As distorções do modelo político americano, provocadas por elementos estruturais e aprofundadas pelas diferenças na distribuição geográfica entre os seguidores dos dois partidos que disputam o poder e uma boa dose de casuísmo. O senador republicano Mike Lee, um mês antes da eleição presidencial que deu a vitória ao democrata Joe Biden, postou, sem a a intenção de denunciar falhas no sistema representativo: “Nós não somos uma democracia”, mas defendendo então, a ideia de que a vontade da maioria não é um elemento essencial do sistema político dos Estados Unidos, o país considerado por muitos a mais antiga democracia do planeta. A relativização da vontade popular ganhou força, nos últimos anos, na retórica dos conservadores americanos, à medida que o resultado do voto direto se dissociava cada vez mais da decisão do Colégio Eleitoral, sobre quem deve presidir o país.
O governo que se iniciou em 1o de janeiro enfrentará desafios internos e externos e não terá muito tempo para tomar medidas que permitam ao Brasil voltar a crescer, aumentar a geração de emprego e reduzir as desigualdades regionais e individuais. Não terá muito tempo igualmente para, na política externa, reinserir o Brasil nos fluxos dinâmicos da economia e do comércio exterior e para fortalecer a voz do Brasil no cenário internacional.
Não bastasse a crise doméstica que herdará, o novo ocupante do Palácio do Planalto enfrentará o mais imprevisível e turbulento cenário internacional já encontrado por um líder no Brasil – e no mundo – desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
A Intervenção Federal no Rio, decretada pelo presidente Michel Temer e aprovada pelo Congresso no final de fevereiro de 2018, abriu as portas para a efetivação de um Plano Nacional de Segurança. Isso porque o decreto de Intervenção Federal veio acompanhado da criação do Ministério da Segurança Pública. A decisão foi