Os articulistas Raul Cutait, cirurgião, e Carlos del Nero, consultor na área de Saúde, reconhecem que, em seus 35 anos de existência, o SUS trouxe enormes benefícios para a população. Entretanto, apontam urgência na reformulação do seu complexo modelo de governança e gestão. Sem uma racionalização na aplicação dos recursos disponíveis para o setor de Saúde não há salvação. Hoje, despesas com servidores da administração pública, militares e fundos especiais nos três níveis de governo são computados apenas parcialmente, o que é gasto que privilegia grupos e, de certa forma, emprega de forma seletiva recursos que poderiam ser aplicados na ponta, de forma mais equitativa.
A secretária do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, e o filósofo, Renato Janine Ribeiro, destacam no artigo a quatro mãos que a realização da pauta “digital” na área pública não consiste simplesmente na inovação dessa ou daquela tecnologia tal como está sendo orientada pelas atuais — e dominantes — forças políticas e econômicas transnacionais. Ressaltam o papel crítico e capaz de produzir transformação do que entendemos como “saúde digital” de forma que essa ideia se manifeste por meio de projeto técnico, político, econômico, social, cultural e ético.
A chegada de 2016 instiga a refletir sobre a trajetória de continuidade da política econômica do segundo governo da presidente Dilma (2015 – 2018). Estaria mais para uma espécie de governo “à la” E. Dutra (1946 – 1951), que antecederia uma nova volta de Lula (como no caso de G. Vargas nas eleições de 1950); ou de segundo mandato do governo FHC (1999 – 2002), que mudou o curso original da política econômica do Plano Real 1 (1994 – 1998) e perdeu a eleição presidencial seguinte (2002) para a oposição; ou, ainda, de governos eleitos, mas que não concluíram seus mandatos (G. Vargas em 1954, J. Quadros em 1961 e J. Goulart em 1964)?