Não é a primeira vez na história da esquerda que a origem e o crescimento da crise de seus partidos estão no tratamento errado do erro. Quem não reconhece o erro não vive a dificuldade moral da sua atitude e se condena a repeti-la. Porque erro não se melhora. Erro, para que a vida não seja desperdiçada, deve ser abolido. Especialmente em países como o nosso, onde a democracia ainda não exige dos agentes públicos um piso institucional básico impossível de ser ultrapassado.
Acorrupção política tem sido objeto de inúmeros debates no país, especialmente a partir do mensalão, cujo julgamento dos envolvidos coincidiu com o período das eleições para prefeitos de 2012. O tópico adquiriu ainda maior visibilidade a partir das manifestações de junho de 2013, ocasião em que multidões saíram às ruas para protestar, com um cardápio diversificado de demandas. A questão central do movimento, iniciado em São Paulo, foi a melhoria dos serviços públicos. Contudo, na cobertura realizada pelos meios de comunicação, os principais pretextos geradores da convocação para a manifestação – a mobilidade urbana e as tarifas dos transportes públicos –, foram se tornando invisíveis e, gradualmente, substituídos por outras pautas.
O Brasil teve, ao longo de 16 anos con secutivos, presidentes da República com gosto por política externa e com – visões claras e determinadas para o país no cenário mundial. Cada um a seu modo e ambos sujeitos a críticas, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva conduziram as rela- ções internacionais do Brasil dentro dos cânones do Itamaraty, que perduram há mais de um século, e foram capazes, graças às suas características individuais e à ousadia de suas propostas, de elevar a projeção geopolítica do país a patamares sem precedentes.
A internet tem potencial para mudar radi- calmente o fazer político. No Brasil, isso co- meçou a ficar mais claro em 2010 e a atuação de Marina Silva na internet representou o maior diferencial na campanha presidencial. Ferramenta imprescindível na disseminação da causa do desenvolvimento sustentável, a internet teve papel estratégico na composição dos 19 636 359 votos no número 43, de Ma- rina Silva, digitado nas urnas eletrônicas no primeiro turno.
O professor de Ciência Política na ufmg diz que uma eventual adoção da lista fechada certamente favoreceria o fortalecimento dos partidos políticos e o controle sobre o financiamento das campanhas proporcionais. O autor também acredita que as listas fechadas tenderão a produzir efeito igualmente saudável numa politização relativa dessas campanhas. Não pela fantasia de tornar os partidos mais “ideológicos” e menos “fisiológicos”. Mas, simplesmente, por forçá-los a sair em público, coletivamente, e se posicionarem politicamente em busca de votos.
O autor discute questões relativas à regulação da internet. Entre elas o direito autoral e o papel do ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), entidade privada americana que controla todos os endereços hoje existentes na internet. O contrato da entidade com o Departamento de Comércio finda em 2011. Países como China e Rússia já dão sinais de que formarão algo como ICANNS autônomos, sub-sistemas estruturados dentro do próprio sistema ICANN. E esse novo modelo, de redes nacionais (ou regionais) convivendo com a mundial, tenderá a se multiplicar e ganhar força.