Pesquisador e jornalista, Bruno Paes Manso explica que foi por ironia da história, que veio do sofrimento e das mazelas acumuladas no sistema penitenciário, a chama para a criação e a promoção de uma nova governança, tocada pelos próprios presos e que transformou a cena criminal paulista em primeiro lugar, e depois a nacional. Um modelo de governança criminal mediado por facções de base prisional, profissional e articulado, que se aproveita das brechas e dos erros das políticas públicas. Há estimativas da existência de mais de 50 facções espalhadas pelas prisões e quebradas de todos os estados do Brasil.
Os professores Leandro Piquet Carneiro e Fábio Ramazzini Bechara consideraram ser preciso discutir o papel central da corrupção dos agentes públicos no processo de expansão dos mercados ilícitos e das atividades criminais organizadas. Os melhores hubs para as atividades ilícitas, são encontrados em regiões que oferecem a combinação entre boa infraestrutura administrativa de serviços e mercado, porém dispõem de instituições com fraca governança e sistema de justiça deficiente.