Jorge Arbache é secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, professor de Economia na Universidade de Brasília, secretário executivo do Fundo de Investimento Brasil-China e da Comissão de Financiamento Externo do governo federal (Cofiex), membro do Conselho Diretor do BNDES e da Logigas, colunista de negócios do Valor Econômico, autor de livros e blogueiro. Suas ocupações anteriores incluem a de economista-chefe no Ministério do Planejamento, assessor econômico sênior da Presidência do BNDES e economista sênior do Banco Mundial em Washington, D.C. Arbache está especialmente interessado em temas como crescimento econômico, comércio, investimento, produtividade, inovação, tecnologia, competitividade, serviços e economia digital. Arbache é Ph.D em economia e bacharel em economia e direito.
O Brasil passou por uma das maiores crises econômicas da sua história. A crise teve causas mais imediatas associadas à situação política e à exaustão do crescimento baseado no consumo e nos gastos públicos, mas também causas muito mais profundas associadas à baixa produtividade e competitividade da economia.
1. A Nova Geografia Econômica O Brasil construiu, com esforço e sacrifí- cio, uma indústria dinâmica e integra- da que ajudou o país a crescer e a se tornar uma das maiores economias do mundo. Entretanto, a indústria vem apresentando sinais de perda de dinamismo. Indicadores básicos, co- mo evolução do produto e emprego, mostram […]
Parece-nos razoável considerar que a crise econômica de 2008/09 teria sido um divisor de águas entre os séculos XX e XXI. Isto porque, de um lado, a crise fez o mundo rever dogmas que pareciam intocáveis nas últimas décadas, em especial aqueles associados ao mercado e às intervenções públicas. De outro lado, a crise levou a nocaute os Estados Unidos e o projeto Europa, acelerou o fim da era japonesa de potência econômica e deu vazão para que os BRICS assumissem crescente protagonismo.