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Daniel Buarque: Brasil é visto de fora como o país mais ‘divertido’ do mundo

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Resultado do Nation Brands Index classifica Brasil como a 27ª nação mais admirada do mundo, e sua avaliação mais positiva se dá em relação à sua personalidade alegre, reforçando a ideia de que o país é percebido como sendo pouco sério

Por Daniel Buarque

O Brasil é visto internacionalmente como o país mais divertido do mundo. Ele aparece em primeiro lugar na categoria “Fun”em uma análise suplementar de personalidades nacionais desenvolvida neste ano por um dos mais respeitados índices dedicados a avaliar as imagens de diferentes países, o Nation Brands Index (NBI). 

A pesquisa consultou cidadãos de diferentes países a respeito dos traços de personalidade que eles atribuiriam a cada nação, incluindo termos como “amigável” (Nova Zelândia), “forte” (Alemanha), ou “ganancioso” (China) e “perigoso” (Rússia). O Brasil foi o mais associado à ideia de diversão, seguido pela Espanha e pela Itália.

O lado bom é que além de ser bem avaliado como divertido, pelo menos o Brasil não aparece entre os três primeiros colocados em nenhuma das avaliações negativas apresentadas pelo índice de personalidades de nações.

É um destaque interessante para o país em um ano em que o Brasil quase não teve atenção no índice. O Brasil aparece apenas na 27ª colocação no ranking de nações mais admiradas do mundo. Trata-se da mesma classificação registrada no ano passado, mas uma posição bem abaixo do 20º lugar em que o país costumava aparecer no início da década de 2010, quando vivia um momento positivo da sua imagem.

O Japão ocupa o 1º lugar geral no NBI neste ano, tornando-se o primeiro país além da Alemanha e dos Estados Unidos a assumir o topo do ranking. A Alemanha caiu para o 2º lugar pela primeira vez desde 2016, enquanto os EUA subiram da 8ª posição para o 6º lugar.

O NBI mede a percepção global sobre 60 países diferentes selecionados por sua importância política e económica em geopolítica global e no fluxo de comércio, negócios e atividades turísticas. Representação regional e, para algumas medidas, a diversidade dos sistemas políticos e económicos foram levados em consideração para tornar o estudo representativo das percepções globais. 

Realizado anualmente desde 2008, o índice tem apoio da Ipsos e é montado a partir de entrevistas com 60 mil pessoas em 20 países. Ele mede o poder e apelo da “imagem de marca” de cada país examinando as percepções globais de seis aspectos da a identidade de uma nação: exportações, governança, cultura, povo, turismo e imigração/investimento

Essa não é a primeira vez que o Brasil ganha destaque internacional dessa forma. O país já foi classificado como o mais “legal” do mundo (cool) por um levantamento realizado pela rede de TV CNN, e foi o mais bem avaliado na categoria “aventura” pelo índice Best Countries. 

Essa percepção tem um lado positivo, mas  confirma uma tendência de longo prazo sobre a imagem internacional do Brasil que não é tão favorável, a de que o país não é visto de fora como sendo sério. 

A ideia da falta de seriedade está alinhada aos resultados da maioria das pesquisas sobre as percepções sobre Brasil entre a população geral em outros países. Uma avaliação de dez estudos de imagens internacionais diferentes revelou que este traço sempre aparece quando o país é avaliado no exterior. De acordo com esses estudos globais, o mundo retrata o Brasil como um país “decorativo, mas não exatamente útil”. A imagem do Brasil está ligada a atributos leves – praia, futebol, festas -, mas a avaliação de aspectos como política, economia e sociedade costumam não ter percepção externa muito positivos.


*Daniel Buarque é colunista e editor-executivo do portal Interesse Nacional, pesquisador do pós-doutorado do Instituto de Relações Internacionais da USP e doutor em relações internacionais pelo programa de PhD conjunto do King’s College London (KCL) e do IRI/USP. É jornalista, tem mestrado em Brazil in Global Perspective pelo KCL e é autor dos livros “Brazil, um país do presente” (Alameda) e “O Brazil É um País Sério?” (Pioneira).


Artigos e comentários de autores convidados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Interesse Nacional 

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