16 maio 2023

iii-Brasil: Homenagens a Rita Lee impulsionam imagem positiva do Brasil no mundo

Morte da cantora brasileira gerou uma grande visibilidade para o país na imprensa estrangeira, destacando de forma favorável seu papel no desenvolvimento na música e sua influência sobre artistas de todo o mundo

Morte da cantora brasileira gerou uma grande visibilidade para o país na imprensa estrangeira, destacando de forma favorável seu papel no desenvolvimento na música e sua influência sobre artistas de todo o mundo

Por Daniel Buarque e Fabiana Mariutti*

iii-Brasil – de 8 a 14 de maio de 2023

Visibilidade: 59 reportagens em 7 veículos analisados

Classificação das notícias:

46% Neutras

15% Negativas

39% Positivas

A morte de Rita Lee gerou ampla visibilidade internacional para o Brasil, com uma série de homenagens em veículos de imprensa estrangeiros, o que impulsionou positivamente a imagem do país no exterior. Este foi o principal tema relacionado ao país na mídia internacional na última semana, e um em cada cinco textos relacionados ao Brasil no período analisado abordavam a cantora brasileira, tratada quase sempre como uma referência fundamental da música do país e à emancipação da mulher brasileira.

No total, foram registrados na segunda semana de maio 59 textos com menção ao Brasil nos sete veículos analisados, volume acima da média semanal do Índice de Interesse Internacional (iii-Brasil). A maior proporção dos textos teve tom neutro, atingindo 46% da cobertura sobre o país. As reportagens de tom positivo foram 39% e as negativas foram apenas 15%. 

https://interessenacional.com.br/edicoes-posts/entenda-como-funciona-o-indice-de-interesse-internacional-monitoramento-de-noticias-sobre-o-brasil-no-exterior/

A morte de Rita Lee foi abordada por reportagens em seis dos sete veículos analisados pelo levantamento. Apenas o China Daily (que normalmente não tem uma ampla cobertura relacionada a cultura) deixou de tratar da cantora brasileira.

O jornal francês Le Monde chama a cantora de “emblema feminista e superestrela do rock brasileiro”. Segundo a reportagem, “ela  havia desafiado várias vezes o rótulo de ‘rainha do rock brasileiro’, considerado ‘cafona’, e ao qual, segundo ela, teria preferido muito o de ‘padroeira da liberdade’. Emblema do início do feminismo, contundente, Rita Lee amava o amor, a sensualidade e a liberdade de expressão. Do rock, ela pegou emprestados os códigos e as guitarras; do Brasil e da bossa-nova, a voz abafada e o culto ao prazer dos sentidos.”

Segundo o jornal britânico The Guardian, Lee era a “rainha inquestionável do rock brasileiro”. “O enorme número de seguidores domésticos de Rita Lee foi acompanhado por um exército de fãs internacionais, supostamente variando do cantor do Nirvana Kurt Cobain ao rei Charles”, diz. O jornal americano The New York Times também destacou o alcance global da obra de Lee: “Kurt Cobain, David Byrne e Beck estão entre os muitos inovadores musicais que aclamaram a obra subversiva d’Os Mutantes”, diz.

O espanhol El País argumentou que ela era “celebrada por seus compatriotas como uma das maiores compositoras pop em português, feminista e defensora de direitos e liberdades desde os anos da ditadura, quando sua carreira artística começou e a censura era algo diário”.

Retrospectiva 

Desde o início de abril de 2022, o iii-Brasil coletou e analisou em média 70 reportagens por semana com menções de destaque ao país nos sete veículos de imprensa analisados. 

Ao longo do levantamento, o iii-Brasil registrou em média 49% de reportagens de tom neutro, 33% de menções com tom negativo e 18% de textos positivos sobre o país. 


*Daniel Buarque é editor-executivo do Interesse Nacional, pesquisador do pós-doutorado do IRI-USP, doutor em relações internacionais pelo programa de PhD conjunto do King’s College London (KCL) e do IRI/USP. É jornalista, tem mestrado em Brazil in Global Perspective pelo KCL e é autor dos livros “Brazil, um país do presente” (Alameda) e “O Brazil É um País Sério?” (Pioneira).
Fabiana Mariutti atua como pesquisadora, professora universitária e consultora; obteve pós-doutorado, doutorado e mestrado em Administração e bacharel em Comunicação Social. Estuda a imagem, reputação e marca Brasil desde 2010. Autora dos livros: “Country Reputation: The Case of Brazil in the United Kingdom: Four Stakeholders’ Perspectives on Brazil’s Brand Image(2017) e Country Brand Identity: Communication of the Brazil Brand in the United States of America (2013).

O Índice de Interesse Internacional (iii-Brasil) é uma análise da imagem do país realizada a partir de um levantamento sistemático de dados sobre notícias que mencionam o Brasil a cada semana em sete publicações internacionais, selecionadas como representativas da imprensa internacional por serem reconhecidas internacionalmente como “newspapers of record”. São elas: The Guardian (Reino Unido), The New York Times (Estados Unidos), El País (Espanha), Le Monde (França), Clarín (Argentina), Público (Portugal) e China Daily (China). O iii-Brasil é produzido semanalmente pela equipe do portal Interesse Nacional e pela pesquisadora Fabiana Mariutti. Professora universitária e consultora; obteve pós-doutorado, doutorado e mestrado em Administração e bacharel em Comunicação Social. Estuda a imagem, reputação e marca Brasil desde 2010. Interesse nas áreas de Place Branding e Public Diplomacy. Nomeada Place Brand Expert pelo The Place Brand Observer, na Suíça. Autora do recente artigo: “When place brand and place logo matches: VRIO applied to Place Branding”, de dois livros e sete capítulos de livros. 

Artigos e comentários de autores convidados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Interesse Nacional

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