Guerras ensombrearam 2024; IA pode revelar surpresas para 2025
José Eli da Veiga diz que, do ponto de vista da sustentabilidade, é difícil imaginar alguma coisa que seja mais contrária à ideia do que a guerra
Para o professor José Eli da Veiga, é difícil, sob o ponto de vista da sustentabilidade, fazer qualquer observação que seja positiva a respeito de 2024. Ainda assim, ele destaca as guerras entre Rússia e Ucrânia e a de Israel contra os palestinos apenas para sublinhar ser difícil “imaginar alguma coisa que seja mais contrária à ideia de sustentabilidade do que guerra”.
“Não tem coisa mais irracional, na verdade, acho que é importante pensar um pouco no imenso sacrifício feito pelos povos desses países, mas, principalmente, por exemplo, eu penso nos imensos prejuízos que o povo da Ucrânia se submeteu nesse período – e continua. O mais irônico é que, eventualmente, tem uma ideia inversa que acha que faz algum sentido o ataque russo. As últimas notícias têm mostrado que os resultados para o próprio regime russo são dos mais negativos”.
E o que esperar para 2025? Incógnitas à parte, Eli da Veiga coloca em primeiro plano as surpresas reservadas pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos. E também, algo que não pode ser deixado de lado, a questão da inteligência artificial.
“Eu acho que o ano de 2024 mostrou inúmeros aspectos da inteligência artificial que precisam ser levados em conta e que, evidentemente, comportam tanto promessas interessantíssimas quanto cada vez mais riscos”.
“É sempre assim com o avanço tecnológico e, nesse caso, particularmente sério. Mas eu queria, de qualquer forma, chamar a atenção para o fato do que está sendo chamado de economia da inteligência artificial, quer dizer, os efeitos sistêmicos que ela terá, que são diferentes daqueles que nós já podemos observar, porque agora a gente está observando a inteligência artificial na saúde, aqui e ali, nesse ou naquele setor, mas a ideia de economia da inteligência artificial, que é o que provavelmente nós vamos conhecer, o comecinho desse processo em 2025, eu acho que serve para nos dar algum tipo de esperança para não fazer com que essa última coluna do ano seja somente negativa.”
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