21 outubro 2025 Com proximidade da COP30, temas ambientais passam a dominar atenção sobre o país no exterior
A menos de um mês da conferência global para o clima, que vai ser realizada em Belém, diferentes abordagens sobre a proteção ambiental passam a ter cobertura da imprensa estrangeira ao tratar do Brasil
iii-Brasil – de 13 a 19/09/2025
Visibilidade: 52 reportagens em 7 veículos analisados
Classificação das notícias:
44% Neutras
21% Negativas
35% Positivas
A menos de um mês do início da conferência do clima da ONU, COP30, em Belém, a imprensa internacional começa a aumentar a sua cobertura jornalística sobre temas ambientais relacionados ao Brasil. Diferentes abordagens apareceram nos principais veículos estrangeiros ao longo da última semana, destacando a liderança brasileira nos esforços contra o aquecimento global, mas também problemas relacionados ao desmatamento e a falhas na proteção das florestas.
No total, foram registrados na segunda semana completa de outubro 52 textos com menção ao Brasil nos sete veículos analisados, volume abaixo da média semanal do Índice de Interesse Internacional (iii-Brasil). O período registrou uma maioria de textos de tom neutro (44%), 35% de menções positivas e 21% de repercussão negativa.
Entenda como funciona o Índice de Interesse Internacional (iii-Brasil)
No português Público, um dos principais destaques foi uma reportagem sobre como o país continua registrando casos de produção ilegal de gado com destruição da floresta. “Estado brasileiro que acolhe a COP30 tem criação de gado ilegal exportado para a UE” (União Europeia), diz a reportagem.
“Relatório da organização Human Rights Watch denuncia atividade ilegal no estado amazônico do Pará, contribuindo para a desflorestação e para a perda da vida sociocultural da população local”, diz.
O estudo teve destaque negativo também no espanhol El País:
“Lavagem de carne suja. Este é o conceito-chave para entender como funciona o principal motor do desmatamento na Amazônia brasileira: a abertura de pastagens para a pecuária. A carne que chega às prateleiras dos supermercados na Europa, Ásia e nos Estados Unidos vem, em grande parte, de terras desmatadas ilegalmente, e as grandes empresas produtoras, embora se esforcem cada vez mais para verificar a origem de seus produtos, não conseguem comprovar cabalmente que eles estão livres de pecado”.
No britânico The Guardian a cobertura tem um tom mais positivo, com uma reportagem exclusiva sobre propostas do país para a conferência.
“O Brasil pedirá aos países que quadrupliquem o uso global de ‘combustíveis sustentáveis’, incluindo biocombustíveis controversos, apesar das preocupações de especialistas ambientais. (…) O Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol, um dos vários tipos de biocombustível. O documento argumenta que os biocombustíveis – feitos a partir de uma ampla variedade de matéria orgânica, como a cana-de-açúcar no caso do etanol – substituirão os combustíveis fósseis e que representam um benefício para o clima e o meio ambiente, diz.
Dois textos no Público com tom positivo para a reputação do Brasil no exterior abordam a saída do Brasil do Mapa da Fome, segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado em julho de 2025.
Um deles trata-se de um texto de opinião de autoria do Presidente Lula no dia 13 de outubro, intitulado “A existência da fome é uma escolha política”, que relata os dados oficiais do relatório da FAO em que 26,5 milhões de brasileiros estão fora da linha de pobreza desde o início de 2023. Na íntegra, um trecho da publicação – “A fome não é uma condição natural da humanidade, nem é uma tragédia inevitável: ela é fruto de escolhas de governos e de sistemas econômicos que optaram por fechar os olhos para as desigualdades. Ou mesmo promovê-las”.
O outro texto, ainda com referência ao Presidente Lula em sua visita ao Vaticano e encontro com o Papa Leão, registra tal saída significativa em que a subnutrição na população brasileira caiu para menos de 2,5%, cujo resultado positivo está na implementação de políticas públicas eficazes e no fortalecimento da rede de proteção social do país.
Outro texto com teor positivo celebra a cultura literária brasileira sobre uma poetisa brasileira no Clarín, que retrata no livro “La Vida Submarina”:
“Há um conhecimento na desordem”, diz Ana Martins Marques em um de seus poemas, algo que se revela na atenção a esse conglomerado de matérias, circunstâncias, imprevistos, como a vida impura que as ondas do mar arrastam para a praia:
“Plástico, estrelas, valvas, cabelos. Oferendas para a luz inútil do dia”.
Retrospectiva
Desde o início de abril de 2022, o iii-Brasil coletou e analisou em média 58 reportagens por semana com menções de destaque ao país nos sete veículos de imprensa analisados.
Ao longo do levantamento, o iii-Brasil registrou em média 52% de reportagens de tom neutro, 27% de menções com tom negativo e 21% de textos positivos sobre o país.
O Índice de Interesse Internacional (iii-Brasil) é uma análise da imagem do país realizada a partir de um levantamento sistemático de dados sobre notícias que mencionam o Brasil a cada semana em sete publicações internacionais, selecionadas como representativas da imprensa internacional por serem reconhecidas internacionalmente como “newspapers of record”. São elas: The Guardian (Reino Unido), The New York Times (Estados Unidos), El País (Espanha), Le Monde (França), Clarín (Argentina), Público (Portugal) e China Daily (China). O iii-Brasil é produzido semanalmente pela equipe do portal Interesse Nacional e pela pesquisadora Fabiana Gondim Mariutti atua como pesquisadora, professora universitária e consultora. Ph.D. na Inglaterra, pós-doutorado, doutorado e mestrado em Administração, bacharel em Comunicação Social no Brasil e senior high school year nos EUA. Estuda a imagem, reputação e marca Brasil desde 2010. Interesse nas áreas de Place Branding e Public Diplomacy. Nomeada Place Brand Expert pelo The Place Brand Observer, na Suíça. Colunista no Portal Interesse Nacional e do iii-Brasil. Autora de artigos científicos, dois livros e sete capítulos de livros. Em 2025, no Handbook on Public Diplomacy, publica o capítulo "The Brazilian way: Public diplomacy as a means for positive image and global prestige"
Artigos e comentários de autores convidados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Interesse Nacional
