A eleição de 2018 ficou marcada por dois fenômenos: a consagração da polarização na eleição presidencial, com a vitória de Jair Bolsonaro, o candidato mais radical, e a fragorosa derrota dos presidenciáveis mais ao centro, algo que se somou à redução do tamanho dos partidos centristas no Congresso Nacional. Para os bolsonaristas, era o triunfo da “nova política” contra a “velha política”. Passado um ano de mandato, o cenário se modificou: um governo atribulado e descoordenado politicamente foi salvo por lideranças centristas, que foram fundamentais para evitar que o país entrasse numa crise profunda, garantindo algumas reformas no Congresso e ajudando a segurar os ímpetos autoritários da família presidencial e de aliados – neste último caso, junto com a mídia, o STF e importantes setores da esquerda.
Não bastasse a crise doméstica que herdará, o novo ocupante do Palácio do Planalto enfrentará o mais imprevisível e turbulento cenário internacional já encontrado por um líder no Brasil – e no mundo – desde o fim da Segunda Guerra Mundial.