A geodinâmica do alimento: A agroindústria, a gastronomia e a carne de laboratório no cenário internacional pós-pandemia
Em artigo, a diplomata Márcia Jabor Canizio faz um diagnóstico da realidade ambiental e gastronômica internacional e lança um alerta para a necessidade de se pensar a atuação brasileira e agir no sentido de garantir a negociação internacional ampla dos cenários que se descortinam
Em artigo, a diplomata Márcia Jabor Canizio faz um diagnóstico da realidade ambiental e gastronômica internacional e lança um alerta para a necessidade de se pensar a atuação brasileira e agir no sentido de garantir a negociação internacional ampla dos cenários que se descortinam
Por Márcia Jabor Canizio*
A gastronomia é o principal produto final do agronegócio e da indústria de alimentos e sua expressão mais sofisticada se encontra na haute cuisine. A necessidade da raça humana de se perpetuar por meio da ingestão de alimentos que, transformados em energia, dão ao ser humano a possibilidade de atuação nas diversas áreas do sistema econômico –desenvolvidas pela raça humana a partir da domesticação desse mesmo alimento, o domínio do fogo e da opção pelo sedentarismo– e evoluiu ao longo dos séculos até chegar ao ponto em que, ultrapassadas as preocupações com a mera subsistência dos indivíduos, começa-se a considerar a necessidade política de universalizar o direito ao acesso a uma gastronomia mais sofisticada.
Alain Ducasse em seu recente livro Manger est um Acte Citoyen[1] popularizou a proposta de “declaração dos direitos a uma gastronomia humanista” e, ao lado do Embaixador Faure, representante do Elysée para questões de gastronomia, têm defendido desde 2012 a necessidade de um debate exaustivo sobre o tema no âmbito da UNESCO. Inicialmente prevista para 2020, a “Paris Food Fórum”, que se realizaria em junho/julho de 2021, pretende preencher esta lacuna e contribuir com o encerramento com chave de ouro para as iniciativas no âmbito das Nações Unidas do Decênio da ONU de Ação sobre a Nutrição.
Paralelamente às reuniões no âmbito da UNESCO sobre gastronomia, e cuja última realizou-se em 2019, surgiu a iniciativa, levada a cabo pelo Secretário-Geral da ONU, António Guterres, de propor uma cúpula de alto nível, nos moldes das Reuniões sobre Segurança Alimentar da FAO e, ao invés de utilizar o termo gastronomia, introduziu o conceito de sistemas alimentares (food systems), cuja reunião preparatória realizou-se em Roma de 26 a 28 de julho de 2021. A Cúpula sobre Sistemas Alimentares realizou-se entre setembro e outubro do mesmo ano.
Quais os cenários possíveis no âmbito das discussões sobre gastronomia e sistemas alimentares depois do advento da Covid-19 e o consequente lockdown em escala global de 2020? Será 2020 considerado um divisor de águas sem precedentes na história mundial recente, com consequências significativas nos setores político, econômico, social e cultural da política internacional? É possível usar o arcabouço teórico do institucionalismo tal como defendido por Robert Keohane para esclarecer os parâmetros que pautam o comportamento dos atores que interagem na condução deste tema das relações internacionais?
A gastronomia enquanto tema internacional é assunto recente, tendo sido explorado essencialmente pela França, onde há significativa bibliografia nele centrada. A FAO, por seu lado, centra-se mais nos aspectos da fome e da segurança alimentar e deixa de lado aspectos culturais e humanistas.
Este artigo é resultado de conversas paralelas com representantes do governo francês e professores no âmbito do curso de altos estudos do sabor e das artes da mesa que realizei em 2018/19 na França (Universidade de Reims et Cordon Bleu Paris). O livro, publicado em versão digital, que resultou de tais conversas constitui working paper que pretende facilitar um processo decisório proativo e não a política reativa a que tantos brasileiros se habituaram ao longo deste novo século XXI
Milênios de descobertas e o novo mapa geogastronomico
Os séculos através dos quais as descobertas humanas relativamente ao manejo do alimento e de seus subprodutos resultou, por um lado, na globalização dos gêneros alimentícios (tomate, cacau, batatas originários das Américas e hoje em dia encontrados em toda parte são alguns exemplos do processo de alteração dos sistemas alimentares regionais originais), e, por outro, na polarização dos centros de produção de conhecimento e tecnologia entre França e Suíça, na Europa, e EUA, no continente americano. O mapa mundial dos processos de dominação do conhecimento sobre o alimento refletiu-se na indústria alimentícia. Kellog e Quaker Oats nos EUA e Nestlé na Suiça.
A Nestlé, maior empresa de produtos alimentícios do mundo desde 2014, tem sua matriz localizada em Vevey, na Suíça e apresentou um lucro de US$ 91,43 bilhões em 2018. Vinte e nove marcas afiliadas da Nestlé tiveram vendas anuais superiores a US$ 1 bilhão em 2018, incluindo Nespresso, Nescafé, KitKat, Smarties, Nesquit, Stouffer’s, Vittel e Maggi. A Nestlé tem 447 fábricas e sua penetração é mundial, operando em 189 países com cerca de 339 mil empregados. É também a principal acionista da L’Oréal, empresa de cosméticos. Suas origens remontam à fusão de duas empresas: a Anglo-Swiss Milk Company, criada em 1866, e a Farinha Láctea Henri Nestlé de 1867. Em 2019, a companhia entrou na área de produção de carne vegetal com seu Incredible and Awesome Burger (da Garden Gourmet ou da Sweet Earth). Em 2020, a Nestlé anunciou outros produtos de base vegetal utilizando a soja como as salsichas de tipo chorizo[1].
Essa tendência de diversificar os produtos alimentícios na direção da carne vegetal surgiu ao longo dos anos 2010 em razão da recente propaganda de cunho ambiental que favorecia os produtos de origem vegetal em detrimento daqueles oriundos dos animais. A propaganda gastronômico-ambientalista em prol de alimentos orgânicos nos anos 1990 e de alimentos de origem vegetal em detrimento dos de origem animal nos decênios seguintes teria impactos significativos nas mesas estreladas e não estreladas do mundo, o que incentivaria a indústria alimentícia a, mais cedo ou mais tarde, se adaptar às novas tendências.
Se em algum momento da história econômica da humanidade a mesa dominou a economia, ditando os produtos que deveriam ser comercializados, será que haverá momentos em que a necessidade econômica dominará as mesas (no caso, a necessidade de conservação do meio ambiente)? Estaremos à mercê de uma nova fase semelhante à da introdução da margarina vegetal nos hábitos alimentares populares durante a Segunda Guerra Mundial, em que nos ocuparemos em formar hábitos e ensinar a população a encontrar prazer gustativo em determinados sabores independentemente do fator químico da existência dos aminoácidos responsáveis pela produção dos hormônios do prazer e da felicidade? Seremos capazes de produzir alimentos de origem vegetal contando a mesma quantidade relativa de proteína dos alimentos de origem animal? Assim como foi feito com a adição artificial de vitaminas ao leite pelos norte-americanos, acabaremos por nos alimentar de proteínas artificiais feitas em laboratório? Sintetizar… Será nosso lema futuro?
Aconteceu o inevitável: as preocupações ambientais e estudos sobre como reduzir o impacto que as alterações ambientais terão sobre o clima do planeta chegaram às seguintes descobertas:
(1) No período de 2007/2016 as atividades agrícolas, de coleta florestal e outras atividades ligadas à utilização das terras e florestas representam cerca de 13% das emissões mundiais de gás carbônico (CO²), 44℅ das emissões mundiais de gás metano (CH4) e 82% das emissões de óxido de nitrato (N²O) provenientes das atividades humanas. Grupo de especialistas intergovernamentais sobre a evolução do clima (GIEC) relatou que do conjunto de emissões de gás de efeito estufa originário das atividades humanas (GES anthropique 52 Gt) a agricultura contribuiu na média mundial com 23% das emissões, dentre as quais as diferentes atividades agrícolas se encontram assim representadas:
- a) fermentação gástrica de ruminantes que libera metano (CH4)
- b) os efluentes (barragens, húmus, esgoto) que emitem metano e óxido de nitrato emitidos por construção ao tempo de estocagem e de aplicação de fertilizantes dos efluentes sobre o solo;
- c) a produção de alimentos (soja, milho, orgo…) que emitem óxido de nitrato (fertilização dos campos) e gás carbônico ( energia);
- d) O consumo de energia nos galpões de pecuária intensiva fonte de gás carbônico[2].
Tais cifras foram consideradas suficientes para alarmar a comunidade científica, em especial em razão da produção de gás metano (25 vezes mais potente do que o gás carbônico sobre o efeito estufa). A lógica decorrente desse diagnóstico seria fazer a indústria voltar-se para a carne vegetal ou para a carne feita a partir de cultura de células-tronco em laboratório –ambas as atividades não incluiriam a fermentação gástrica dos ruminantes, reduzindo logicamente a emissão de gás metano.
Resta, porém, calcular se o processo produtivo dessas novas atividades em escala global não engendraria a emissão de gás carbônico em nível equivalente ou maior que o metano dos ruminantes. A questão seria: se, em termos econômicos e ambientais, a conversão do modo de produção agropecuário de proteína animal em modo de laboratório para atender à população mundial valeria a relação custo/benefício da alteração radical da lógica produtiva? E se simplesmente fosse alterada a ração dos ruminantes reduzindo a fermentação gástrica com a adição de linhaça na alimentação do gado? [3].
Qualquer atitude precipitada parece temerária, mas o que efetivamente vem ocorrendo são investimentos em fábricas de proteína vegetal e em fábricas-laboratório de cultura de células-tronco de origem animal desde 2010.
A moda vegana é recente se comparada ao Jubileu de Ouro das ações coletivas no âmbito das Nações Unidas em prol da conservação da natureza, proteção da biodiversidade e adaptação tecnológica para a proteção do meio ambiente. O banimento dos produtos de origem animal do consumo diário da raça humana é uma proposta radical e relativamente recente. A fim de adaptar-se não somente à proposta vegana, mas às demandas políticas de ambientalistas, a indústria alimentícia voltou-se para novas modalidades de produção de alimentos, nem sempre guiadas pela lógica de optimização dos recursos disponíveis. Em agosto de 2019, nos EUA, cinco empresas de produção de carne e peixe à base de cultura de células-tronco –Memphis Meats, Just, Foode &Goode, BlueNalu, Finless Foods– fundaram a AMPS (Associação para a Inovação na fabricação de carnes, aves e peixes) para defender politicamente o setor de inovações na produção de alimentos e obter o acesso livre ao mercado de consumo.
Já o Good Food Institute tenta obter junto ao FDA e o USDA o tratamento igualitário e o mesmo quadro regulamentar aplicado ao rebanho e às aves para os produtos inovadores derivados de carnes, aves e peixes obtidos a partir de cultura de células-tronco. A União Europeia já possui regulamentação para os novel foods adotada em 2015. Em suma, o lobby em defesa das carnes oriundas da cultura de células-tronco está em plena expansão nos principais centros de comércio mundial.
Cenários e conclusões.
Em 16 de março de 2020, anunciou-se o primeiro lockdown ( confinamento) em escala mundial para conter a disseminação do vírus causador da Covid-19, cuja origem era atribuída a algum tipo de alimento, muito provavelmente o salmão consumido na China, como foi o caso da H1N1 em 2008/09, conhecida como gripe aviária, transmitida pelo frango, também consumido na China.
Reuniões de todo o tipo, inclusive a Paris Food Forum, foram adiadas, inicialmente para junho/ julho de 2020, quando se esperava que os efeitos da pandemia tivessem sido debelados, mas após algum tempo o adiamento de eventos passou para o periodo de um ano. A Paris Food Forum deveria realizar-se em Junho/Julho de 2021, assim como outros eventos, como as Olimpíadas de Tóquio, originalmente prevista para 2020, mas não impediu a convocação da cúpula sobre sistemas alimentares para 2021.
A paralização generalizada não impediu, igualmente, que, em 2020, o prêmio Nobel da Paz fosse concedido ao Programa das Nações Unidas para o Combate à Fome ligado à FAO (Food and Agriculture Organization) sob a alegação de que a melhor vacina ainda é o alimento, o que traduz a importancia do trabalho realizado pelo referido Programa das Nações Unidas no último decênio, em especial no período posterior a 2016.
O alimento continua sendo o principal fulcro da questão –como afinal sempre foi já que é o alimento que garante a perpetuação da espécie e é motor essencial na engrenagem econômica do modo de produção capitalista. A dimensão catastrófica que se descortina diante de todos nós equivale à gripe espanhola, à peste negra ou, mais recentemente, à destruição provocada pela Segunda Guerra Mundial no conjunto do sistema internacional. O que de fato ocorreu é que, entre outras coisas, a guerra tornou-se também a oportunidade de criação de hábitos simpáticos ao consumo de margarina vegetal, entre outras novidades da indústria alimentícia em expansão. Em razão da escassez absoluta de provisões, o uso de carnês de racionamento alimentício restringia o escopo de consumo e obrigava à adoção de produtos de uma cesta básica fornecida pelo governo –norteamericano, inglês ou francês etc— e calculada com base no número de integrantes do núcleo familiar.
Embora a segunda guerra mundial seja o exemplo de uma situação-limite, observa-se que o lockdown prolongado e a falência de muitos pequenos empreendimentos gerou um acréscimo na taxa de desemprego com a consequente redução das possibilidades de consumo de maior parte da população, a retração econômica e alteração nos padrões do perfil alimentar da maioria em muitos países com a queda do consumo de bens de luxo e supérfluos.
Até o momento, o que está claro na conjunção geogastronômica pós-confinamento é a patente intenção norte-americana de enfraquecer os alicerces gastro-econômicos franceses e da União Europeia por meio de:
- (a) redução drástica do consumo mundial de bens gastronômicos de luxo em geral;
- (b) banimento amplo, geral e irrestrito do foie gras e sua substituição pela versão britânica do patê de fígado;
- (c) redução da margem de atuação econômico-financeira dos setores de restauração, hotelaria e turismo tanto o francês e da União Europeia, quanto o mundial, provocando uma oligopolização desses setores;
- (d) reestruturação dos padrões geogastronomicos pelo rearranjo das forças dominantes provocando alterações no poder de barganha das potências da União Europeia e até certo ponto da China e do Japão
- (e) em suma, induziu-se uma crise cíclica, típica do sistema capitalista, com o lockdown recomendado pela OMS, para obter-se o knockdown geopolítico e assegurar a preponderância norte-americana no cenário internacional.
Conforme alinhavado neste artigo, o tema gastronômico apresenta um perfil institucional frouxo, perpassando subsidiariamente outros assuntos, como o comércio na OMC, o meio ambiente na Conferência de Paris de 2015 ou na COP 26 de Glasgow, ou no formato técnico da FAO, com ênfase na segurança alimentar e no combate à fome.
Sua vertente mais política e abstrata, sistematizando o tema a partir da esfera dos direitos primordiais do ser humano. e da manifestação das vontades políticas da comunidade das Nações ainda está incipiente e seu florescimento corre intenso risco frente às pressões anglo-norte-americanas.
A Cúpula dos Sistemas Alimentares poderia ter sido considerada um primeiro passo se seus resultados não tivessem sido tão tímidos e vagos e sua repercussão tão pobre e desprezível. As intenções manifestadas pelas Nações foram imprecisas e não formaram um corpo específico de manifestações comuns politicamente acordadas. O tema seria importante demais para que os Estados quisessem se comprometer num documento formal de intenções compartilhadas? À Cúpula dos Sistemas Alimentares coube o triste papel de “formar grupos para esvaziar o tema”? Esse fracasso consubstanciado nos resultados difusos e imprecisos da Cúpula e a falta de percepção das ligações entre a temática dos sistemas alimentares com as questões ambientais discutidas na COP 26 de Glasgow e seu comprometimento com a redução das emissões de carbono e de metano na atmosfera aprofundaram o vácuo institucional do tema gastronomia no âmbito da comunidade internacional.
É possível que o arcabouço institucional comece a se delinear em futuro próximo, mas a tensão existente entre EUA e União Europeia pelo papel de liderança na condução dos rumos a tomar e seu desenvolvimento permanecerão na linha de frente como obstáculo à plena consolidação das ações nesse âmbito.
Os cenários futuros que parecem se descortinar diante de nossas vidas, de modo algum são promissores para um país como o Brasil que perdeu sua importância relativa ao longo dos cerca de 70 anos que nos separam do momento de criação do sistema de Bretton Woods e das Nações Unidas. Resta-nos a pouca margem de atuação em negociações multilaterais, já combalidos que estamos pelo alinhamento com as políticas de Donald Trump, que embora beneficiassem os norte-americanos, não eram benéficas para o Brasil em razão das diferenças entre interesses e capacidades tangíveis dos dois paises.
Tendo em vista a importância relativa do Brasil, tentar organizar um momentum de confluência internacional de interesses que, se não nos beneficiar totalmente, não nos prejudique tanto, tendo em vista o peso da agropecuária no PIB nacional, seria a alternativa lógica.
Esses elementos, não exaustivos, de diagnóstico da realidade ambiental e gastronômica internacional têm por finalidade lançar um alerta para a necessidade de se pensar a atuação brasileira e agir no sentido de garantir a negociação internacional ampla dos cenários que descortinam neste próximo quartel de século. No limite, surge o vislumbre da possibilidade de alteração da lógica econômica do modo de produção capitalista em direção a uma maior automação, à substituição da agricultura e pecuária extensivos pela cultura de células-tronco em laboratório para suprir as necessidades nutricionais da humanidade. Seremos capazes de enfrentar esse futuro?
*Márcia Jabor Canizio é diplomata, mestre em relações internacionais pelo IRI/PUC-RIO, em administração pública pela JFK School oficial Government da Universidade de Harvard e detém o Diplôme des Hautes études et Arts de la Table da Universidade de Reims, Ardennes-Champagne , juntamente com o Cordon Bleu Paris . O artigo é escrito a título pessoal e não veicula necessariamente posições nem perspectiva do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
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Referências:
[1] Wikipedia.
[2] Luneau, Gilles; Stesk Barbare – hold-up vegan sur l’ assiette; Éditions de l’ Aube, 2020
[3] Luneau, ibidem, page 213.
Editor-executivo do portal Interesse Nacional. Jornalista e doutor em Relações Internacionais pelo programa de PhD conjunto do King’s College London (KCL) e do IRI/USP. Mestre pelo KCL e autor dos livros Brazil’s international status and recognition as an emerging power: inconsistencies and complexities (Palgrave Macmillan), Brazil, um país do presente (Alameda Editorial), O Brazil é um país sério? (Pioneira) e O Brasil voltou? (Pioneira)
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