COP30 faz o Brasil ter mais atenção internacional com imagem mais positiva
Primeira semana de negociações da conferência do clima em Belém levou o total de menções ao país na imprensa estrangeira ao dobro da média normal, e fez com que citações favoráveis ao país fossem mais numerosas do que as críticas

iii-Brasil – de 10 a 16/11/2025
Visibilidade: 112 reportagens em 7 veículos analisados
Classificação das notícias:
42% Neutras
25% Negativas
33% Positivas
A primeira semana de negociações da Conferência do Clima da ONU, COP30, no Brasil manteve o alto nível de visibilidade e projeção internacional do país registrado na abertura do evento. O total de menções ao Brasil na imprensa estrangeira foi quase o dobro da média semanal, e houve mais textos com tom favorável à imagem do país do que negativos
No total, foram registrados na segunda semana de novembro 112 textos com menção ao Brasil nos sete veículos analisados, volume que é quase o dobro da média semanal do Índice de Interesse Internacional (iii-Brasil). O período registrou uma maioria de textos de tom neutro (42%), 33% de menções positivas e 25% de repercussão negativa.
Entenda como funciona o Índice de Interesse Internacional (iii-Brasil)
De forma geral, a cobertura do evento deixou de tratar específicamente do Brasil para dar atenção aos temas da negociação. O país apareceu com imagem favorável ao ser tratado como sede da COP30, negociador pragmático e capaz de avançar em alguns temas-chave para a discussão ambiental.
O tom neutro foi maioria em reportagens que mencionavam o papel do Brasil como organizador, mas que focavam outros temas da negociação que não estavam centrados no país. Já os textos de tom negativo davam atenção a problemas de organização, protestos e ainda temas sobre a falta de avanço do país em algumas questões ambientais importantes.

“Cúpula climática começa em meio a divisão global: ‘É hora de infligir outra derrota aos negacionistas’. O Brasil, país anfitrião, critica a desinformação e elogia o ímpeto da China, enquanto Trump vira as costas para a COP no décimo aniversário do Acordo de Paris”, destacou o espanhol El País, com tom favorável sobre o papel brasileiro no evento.
Segundo o jornal americano The New York Times, no vácuo deixado pela ausência dos EUA nas negociações, o Brasil se destaca como um país “pragmático”.
De acordo com a reportagem, o país tem um “governo que tentou equilibrar as promessas de reduzir drasticamente as emissões com sua considerável receita proveniente de combustíveis fósseis”.
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos líderes da COP que construam um roteiro para superar a dependência de combustíveis fósseis, dando continuidade às promessas feitas em anos anteriores. Pelos padrões da diplomacia climática global de 2025, é uma ideia ousada e, sem dúvida, enfrentará oposição de alguns países.”
O jornal britânico The Guardian fez a mais ampla cobertura entre os veículos analisados pelo Índice de Interesse Internacional, com 29 menções durante a semana. A publicação acompanhou pormenores das negociações da primeira semana e tem analisado de forma crítica o encontro, mas também teve mais textos com tom positivo do que negativo.
“Desde que o Brasil foi escolhido para sediar o evento há três anos, as expectativas eram altas de que a COP da Amazônia – realizada no país que sediou a Cúpula da Terra, onde começou a luta global pelo clima – pudesse ser um ponto de virada na luta contra as mudanças climáticas. Mas há receios de que esta 30ª edição das negociações climáticas da ONU corra o risco de repetir as decepções dos anos anteriores e que, em vez de se alcançar um progresso concreto em direção às metas climáticas, as conversas se tornem mais uma vez apenas uma festa para lobistas e autoridades bem remuneradas, enquanto as verdadeiras preocupações climáticas sejam deixadas de lado.”

Retrospectiva
Desde o início de abril de 2022, o iii-Brasil coletou e analisou em média 58 reportagens por semana com menções de destaque ao país nos sete veículos de imprensa analisados.
Ao longo do levantamento, o iii-Brasil registrou em média 51% de reportagens de tom neutro, 27% de menções com tom negativo e 21% de textos positivos sobre o país.
O Índice de Interesse Internacional (iii-Brasil) é uma análise da imagem do país realizada a partir de um levantamento sistemático de dados sobre notícias que mencionam o Brasil a cada semana em sete publicações internacionais, selecionadas como representativas da imprensa internacional por serem reconhecidas internacionalmente como “newspapers of record”. São elas: The Guardian (Reino Unido), The New York Times (Estados Unidos), El País (Espanha), Le Monde (França), Clarín (Argentina), Público (Portugal) e China Daily (China). O iii-Brasil é produzido semanalmente pela equipe do portal Interesse Nacional e pela pesquisadora Fabiana Gondim Mariutti atua como pesquisadora, professora universitária e consultora. Ph.D. na Inglaterra, pós-doutorado, doutorado e mestrado em Administração, bacharel em Comunicação Social no Brasil e senior high school year nos EUA. Estuda a imagem, reputação e marca Brasil desde 2010. Interesse nas áreas de Place Branding e Public Diplomacy. Nomeada Place Brand Expert pelo The Place Brand Observer, na Suíça. Colunista no Portal Interesse Nacional e do iii-Brasil. Autora de artigos científicos, dois livros e sete capítulos de livros. Em 2025, no Handbook on Public Diplomacy, publica o capítulo "The Brazilian way: Public diplomacy as a means for positive image and global prestige"
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