Apresentação
A expansão da era digital, que vem ocorrendo em múltiplos setores da economia e da sociedade, ganha destaque na atual edição da revista Interesse Nacional. A área de saúde pôs o tema em prática e reconhece que o SUS do século 21 será cada vez mais digital. A maior preocupação dos profissionais que viabilizam a empreitada na área pública é evitar que as inovações tecnológicas sejam aplicadas sem considerar o papel crítico de produzir transformação por meio de projeto técnico, político, econômico, social, cultural e ético. O mundo digital deve atender todos.
Há também preocupações crescentes com o avanço do uso indiscriminado de inteligência artificial (IA) — que, somado às plataformas digitais, mereceu abordagens que discutem a defesa da democracia no Brasil contemporâneo, já que a “equalização dos contextos eleitorais” traz riscos de consequências como desinformação, segmentação e radicalização. Na mesma linha de interpretação, as mudanças que vão entrando pelo cotidiano das pessoas provocam reflexão sobre a necessidade de se discutir uma “ética da IA”. Acadêmicos buscam questões normativas sobre o potencial aparentemente infinito e imprevisível da inteligência artificial. Algo que desafia o controle humano de algoritmos e processos de aprendizado de máquinas.
Para além do mundo tecnológico, a edição trata de projetos educacionais ao abordar que uma criança sem ser alfabetizada é prejuízo incontestável para o futuro da sociedade: 56% das crianças brasileiras terminam o 2o ano do Ensino Fundamental sem serem consideradas alfabetizadas. Outro tema presente é o desenvolvimento de uma política nacional de bioeconomia com desafios e perspectivas que envolvam cooperação entre entes públicos, organizações da sociedade civil e entidades privadas.
Para encerrar, a edição traz análise da encruzilhada do Brasil entre liderança e estagnação no caso do mercado de carbono, e relembra o papel da diplomacia na concepção do tratado da usina de Itaipu.
Os editores