Karina Stange Calandrin é colunista da Interesse Nacional, professora de relações internacionais no Insper e na Uniso, pesquisadora de pós-doutorado do Instituto de Relações Internacionais da USP, doutora em relações internacionais pelo PPGRI San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP) e assessora acadêmica do Instituto Brasil-Israel
O conflito não apenas reacendeu o debate sobre a questão palestina, mas também reconfigurou a paisagem geopolítica do Oriente Médio, testando alianças, expondo vulnerabilidades e desafiando as estratégias diplomáticas das grandes potências globais
Histórico da política externa lulista distante de qualquer sinal de antissemitismo contrasta com declarações que comparam atual ação em Gaza ao Holocausto. Para professora, mudança de postura do presidente reflete pressões políticas do PT e evidenciam a necessidade de uma linguagem cuidadosa e diplomática
Posição do governo de Israel sobre a guerra e acusações de genocídio é marcada pelo ‘groupthink’, que anula divergências e cria aparência de consenso. Para pesquisadora, a capacidade de reconhecer a complexidade da guerra pode pavimentar o caminho para uma paz mais duradoura
Guerra em Gaza ampliou o debate acerca do apoio à autodeterminação e à criação de um Estado soberano para o povo judeu. Para professora, ser de esquerda em Israel é como em qualquer lugar: implica apoiar direitos trabalhistas, igualdade étnica e de gênero, justiça social, estado de direito e participação política democrática para todos e também o apoio à existência de um Estado palestino coexistindo com Israel
Lula e o Itamaraty adotam postura ambígua e contraditória ao tratar de crises internacionais como as guerras na Ucrânia e em Gaza e a tensão na Guiana. Para professora, a busca por uma diplomacia mais alinhada com princípios éticos é vital para enfrentar os desafios globais e posicionar o Brasil como um agente construtivo na cena internacional
Conflito em Gaza é um desafio complexo e delicado, que não pode ser resolvido unicamente através de operações militares. Para professora, solução baseada no diálogo e na cooperação é o caminho a seguir para alcançar a paz e a estabilidade na região