O Brasil foi a economia com a segunda maior taxa de crescimento do PIB, no período 1900-1987. Mas, a partir do início da década de 1980 até 2016, a expansão econômica se situou entre as mais baixas do mundo. Também na política o padrão de avanço virtuoso e recuo vicioso é visível. Uma transição presidencial reconhecidamente civilizada no início do milênio criou as condições necessárias à passagem de uma era de estabilização e reformismo econômico (FHC) para um período de aprofundamento e ampliação de políticas sociais (Lula).
O Brasil passou por uma das maiores crises econômicas da sua história. A crise teve causas mais imediatas associadas à situação política e à exaustão do crescimento baseado no consumo e nos gastos públicos, mas também causas muito mais profundas associadas à baixa produtividade e competitividade da economia.
Este artigo tem por objetivo mostrar que o Brasil deve rever os parâmetros que guiaram até aqui suas políticas se desejar que a recuperação industrial da grave recessão que atravessa se dê com intensidade e qualidade. As políticas até agora adotadas seguiram princípios equivocados que inibiram a concorrência e, por isso, em vez de incentivar, bloquearam a inovação e as iniciativas empresariais.
É um legítimo anseio de todo povo que o seu país cresça e que desenvolva a sua economia de modo a promover a melhoria das condições de vida através da redistri- buição da renda agregada a todos os segmen- tos da sua população. A questão a discutir é como realizar esse objetivo com eficácia nas condições existentes no país e no mundo.