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A Segurança Pública ganha destaque nesta edição. A necessária centralização do combate ao crime na esfera federal é debatida e vista como uma atitude que requer comprometimento, coragem e determinação das lideranças políticas. O papel central da corrupção dos agentes públicos no processo de expansão dos mercados ilícitos e das atividades criminais organizadas, também reinvidica medidas. Afinal, há dados que indicaram, por exemplo, que os melhores hubs para as atividades ilícitas são encontrados em regiões que oferecem a combinação entre boa infraestrutura administrativa de serviços e mercado consumidor, porém dispõem de instituições com fraca governança e sistema de justiça deficiente.
Outro tema relevante é o fato de vivermos tempos de insegurança e mudanças profundas. O atual mundo é frenético, instável e comandado pelo império do digital com seus paradigmas que, de certa forma, põe a democracia em xeque. O cenário político no mundo exibe um tenso avanço da polarização, estimulado tanto pelo movimento político de esquerda quanto de direita, o que está se transformando em um sério risco para a democracia pela tendência à radicalização ideológica, de um lado, e pela inviabilização do aparecimento de uma posição moderada de centro, de outro.
No âmbito das estratégias para o Brasil na inserção ambiental há uma aposta na Segurança Multidimensional, conciliando a lógica subjacente aos fenômenos das crescentes desigualdade e fragmentação no plano internacional à elevação de importância de um novo tema que é a variável ambiental. A discussão sobre o papel das Forças Armadas e seu regresso às suas funções prioritárias e distantes da política nacional, assim como o apoio à proposta de criação do Tribunal Internacional Anticorrupção estão nesta edição da Revista. Uma seleção de artigos que esperamos que apreciem a leitura.
