As mídias digitais e a democracia no Brasil contemporâneo

Arthur Ituassu 26 junho 2024

Arthur Ituassu avalia a capacidade de as mídias sociais “equalizarem” os contextos eleitorais. Seu objetivo é analisar três das muitas consequências para a política e a democracia relacionadas ao uso desse canal, diante de consequências como desinformação, segmentação e radicalização. Este texto pretende debater cada uma delas, refletindo sobre seus efeitos no cotidiano do país. Para chegar aí é fundamental contextualizar as mudanças recentes que afetaram os sistemas de mídia em todo o planeta, acentuadas pelo avanço da IA.

Por uma Imprensa à Altura da Crise

Sempre que se pensa num modelo de jornalismo que dê conta de cobrir criticamente as agendas de maior interesse nacional, esbarra-se num obstáculo inscrito na cultura nacional: a verdade é que a civilização brasileira não entendeu direito o valor e a razão de ser da liberdade de imprensa. Assim, não se compreende também, o lugar da imprensa como um lugar de pensamento livre e crítico.

A Malquerida Liberdade de Imprensa

Debate-se se o Brasil deve ou não ter uma Lei de Imprensa que substitua a que ainda está em vigor, apesar de em desuso há anos, desde o regime militar. O autor argumenta que, para assegurar a liberdade de expressão, a existência de legislação específica para regulá-la é muito menos relevante do que o apoio da sociedade para que o direito de exercê-la seja respeitado. Esse apoio seria hoje parcial e ambivalente. Carlos Eduardo Lins da Silva é livre-docente e doutor em Comunicação pela USP e mestre pela Michigan State University. Foi diretor-adjunto de Redação e correspondente em Washington da Folha, da qual é atualmente o ombudsman.

A Agenda Certa (numa Hora Estranha e num Lugar Deslocado)

Eugenio Bucci 01 janeiro 2011

O autor analisa o tema dos marcos regulatórios para a comunicação social no Brasil, que tem sido alvo de debates acalorados. “Os que pregam a ‘democratização’ dos meios de comunicação e o ‘controle social da mídia’ talvez não tenham se dado conta disso, mas abrigam, no interior de suas barricadas, agentes que querem, sim, controlar a formação da opinião pública. O pessoal da outra falange também erra, pois, apesar dos oportunistas autoritários, a regulação da radiodifusão e das telecomunicações é uma necessidade da democracia e do mercado brasileiros”.

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