22 abril 2025

Imprensa estrangeira avalia a posição favorável do Brasil na guerra comercial de Trump

Jornais internacionais discutem que o país pode se beneficiar das disputas entre os EUA e a China, conseguindo manter uma boa relação comercial com os dois países e se beneficiando das tarifas

iii-Brasil – de 14 a 20/04/2025

Visibilidade: 33 reportagens em 7 veículos analisados

Classificação das notícias:

61% Neutras

15% Negativas

24% Positivas

Diante da guerra comercial iniciada pela imposição de tarifas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, parte da imprensa estrangeira agora avalia que o Brasil pode se beneficiar da crise entre os EUA e a China. Com uma boa relação comercial com as duas maiores economias do mundo, o país tem o potencial de ampliar suas vendas.

No total, foram registrados na terceira semana de abril 33 textos com menção ao Brasil nos sete veículos analisados, volume abaixo da média semanal do Índice de Interesse Internacional (iii-Brasil). O período registrou uma maioria de textos de tom neutro (61%), 24% de menções positivas e 15% de repercussão negativa. 

Entenda como funciona o iii-Brasil

O jornal americano The New York Times publicou nesta semana uma reportagem mostrando como o Brasil pode ganhar com a guerra comercial. “A China há muito tempo depende dos EUA para a soja. Mas, com as novas tarifas elevadas, é provável que o país olhe ainda mais para o Brasil e a Argentina”, diz o jornal. 

“Com as enormes tarifas impostas entre os dois países nas últimas duas semanas, essas vendas provavelmente sofrerão em breve. Isso é uma má notícia para os agricultores americanos que cultivam soja e para os criadores de frango e suínos chineses que os compram — e, potencialmente, uma notícia muito boa para o país pronto para intervir: o Brasil”, explica o NYT.

“Diante de Donald Trump, Brasil de Lula acredita ter os trunfos em mãos”, diz uma reportagem publicada pelo francês Le Monde. “O país sul-americano hoje comercializa mais com a China do que com os Estados Unidos, com quem compete no agronegócio. O presidente brasileiro acredita que o período pode ser favorável a uma reorientação da globalização em favor do Sul Global”, complementa.

Sem se aprofundar tanto na guerra comercial em si, o argentino Clarín discute a importância dos maiores produtores de alimentos do mundo, e aponta o caso do Brasil como um destaque. “O Brasil está em 4º lugar e se tornou uma verdadeira superpotência agroalimentar nos últimos 20 anos, liderando a produção de soja, milho, carne bovina, aves e café. Exerce também hegemonia indiscutível na produção de sucos de frutas e primeiro lugar em frutas cítricas”, diz.

Retrospectiva 

Desde o início de abril de 2022, o iii-Brasil coletou e analisou em média 57 reportagens por semana com menções de destaque ao país nos sete veículos de imprensa analisados. 

Ao longo do levantamento, o iii-Brasil registrou em média 52% de reportagens de tom neutro, 28% de menções com tom negativo e 20% de textos positivos sobre o país. 

O Índice de Interesse Internacional (iii-Brasil) é uma análise da imagem do país realizada a partir de um levantamento sistemático de dados sobre notícias que mencionam o Brasil a cada semana em sete publicações internacionais, selecionadas como representativas da imprensa internacional por serem reconhecidas internacionalmente como “newspapers of record”. São elas: The Guardian (Reino Unido), The New York Times (Estados Unidos), El País (Espanha), Le Monde (França), Clarín (Argentina), Público (Portugal) e China Daily (China). O iii-Brasil é produzido semanalmente pela equipe do portal Interesse Nacional e pela pesquisadora Fabiana Mariutti. Professora universitária e consultora; obteve pós-doutorado, doutorado e mestrado em Administração e bacharel em Comunicação Social. Estuda a imagem, reputação e marca Brasil desde 2010. Interesse nas áreas de Place Branding e Public Diplomacy. Nomeada Place Brand Expert pelo The Place Brand Observer, na Suíça. Autora do recente artigo: “When place brand and place logo matches: VRIO applied to Place Branding”, de dois livros e sete capítulos de livros. 

Artigos e comentários de autores convidados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Interesse Nacional

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