O novo governo brasileiro que se inicia em 2023 enfrentará enormes desafios políticos, econômicos, em várias áreas, incluindo na política externa. Um dos quadros mais complexos a serem resolvidos diz respeito a questões complicadas de políticas pendentes no âmbito do Mercosul
Primeiros movimentos do novo governo indicam que a agenda de negociações do governo brasileiro na área do meio ambiente será de grande intensidade e relevância nos próximos anos, com negociações externas que vão demandar muito preparo e coordenação para poder maximizar os interesses brasileiros
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva falou o que a comunidade internacional queria e precisava ouvir, ao discursar na COP 27, no Egito. Depois de um período de ausência, o Brasil voltou em grande estilo ao cenário internacional e se apresenta como um dos atores mais importantes em um tema global: a questão ambiental
Eleições de meio de mandato ampliam força do Partido Republicano, ainda que com margem menor do que o esperado. Nos próximos dois anos, o cenário politico norte-americano continuará radicalizado, e o trumpismo radical, com ou sem Trump, mostrou que está aí para ficar
Vitória de Lula terá um efeito positivo imediato sobre a percepção externa, o que poderá levar à recuperação da credibilidade. Para isso, é preciso apresentar rápidas mudanças na política ambiental, com o combate aos ilícitos na Amazônia, a redução do desmatamento, das queimadas e do garimpo ilegal
Propostas de candidatos a presidente não refletem mudanças no cenário global, repetem planos já testados no passado e falham ao não indicar aspectos relevantes que terão impacto sobre as políticas econômicas, comerciais e de defesa nos próximos anos
Instabilidade política e econômica gerou nos últimos anos uma sucessiva troca de primeiros-ministros, semelhante ao que ocorre na Itália ou em países do Terceiro Mundo
O vácuo de soberania existente em partes da Amazônia e a ausência de uma política externa proativa na América do Sul abrem caminho para que iniciativas novas, como o convite colombiano para que Otan e EUA atuem na região da floresta, preencham o vazio deixado pela omissão voluntária da maior nação do subcontinente
Qualquer que seja o resultado da eleição, não é difícil prever a possibilidade de instabilidade política pela crescente polarização da sociedade e a divisão do país. A disfuncionalidade do sistema partidário brasileiro, a desorganização do Estado e a incerteza quanto ao lugar do Brasil no mundo, entre outros fatores, agravam os riscos e as ameaças às instituições que até aqui se mostraram solidas e funcionando
Após um ano de campanha eleitoral intensa e marcada pela ausência de discussões sobre os desafios e interesses nacionais, país necessita de estabilidade política e econômica para poder crescer, gerar renda e emprego