No momento em que o mundo sofre grandes transformações econômicas, tecnológicas, financeiras e mesmo militares, é pouca a atenção para as questões relacionadas a política externa e de defesa pelos dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o embaixador Rubens Barbosa apresentou a pesquisa do livro ‘Diplomacia Ambiental’, que avalia o grau de cumprimento de acordos ambientais pelo Brasil e diz que a política ambiental pode ajudar na projeção internacional do país
Centro de Defesa e Segurança Nacional (Cedesen) realizou um debate com o intuito de examinar a presença ou a ausência do Estado na Amazônia no momento em que os ilícitos se acentuam e o crime organizado ocupa crescente espaço em crimes transnacionais
Estudos mostraram como autoridades políticas podem ser cúmplices da violência das milícias e da máfia que ameaçam a agenda ambiental ao dominarem áreas da Floresta Amazônica. A retórica política pode minar a legitimidade das reivindicações indígenas à terra, e a substituição de oficiais técnicos especializados em órgãos ambientais por militares pode levar ao atraso ou obstrução dos processos de resolução de conflitos
O livro “Diplomacia Ambiental” é resultado de dois anos e meio de um intenso trabalho coordenado pelo IRICE junto à USP e oferece uma análise isenta do grau de cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil em mais de 60 normas internacionais e 15 acordos ambientais
Em artigo, a diplomata Márcia Jabor Canizio faz um diagnóstico da realidade ambiental e gastronômica internacional e lança um alerta para a necessidade de se pensar a atuação brasileira e agir no sentido de garantir a negociação internacional ampla dos cenários que se descortinam
Análise realizada por 62 pesquisadores avaliou mais de 3 mil estudos sobre os ODS e mostra que eles se infiltraram no discurso de políticos e empresários, mas quase nada mudou em suas ações, com registro de poucas novas políticas, instituições ou alocações orçamentárias destinadas a promover objetivos específicos
Eleição inédita de líder colombiano de esquerda amplia ‘onda rosa’ na região, busca integração de países vizinhos e promete uma política ambiental mais proativa e responsável na Amazônia, assumindo projeção que foi perdida pelo Brasil, explica a professora de relações internacionais Fernanda Nanci Gonçalves; com um projeto distinto dos progressistas eleitos, governo de Jair Bolsonaro fica ainda mais isolado internacionalmente e não consegue exercer liderança
Além dos danos ambientais, estudos mostram que o desmatamento ameaça direitos humanos, em particular os direitos à vida, à integridade física, a uma qualidade de vida razoável e à dignidade das comunidades marginalizadas. O Brasil é um dos casos mais preocupantes nesse sentido e, sob Bolsonaro, multiplicaram-se as redes criminosas que acentuam a destruição na Amazônia
A Conferência de Estocolmo, realizada em junho de 1972, foi um ponto de virada na forma como o mundo pensava sobre o mundo natural e os recursos que todas as nações compartilham, como o ar; ao completar cinco décadas, mundo tem uma importante oportunidade para pensar sobre os direitos e responsabilidades de desenvolvimento para o futuro, usando a diplomacia ambiental hoje para preservar e regenerar a Terra