*Rubens Barbosa escreve os editoriais do portal Interesse Nacional. Ele é diplomata, foi embaixador do Brasil em Londres e em Washington, DC, é presidente do Instituto Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice) e coordenador editorial da Interesse Nacional. Mestre pela London School of Economics and Political Science, escreve regularmente no Estado de São Paulo e é autor de livros como 'Panorama visto de Londres', 'Integração econômica da América Latina', 'O dissenso de Washington', 'Diplomacia ambiental' e organizador do livro 'O Brasil voltou?'.
Sem muita força na questão da governança global, país deve concentrar esforços nos debates sobre combate à fome e transição energética. Para embaixador, trata-se de uma chance para o governo encontrar um papel relevante para a inserção externa do Brasil
O status internacional do país a partir da perspectiva das grandes potências é analisado em entrevista ao canal Um Brasil. Livro aborda a argumento de que o país não alcançou o reconhecimento que gostaria de ter nas grandes questões internacionais
Rubens Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior, reflete sobre o cenário político no mundo de hoje, onde se observa o avanço da polarização, estimulada tanto pela esquerda quanto pela direita, o que está se transformando em um sério risco para a democracia pela tendência à radicalização ideológica, de um lado, e pela inviabilização do aparecimento de uma posição moderada de centro, de outro.
Presidente francês foi recebido com pompa em uma retribuição a gentilezas recebidas por Lula na França antes e depois da eleição. Para embaixador, apesar do clima amistoso, a pauta econômica teve pouca ênfase e houve avanços limitados nas negociações práticas entre os dois países
Após irregularidades no processo de inscrições de candidaturas de oposição para as eleições presidenciais, o governo brasileiro se posicionou de forma crítica e recebeu resposta dura da Venezuela. Para embaixador, Brasil não terá alternativa senão apoiar a volta das sanções contra o país
Mesmo derrotado nas eleições, movimento da direita conservadora cresce e se consolida como força política que não pode ser ignorada. Para embaixador, polarização interna está se transformando em risco para a democracia pela tendência à radicalização ideológica
Eleições em Portugal deram fim ao bipartidarismo e reforçaram a percepção de avanço de extremistas de direita por todo o planeta, guiado em ampla medida pela rejeição à imigração. Fenômeno também pode ser percebido no Brasil, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro demonstrou força, e a extrema-direita pode ser competitiva nas eleições municipais
Reunião ministerial em Abu Dhabi aprofundou os desencontros no órgão que deveria regulamentar o intercâmbio comercial e solucionar disputas entre países nessa área, enquanto considerações geopolíticas aumentam as incertezas
Brasil tem condições para contribuir na discussão sobre sustentabilidade global. Apesar da prioridade para a agenda ambiental e de medidas em estudo e planejadas, não está claro o caminho a ser percorrido para o cumprimento dos compromissos assumidos
Manifestações após a revelação sobre presença de diplomatas em reunião de teor golpista parecem endossar acusação de que envolvidos seriam antidemocráticos. Para embaixador, as notas foram inconvenientes e inoportunas porque colocam o Itamaraty no centro das discussões de uma grave questão política e contribui para aumentar as divisões internas e manchar o respeito que a instituição tem na sociedade brasileira.
Consistente em suas críticas à guerra, presidente agora ataca o Estado e não o governo, o que prejudica a percepção externa sobre o Brasil. Para embaixador, o país tem de ter posição de independência e não de ideologização política
O Brasil, país do futebol, enfrenta uma situação constrangedora em um dos fatores mais positivos para seu soft power. Para embaixador, o esporte é mais um triste exemplo de como o país está regredindo e comprometendo o futuro das novas gerações
Fragmentação política e polarização criam um cenário complexo em ano de eleições presidenciais no país. Radicalização inclui problemas domésticos e internacionais, e leva mesmo a um confronto explícito entre o Executivo e o Congresso
Governo Maduro descumpriu acordo por eleições livres, e EUA retomaram sanções contra o país, enquanto o governo Lula mantém silêncio. Para embaixador, chegou o momento de o Brasil assumir uma nova postura crítica em relação ao país, sendo coerente com a defesa da democracia na política interna
O Brasil precisa assumir a liderança do processo de integração regional para atender seu próprio interesse, e para isso a ministra Simone Tebet assumiu essa bandeira e prepara roadshow de obras. Para embaixador, o Itamaraty deveria retomar seu papel de coordenador das ações externas, em especial na América do Sul
Vitorioso na primária de Iowa, Trump avança na tentativa de ser o candidato republicano e, a menos que ocorra um fato novo importante, tudo indica que ele deve ser o escolhido do partido. Para embaixador, chance de ex-presidente ser impedido de concorrer é cada vez mais remota
Estudo indica que a transição energética terá um custo para os países, que será atenuado caso sejam criados impostos para compensar os efeitos negativos dessa política. Para embaixador, o Brasil será menos afetado pela transição, em vista da matriz energética menos dependente de fontes energéticas geradoras de emissão de gás carbono
Esforços diplomáticos estão fracassando, impotentes diante dos interesses políticos, econômicos e militares de um número crescente de países. Para embaixador, situação global de 2024 cria incertezas para a vida normal nos países afetados, desorganiza o tráfego marítimo e os mercados agrícolas e de energia
Entrevista do assessor especial da presidência para questões internacionais discutiu o primeiro ano da política externa de Lula. Para embaixador, a entrevista franca e direta deixa transparecer posições ideológicas e partidárias que de quando em quando prevalecem na formulação e execução da política itamaratiana
Apesar do discurso de união nacional de Lula ao ser eleito, viu-se ao longo do ano um aumento da intransigência e da radicalização política no Partido dos Trabalhadores, no governo, no Congresso, no Judiciário, na oposição e nas redes sociais. Para embaixador, o “nós e eles” está se transformando em uma arma tupiniquim de polarização interna com preocupantes características