Mario Mugnaini Jr: As relações comerciais entre o Brasil e o México
Nos últimos anos houve um incremento comercial entre os dois países, com a abertura mexicana dos mercados para as carnes bovina, suína de frango para as exportações brasileiras. Para especialista, há um volume crescente de investimentos mexicanos no Brasil e investimentos brasileiros no México, com grande vantagem para as empresas lá instaladas
Nos últimos anos houve um incremento comercial entre os dois países, com a abertura mexicana dos mercados para as carnes bovina, suína de frango para as exportações brasileiras. Para especialista, há um volume crescente de investimentos mexicanos no Brasil e investimentos brasileiros no México, com grande vantagem para as empresas lá instaladas
Por Mario Mugnaini Jr*
Nos últimos anos houve um razoável incremento comercial entre o Brasil e o México, baseado nos Acordos de Complementação Econômica números 53 e 55 assinados nos moldes da ALADI/Mercosul.
O México logo após o início do funcionamento pleno da ALADI solicitou adesão ao novo bloco, com o objetivo de aproveitar das rodadas de redução tarifária entre os países membros.
Na década de 1970, o Brasil voltava-se para uma forte concentração de seus interesses exportadores para a América do Sul. e a iniciativa do México de associar-se à ALADI fez o Brasil reforçar sua vocação sul-americana, com grande êxito. A presença do México na ALADI propiciou maior contato com as economias da região, sobressaindo a Argentina e o Brasil, que passaram a incrementar os intercâmbios comerciais e de investimentos como México.
Tal proximidade originou, na década de 1980 a formação de uma entidade financiadora de projetos na região formada pelo Banco do Estado de São Paulo, pelo Banco de la Província de Buenos Aires e pela Nacional Financiera. Tal iniciativa, válida para desenvolver os mercados de grandes projetos nas áreas de eletricidade, saneamento etc., aportando às empresas dos três países os financiamentos de longo prazo para tais tipos de projeto.
Após poucos projetos serem detectados e concretizados, a operação foi desativada.
Nos últimos anos, as trocas comerciais têm evoluído bem, amparadas nos ACEs, sendo as exportações brasileiras da ordem de US$ 5,5 bilhões e as importações do México de US$ 4,56 bilhões, em um comércio razoavelmente equilibrado.
Em função da crise econômica argentina, desde 2022 as exportações de automóveis e máquinas agrícolas para o México suplantaram as para a Argentina. O México introduziu na década de 1980 um programa denominado PITEX, estilo “maquiladora”, específico para zonas exportadoras, com o objetivo de importar partes e componentes isentos de impostos, visando exportar conjuntos de maior tecnologia agregada.
Mas, a partir de 1994, com o início das negociações do México com os Estados Unidos e o Canadá, na formação do tratado de livre comércio denominado Nafta, o comércio zonal passou a ser a prioridade mexicana.
Evidentemente, com o acesso dos produtos mexicanos aos mercados americano e canadense, as exportações do país atingiram valores importantes, situando-se atualmente em US$ 490 bilhões, e importações da mesma ordem, o que impulsionou a economia mexicana de uma maneira geral.
Recentemente, em 2023, houve um progresso importante nas negociações comerciais dentro do ACE 53 com a abertura por parte do México dos mercados para as carnes bovina, suína de frango para as exportações brasileiras. Vale ressaltar o volume crescente de investimentos mexicanos no Brasil e investimentos brasileiros no México, com grande vantagem para as empresas lá instaladas, no aproveitamento nas exportações aos Estados Unidos e Canadá beneficiando-se do acordo entre os países.
*Mario Mugnaini Jr. é colunista da Interesse Nacional. Engenheiro industrial químico e empresário, foi vice-presidente da Fiesp/Ciesp entre 1998 e 2002, secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior Camex MDIC entre 2003 e 2007 e presidente da Investe SP, Agência Paulista de Investimentos e Competitividade de 2009 a 2011.
Artigos e comentários de autores convidados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Interesse Nacional
Mario Mugnaini Jr. é colunista da Interesse Nacional, engenheiro industrial químico e empresário, foi vice-presidente da Fiesp/Ciesp entre 1998 e 2002, secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior Camex MDIC entre 2003 e 2007 e presidente da Investe SP, Agência Paulista de Investimentos e Competitividade de 2009 a 2011.
Artigos e comentários de autores convidados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Interesse Nacional