Parceria estratégica entre Brasil e China esbarra em desconhecimento sobre o gigante asiático e no uso político do apodo ‘comunista’. A parceria resguarda diferenças ideológicas e é preciso entender que o projeto global da China é econômico e diferente da busca ocidental por hegemonia
Enquanto guerra na Ucrânia prossegue sem trégua oficial, Rússia recebe líderes do Brasil, da China e de outros países para grande comemoração dos 80 anos da vitória na II GM
O Rio de Janeiro sediará a Cúpula dos Líderes do Brics nos dias 6 e 7 de julho. Para entender a importância do evento e do papel do bloco na geopolítica mundial, o The Conversation Brasil publica a partir de hoje o primeiro de uma série de artigos semanais produzidos pelo BRICS Policy Center, da PUC-Rio. A iniciativa marca também o início de um acordo mais amplo com toda a PUC-Rio, que este mês começou a integrar oficialmente o grupo de universidades patrocinadoras do The Conversation no país. A ideia da parceria com o BRICS Policy Center, num primeiro momento, é oferecer textos didáticos, que buscam ampliar as informações sobre o BRICS de forma clara e acessível, contribuindo para a democratização do conhecimento sobre política mundial. Na segunda etapa, a partir de junho, a série será baseada nos eixos prioritários definidos pela presidência brasileira do BRICS em 2025, permitindo uma análise crítica dos principais temas que estruturam a agenda do grupo neste ciclo.
Reunião do grupo encerrou no Rio de Janeiro sem declaração conjunta
O Brasil deve mesmo afirmar sua soberania e seu papel singular como país continental, democrático, multicultural e vocacionado à mediação. Mas afirmar soberania não pode significar abdicar da responsabilidade de se posicionar com clareza em temas fundamentais da ordem internacional
Para que o BRICS+ avance em direção a uma real reconfiguração das hierarquias internacionais, é imprescindível fortalecer a coordenação entre seus membros e aprofundar os vínculos de cooperação com outros países em desenvolvimento. Isso implica reforçar o multilateralismo em áreas estratégicas como comércio, investimentos, tributação, endividamento e financiamento climático
O Fórum Parlamentar do Brics é realizado desde o ano de 2015, mas esta será a primeira vez com o Brasil como anfitrião. Em 2024, o encontro ocorreu em São Petersburgo, na Rússia.
O Brasil enfrenta um desafio que vai além das tarifas impostas pelos Estados Unidos: está em jogo seu lugar no mundo, sua capacidade de adaptação e sua independência econômica
No vocabulário político de Trump, o direito internacional e o multilateralismo são palavras riscadas do dicionário, substituídas por um idioma rude onde só falam os mais fortes. O que move o recém-empossado presidente não é a incompatibilidade ideológica com a Rússia ou a China, mas o temor de ver os Estados Unidos marginalizados na nova configuração de poder que se anuncia
Novo governo dos EUA coloca o mundo em um contexto mais tenso e com crescentes pressões. Como o Brasil vai a responder a tais dinâmicas será decisivo não só para seu próprio futuro, como também o da região e talvez mesmo do planeta