Balanço do primeiro ano do governo do presidente Lula não pode omitir a complexidade da cena política no Brasil e no mundo nem ignorar o enorme desafio de recompor a harmonia entre os poderes, reduzindo a pressão fisiológica, recolocando a agenda nas mãos da política
De volta a Washington, em dezembro de 2013, depois de quase quatro anos como embaixador em Brasília, Thomas A. Shannon recordou afirmação que havia feito ao partir para a missão sobre o efeito salutar da crescente conectividade das sociedades dos dois países, já visível então, a despeito da distância e das turbulências ocasionais do diálogo oficial. Durante palestra no Wilson Center, Shannon lembrou: “Eu disse que nossas sociedades e nossos povos — e não nossos governos — se tornariam os principais motivadores de nosso relacionamento”. A presciente observação do diplomata, aposentado em 2018 como vice-secretário de Estado, revela o desafio criado para o Brasil pela eleição à Casa Branca, do centrista Joe Biden, e a fragorosa derrota por ele imposta ao populista Donald Trump, cujo arremedo tropical, Jair Bolsonaro, permanecerá no Palácio do Planalto.
Nasceu em Venâncio Aires (RS) em 1962. É economista, professor e político, foi presidente do IPEA de 2007 a 2012. Presidiu a Fundação Perseu Abramo de 2012 a 2020. Filiado ao PT, foi professor titular e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) de 1989 até aposentar-se em 2020. Agraciado com o Prêmio Jabuti em 2002.
Devastada ao final da Segunda Guerra Mundial, a Europa abraçou a ideia de que a criação de sociedades de maior bem-estar estaria no socialismo. Partidos de cunho social-democrata, democrata cristão, puramente socialista e comunista ganharam grande proeminência em toda parte com exceção da Península Ibérica, onde regimes autoritários se afirmaram.