Os próximos quatro anos serão cruciais para o Brasil e o mundo. Para pesquisadora da Australian Catholic University, a situação é desafiadora, mas apresenta uma grande oportunidade para restabelecer a posição do Brasil no mundo e mudar a marca das suas exportações agrícolas como sustentáveis e justas.
Vitória de Lula terá um efeito positivo imediato sobre a percepção externa, o que poderá levar à recuperação da credibilidade. Para isso, é preciso apresentar rápidas mudanças na política ambiental, com o combate aos ilícitos na Amazônia, a redução do desmatamento, das queimadas e do garimpo ilegal
Propostas de candidatos a presidente não refletem mudanças no cenário global, repetem planos já testados no passado e falham ao não indicar aspectos relevantes que terão impacto sobre as políticas econômicas, comerciais e de defesa nos próximos anos
O vácuo de soberania existente em partes da Amazônia e a ausência de uma política externa proativa na América do Sul abrem caminho para que iniciativas novas, como o convite colombiano para que Otan e EUA atuem na região da floresta, preencham o vazio deixado pela omissão voluntária da maior nação do subcontinente
No momento em que o mundo sofre grandes transformações econômicas, tecnológicas, financeiras e mesmo militares, é pouca a atenção para as questões relacionadas a política externa e de defesa pelos dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o embaixador Rubens Barbosa apresentou a pesquisa do livro ‘Diplomacia Ambiental’, que avalia o grau de cumprimento de acordos ambientais pelo Brasil e diz que a política ambiental pode ajudar na projeção internacional do país
Centro de Defesa e Segurança Nacional (Cedesen) realizou um debate com o intuito de examinar a presença ou a ausência do Estado na Amazônia no momento em que os ilícitos se acentuam e o crime organizado ocupa crescente espaço em crimes transnacionais
Estudos mostraram como autoridades políticas podem ser cúmplices da violência das milícias e da máfia que ameaçam a agenda ambiental ao dominarem áreas da Floresta Amazônica. A retórica política pode minar a legitimidade das reivindicações indígenas à terra, e a substituição de oficiais técnicos especializados em órgãos ambientais por militares pode levar ao atraso ou obstrução dos processos de resolução de conflitos
O livro “Diplomacia Ambiental” é resultado de dois anos e meio de um intenso trabalho coordenado pelo IRICE junto à USP e oferece uma análise isenta do grau de cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil em mais de 60 normas internacionais e 15 acordos ambientais
Em artigo, a diplomata Márcia Jabor Canizio faz um diagnóstico da realidade ambiental e gastronômica internacional e lança um alerta para a necessidade de se pensar a atuação brasileira e agir no sentido de garantir a negociação internacional ampla dos cenários que se descortinam