Apesar de sua contribuição na Segunda Guerra, o Brasil raramente é lembrado nas celebrações da vitória. Agora, 30 anos após sua última participação, Lula vai a Moscou para a cerimônia a convite de Putin — em meio a uma guerra e a uma possível reconfiguração das alianças globais que pode redefinir o papel geopolítico do país
Encontro da CELAC foi um retrato vivo do momento vivido pela América Latina e o Caribe, com discordância entre países vizinhos. Cenário deve se agravar ainda mais com a ressurreição da Doutrina Monroe por Trump, com pressão dos EUA para reduzir a influência da China no que vê como seu ‘quintal’
Líderes do Brasil, África do Sul e Espanha defendem que as cúpulas internacionais de 2025 avancem com ações concretas frente às desigualdades, à crise climática e ao déficit de financiamento. Em um mundo multipolar e fragmentado, pedem cooperação e coragem para renovar o multilateralismo e enfrentar os desafios globais.
Decisão se insere em um momento de forte reposicionamento do Brasil no cenário internacional, marcado também pela liderança brasileira ano passado no G20 e pela organização da COP 30 no fim deste ano, consolidando uma postura ativa do país na reestruturação da governança global
Concomitantemente, as crises não param de se multiplicar pelo mundo afora, tanto nos chamados “Ocidente central” e “Sul global”, sinalizando que as hierarquias e o modelo westfaliano dos Estados nacionais, com os quais convivemos ao longo destes últimos quatro séculos, estão cedendo espaço para um mundo muito mais complexo, onde as relações e as alianças se constroem seguindo padrões e interesses multipolares, e não mais “nacionais”
A consolidação do eixo Trump-Putin representa o abandono da previsibilidade diplomática dos Estados Unidos e sua substituição por uma política externa baseada na imposição e força, onde soberanias são tratadas como ativos negociáveis.
O Brasil não pode aceitar de forma passiva o desmonte destes organismos multilaterais. A liderança brasileira precisa ter protagonismo para ajudar a inverter a situação e recuperar o espírito de Bretton Woods
A ascensão de um novo governo Trump e a consolidação de lideranças nacionalistas ao redor do mundo sinalizam um período de instabilidade na política internacional. Para o Brasil, esse cenário apresenta tanto riscos quanto oportunidades
Historicamente, a América Latina foi tratada pelos EUA como uma extensão de sua esfera de influência, sujeita a intervenções econômicas e políticas conforme os interesses de Washington. No entanto, a fragmentação da ordem internacional e a ascensão de novas potências mudaram, ainda que pouco, esse paradigma. Como maior economia da região, o Brasil tem capacidade e obrigação de estruturar uma nova arquitetura de poder baseada na autonomia regional e no pragmatismo diplomático
Por Glauco Arbix* Há três anos, Vladimir Putin invadia a Ucrânia em uma nova ofensiva desde a invasão da Crimeia em 2014. Os planos do presidente russo previam que uma fulminante vitória se daria em dias. E poucos analistas internacionais ousaram contestar essa previsão, dada a disparidade de força entre os dois países. Mas a […]