Cláudia Trevisan é diretora-executiva do Conselho Empresarial Brasil-China, ex-correspondente do jornal O Estado de S.Paulo nos EUA e na China, autora dos livros “Os Chineses” e “China – O Renascimento do Império” e mestre pela Escola de Estudos Internacionais Avançados da Universidade Johns Hopkins.
As distorções do modelo político americano, provocadas por elementos estruturais e aprofundadas pelas diferenças na distribuição geográfica entre os seguidores dos dois partidos que disputam o poder e uma boa dose de casuísmo. O senador republicano Mike Lee, um mês antes da eleição presidencial que deu a vitória ao democrata Joe Biden, postou, sem a a intenção de denunciar falhas no sistema representativo: “Nós não somos uma democracia”, mas defendendo então, a ideia de que a vontade da maioria não é um elemento essencial do sistema político dos Estados Unidos, o país considerado por muitos a mais antiga democracia do planeta. A relativização da vontade popular ganhou força, nos últimos anos, na retórica dos conservadores americanos, à medida que o resultado do voto direto se dissociava cada vez mais da decisão do Colégio Eleitoral, sobre quem deve presidir o país.
A revolução tecnológica provocada pelo 5G irá muito além de velocidades mais rápidas para assistirmos a séries na Netflix. A nova geração de telefonia móvel vai transformar a maneira como o mundo funciona, com a multiplicação exponencial da conexão entre dispositivos, robôs e máquinas, o uso de carros autônomos, a proliferação de cidades inteligentes e a banalização de experiências como realidade virtual.
Esse cenário não é algo abstrato que se materializará em um futuro incerto. Em 34 países do mundo, ele já é uma realidade, ainda que em estado incipiente. Na Coreia do Sul, quase 5 milhões de pessoas usam celulares conectados à quinta geração de telefonia móvel.
Não bastasse a crise doméstica que herdará, o novo ocupante do Palácio do Planalto enfrentará o mais imprevisível e turbulento cenário internacional já encontrado por um líder no Brasil – e no mundo – desde o fim da Segunda Guerra Mundial.