Em nova edição, revista Interesse Nacional analisa o país em artigos de Michel Temer, Carlos França, Raul Jungmann, Rubens Barbosa e outros

A revista Interesse Nacional chega em julho de 2022 a sua 58ª edição com uma coletânea de artigos que analisam o cenário político nacional e seus impactos para o posicionamento internacional do Brasil. 

A publicação traz textos de nomes importantes da política brasileira, como o ex-presidente Michel Temer, o ministro das Relações Exteriores Carlos Alberto Franco França, o embaixador Rubens Barbosa, o ex-ministro Raul Jungmann, o cientista político Fernando Abrucio, o pesquisador Thomas Traumann, o diplomata Sergio Florencio, o jornalista Humberto Saccomandi e os pesquisadores Marcos Sawaya Jank, Claudia Cheron Koenig e Leandro Gilio

Entre os temas analisados na publicação estão a discussão sobre o sistema semipresidencialista, o risco de um golpe militar e a presença de militares no governo e a despolitização das polícias. Além disso, os artigos tratam ainda da tentativa da terceira via de participar das eleições presidenciais e as diferenças das agendas eleitorais dos candidatos mais bem posicionados nas pesquisas, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.

A nova edição da Interesse Nacional também aborda a guerra entre Ucrânia e Rússia e seus reflexos pelo mundo, com foco em vulnerabilidades e oportunidades desse cenário global.

O ex-presidente Michel Temer, por exemplo, argumenta que “o sistema presidencialista está roto e esfarrapado.”o Brasil deveria considerar o semipresidencialismo como alternativa de regime no poder executivo. Para ele, atualmente, as instituições estão contra instituições, praticando desarmonia que viola a determinação constitucional. 

Já o ministro das Relações Exteriores, Caros França, escreve sobre a “diplomacia da inovação’ e o fortalecimento da imagem do Brasil como país inovador. O objetivo, como ele acentua no texto, é fazer com que mais e mais pessoas associem o Brasil à inovação ambientalmente sustentável, como um novo polo de tecnologia de ponta no mundo em desenvolvimento em tempos de transição energética global.

O ex-ministro da Reforma Agrária da Defesa e da Segurança Pública Raul Jungmann analisa o cenário político atual e argumenta que não vai haver golpe de Estado. Ele compara a situação atual à que precedeu o golpe de 1964 e diz que o contexto é diferente, o que não permite a ruptura.

O cientista político Fernando Abrúcio defende que o centro democrático pode recuperar relevância política no Brasil. Segundo ele, a terceira via tem enfrentado problemas para se unir, com brigas internas e falta de uma identidade clara, mas que é um grupo importante na política nacional.

O jornalista e pesquisador Thomas Traumann, por sua vez, compara os projetos políticos de Lula e Bolsonaro para pensar como as duas campanhas entendem o país e como essas visões acarretarão decisões distintas quando chegarem ao poder

Em artigo escrito em conjunto, os pesquisadores Marcos Sawaya Jank, Claudia Cheron Koenig e Leandro Gilio indicam caminho para o Brasil vir a ser grande participante no processo de transição energética global, com a finalidade de redução da emissão de gases de efeito estufa. 

A guerra na Ucrânia é tema de análise do diplomata Sergio Florencio, que propõe que o conflito seja visto como a confluência de movimentos de conflitos étnico-ideológicos domésticos e rivalidade entre superpotências. 

Especializado em temas internacionais, o jornalista Humberto Saccomandi escreve sobre a combinação tóxica dos efeitos da pandemia, guerra na Ucrânia e alta de juros, o que ameaça ser uma das mais graves crises econômicas globais em décadas.

Por último, o embaixador Rubens Barbosa analisa como a pandemia e o conflito entre Rússia e Ucrânia expuseram de forma dramática vulnerabilidades de todos os países em áreas sensíveis e estratégicas. No Brasil, a magnitude dos problemas deixa para um longínquo segundo plano a questão das vulnerabilidades, que perpassa diversos setores estratégicos para a segurança alimentar e a segurança nacional.

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