Impactos no Brasil da compra do Twitter, choque de commodities e mais notas de interesse de 27 de abril de 2022
Uma seleção das principais notícias que interessam ao posicionamento internacional do Brasil na imprensa nacional e na mídia estrangeira.
Uma seleção das principais notícias que interessam ao posicionamento internacional do Brasil na imprensa nacional e na mídia estrangeira.
Twitter e Brasil – A compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk criou expectativas no mundo inteiro sobre a possibilidade de mudanças nas políticas da plataforma. No Brasil, há preocupação com o impacto na campanha eleitoral. O empresário sinalizou menos controle e moderação de publicações na plataforma, o que pode abrir margem para a disseminação de fake news; autenticação de usuários para combater robôs; e a abertura do algorítimo, o que permitiria aos usuários entender a ordenação das postagens que aparecem em suas páginas. Especialistas analisam possíveis mudanças no Twitter e impacto nas eleições brasileiras (O Globo).
Twitter e Brasil 2 – Um dia após o anúncio da venda do Twitter para o bilionário Elon Musk, ardoroso defensor da liberdade de expressão e de menos moderação nas redes sociais, perfis da extrema-direita nos Estados e no Brasil, tiveram um aumento súbito de novos seguidores cujos perfis têm características de bots, os famosos robôs. A denúncia é do fundador do site Bot Sentinel, plataforma criada por Christopher Bouzy para combater a desinformação, que analisou contas de políticos americanos e do presidente Jair Bolsonaro (Congresso em Foco).
Choque de commodities – A guerra na Ucrânia deve provocar o “maior choque de commodities” desde a década de 1970, alertou o Banco Mundial. Em nova previsão divulgada, a organização avalia que o conflito vai contribuir para o aumento de preços de itens que vão do trigo ao algodão, passando pelo gás natural (BBC News Brasil).
Brasil + Guatemala – Com poucos amigos no cenário internacional, o governo de Jair Bolsonaro tem estreitado relações com a Guatemala. O país centro-americano de 17 milhões de habitantes é governado desde 2020 pelo conservador Alejandro Giammattei, que tem diversas semelhanças com o presidente brasileiro: elegeu-se com uma plataforma de defesa da vida, de valores cristãos e pregando o endurecimento contra a criminalidade. Rejeitado por grande parte dos países desenvolvidos, Bolsonaro tem buscado aliados em líderes que comungam com ele de sua ideologia conservadora. Entre seus aliados estão Viktor Orbán (Hungria), Andrzej Duda (Polônia) e Narendra Modi (Índia) (Folha).
Pandemia na China – DJ e influenciadora brasileira relata desespero de estrangeiros e chineses pela dura quarentena em Xangai. Há 32 dias, Luana Pinho não sai na rua. Ela mora em Xangai, hoje a cidade que aplica a quarentena mais rigorosa da China, sem data para terminar. Trancada em casa com seu namorado, um cachorro e dois gatos, a brasileira de 34 anos, chamada por seus fãs de Anitta da China, sente que está vivendo verdadeiro pesadelo no país que escolheu em 2013 como sua nova casa (O Globo).
Desaceleração dos unicórnios – Demissões em startups acendem sinal amarelo no mercado. Aportes milionários, contratações e expansão acelerada: nos últimos anos, as startups brasileiras se acostumaram a um ambiente de bonança. Porém, uma luz amarela se acendeu nas últimas semanas. Três “unicórnios” (startups avaliadas acima de US$ 1 bilhão) realizaram demissões em massa — antes deles, a LivUp também diminuiu pessoal. Mais do que um ajuste pontual de negócios, os cortes indicam ventos desfavoráveis no horizonte dessas empresas nacionais de tecnologia (Estadão).
Editor-executivo do portal Interesse Nacional. Jornalista e doutor em Relações Internacionais pelo programa de PhD conjunto do King’s College London (KCL) e do IRI/USP. Mestre pelo KCL e autor dos livros Brazil’s international status and recognition as an emerging power: inconsistencies and complexities (Palgrave Macmillan), Brazil, um país do presente (Alameda Editorial), O Brazil é um país sério? (Pioneira) e O Brasil voltou? (Pioneira)
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