Riscos de autoritarismo nos dois países residem em pontos distintos e até opostos: Lá, o risco é de um hiperpresidencialismo aprovar reformas constitucionais que tragam de volta a figura do ‘presidente imperial’. Aqui, o risco é de um parlamentarismo orçamentário distorcer as políticas públicas, travar embate com um Judiciário hipertrofiado e minar a governabilidade do presidencialismo de coalizão
A escalada da tensão entre Brasil e Venezuela e a ausência de crítica à falta de democracia e aos agravos aos direitos humanos aumentam o desgaste interno do governo brasileiro e tornam explícita a contradição entre a ideologização e a partidarização da política externa e os interesses nacionais
Tensão na Venezuela é um desafio e uma oportunidade sem precedentes à política externa brasileira, que tem agido de forma correta. Ao tratar a questão a partir de seus riscos à democracia e à geopolítica, o Brasil reafirma seu protagonismo e valoriza seu papel na superação daquela que já se coloca como a principal crise regional deste século
Foco de Pequim tem sido transformar o país numa potência capaz de influenciar padrões, cadeias de suprimento e de valor globais, e o Brasil tem dificuldade de entender isso, fruto de uma percepção de viés ideológico anacrônico e raso
Tensão criada pelas suspeitas de fraude nas eleições na Venezuela e pela expulsão mútua de embaixadores com a Nicarágua é um presente para o governo, que pode redirecionar sua política externa para uma defesa da democracia independentemente de amizades e simpatias ideológicas
O vizinho latino-americano ganhou um valor simbólico semelhante ao de Cuba e seu processo revolucionário nos anos 1960. Hoje, a Revolução Bolivariana e o chavismo polarizam o espectro ideológico, inclusive dentro da própria esquerda
Familiares e advogados dizem que não podem se encontrar com presos; mais de 1,2 mil foi detido por governo de Maduro
O Brasil e o Chile assinaram, nesta segunda-feira (5), 19 acordos e outros atos bilaterais em áreas que vão do turismo, ciência e tecnologia, defesa, agropecuária e direitos humanos até as relações comerciais e de investimentos.
Protestos parecem envolver um segmento mais amplo da sociedade do que no passado e incluem muitos venezuelanos pobres e da classe trabalhadora – os mesmos grupos dos quais o chavismo tradicionalmente obtém apoio
As eleições do último domingo, 28 de julho, passaram a representar o maior teste para a política externa do governo Lula, no sentido de que vai demonstrar qual é a prioridade: a defesa dos interesses do país, da democracia e dos direitos humanos ou a prevalência da ideologia e dos interesses partidários