometida com o Estado de direito
Apesar de também ser criticada pela postura neutra em relação à guerra e de fazer uma defesa da paz sem muito conteúdo, Índia evita ruídos e consegue se manter relevante geopoliticamente ao adotar pragmatismo em defesa dos seus interesses
A mudança do cenário político norte-americano não aponta de forma muito clara os rumos de uma possível relação dos EUA especificamente com o Brasil – país que está longe de ser uma prioridade para o governo americano
Tensão criada pelas suspeitas de fraude nas eleições na Venezuela e pela expulsão mútua de embaixadores com a Nicarágua é um presente para o governo, que pode redirecionar sua política externa para uma defesa da democracia independentemente de amizades e simpatias ideológicas
Turbulências políticas ao longo da última década evidenciaram que a ascensão do Brasil no cenário global depende não apenas da sua economia, mas também da liderança presidencial e da capacidade de levar adiante um projeto focado em elevar o perfil internacional do país
As relações internacionais devem ser guiadas por interesses, mas a situação global mostra que a regra não está sendo seguida à risca por muitos Estados como Brasil, EUA e China, que enfrentam dificuldades em suas políticas externas por conta de “amizades”
Crise no vizinho sul-americano foi oportunidade para o Brasil demonstrar capacidade de ser um líder da região e ampliar seu status internacional, mas país nunca teve atuação decisiva para estabilizar a situação da Venezuela, que vai às urnas sob risco de violência política
A percepção crescente é de que Trump está mais próximo de ser eleito para um segundo mandato, e o mundo começa a se preparar para este cenário
Estudo diz que ‘ficar em cima do muro’ pode trazer ganhos estratégicos imediatos, mas também cria riscos significativos à medida que a polarização aumenta
Apesar de ser membro permanente do CSNU, a Rússia é um dos países que mais tentam conquistar status internacional. Uma pesquisa recente indica, entretanto, que a forma como o país tem agido não tem ajudado nesse objetivo, e isso pode servir de lição para outros Estados que querem ter mais prestígio, como o Brasil.
A busca dos Brics por maior influência na governança global é complexa e repleta de desafios internos, que podem atrapalhar sua ascensão. Enquanto o grupo continua a evoluir, sua capacidade de moldar a ordem mundial dependerá de sua habilidade em superar essas barreiras e em construir uma coesão interna mais forte, que ainda não há. […]
Estudo sugere que os países que já têm assentos permanentes no Conselho de Segurança (Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China) tendem a buscar manter o status quo, pois possuem interesses em conservar seu poder de veto e influência global
Estudo avalia a posição do governo Lula em relação ao conflito e a rejeição em condenar a ação da Rússia e indica que interesses econômicos em um aprofundamento nas relações com o Sul Global podem explicar o realinhamento diplomático do país
O modelo da China oferece uma alternativa à ordem liderada pelos EUA e é atraente para muitos, mas levanta preocupações sobre direitos humanos e valores democráticos, já a abordagem trumpista ameaça criar um mundo mais anárquico e instável
Alinhamento global é relevante para o Brasil e indica que a aposta do governo Lula em uma suposta multipolaridade da geopolítica (o que é questionado por muitos especialistas), pode fazer sentido