Em seu artigo, o ex-presidente Temer entende que o Brasil deveria considerar o semipresidencialismo como alternativa de regime no poder executivo. Para ele, atualmente, as instituições estão contra instituições, praticando desarmonia que viola determinação constitucional. E como o direito existe para pacificar as relações sociais, e não para tumultuá-las, chegamos a um impasse nas relações governamentais, o que pede medida de grande repercussão política, que seria a modificação do sistema de governo. “O sistema presidencialista está roto e esfarrapado.” Daí a proposta pelo semipresidencialismo.
O ministro das Relações Exteriores escreve sobre como e por que o Itamaraty orgulha-se da estreita parceria que mantém com os diferentes atores do sistema brasileiro de ciência, tecnologia e inovação, no que é chamado de ‘diplomacia da inovação’. A iniciativa destina-se a contribuir para o fortalecimento da imagem do Brasil como país inovador. O objetivo, como ele acentua no texto, é fazer com que mais e mais pessoas associem o Brasil à inovação ambientalmente sustentável, como um novo polo de tecnologia de ponta no mundo em desenvolvimento em tempos de transição energética global.
O consultor e ex-ministro da Reforma Agrária da Defesa e da Segurança Pública escreve sobre tema que pauta nove em dez assuntos de qualquer roda no País e crava: não vai ter golpe. Elenca para tal que a memória de 64 não é uma boa referência. Naquele momento, mídia, empresariado, classe média, igrejas, partidos e os EUA eram favoráveis à intervenção militar. Mas, nada disso se passa agora. O articulista aponta questões relevantes, que requerem diálogo e empenho do Congresso e sociedade civil, como deveria ser a presença de militares no governo, a participação de militares no TSE e a despolitização das polícias.
Doutor em Ciência Política, professor e pesquisador se debruça no seu artigo em enumerar as dimensões que tornam relevante um grupo político de centro democrático, a tal da ‘terceira via’. “Isso porque seus principais partidos e líderes estão confusos e perdidos nos últimos quatro anos”, diz ele. Entre os erros estão privilegiar a briga pelo poder interno em vez de procurar um caminho unificador e nem sempre delimitar a diferença entre a posição centrista democrática e o Centrão. Há claras dificuldades em construir uma identidade comum e efetivamente distinta do bolsonarismo, trilhando o caminho contrário do lulismo.
O jornalista e pesquisador relaciona, em seu texto, mesmo consciente de que seria ingênuo tentar inferir o plano de governo dos dois candidatos favoritos, quais são as pistas do que está sendo debatido nas campanhas. “Planos eleitorais, na prática, não foram feitos para serem executados. Tirá-los do papel para a ação depende de circunstâncias políticas e econômicas que muitas vezes estão fora de controle”, destaca.
“O importante não é o indicador x ou y de crescimento do PIB ou número de empregos, mas tentar expor como as duas campanhas entendem o País e como essas visões acarretarão decisões distintas quando os problemas forem enfrentados.”
Liderado pelo professor Jank, o artigo escrito a seis mãos indica caminho para o Brasil vir a ser grande participante no processo de transição energética global, com a finalidade de redução da emissão de gases de efeito estufa. O contexto da guerra na Ucrânia evidenciou a necessidade de diminuição a dependência em relação a combustíveis fósseis. A falta de alternativa torna urgente a busca por soluções viáveis e desperta o interesse por tecnologias que se mostravam pouco atraentes por custo de exploração, caso do uso de hidrogênio.
O diplomata propõe neste texto que a guerra na Ucrânia seja vista como a confluência de movimentos de conflitos étnico-ideológicos domésticos e rivalidade entre superpotências. “Reduzir a Guerra a essa última dimensão, ou atribuí-la exclusivamente ao conhecido binômio expansionismo da OTAN versus ameaça existencial à Rússia é grave equívoco”, acentua ao avaliar a guerra à luz de três motivações: ucraniana, russa e a busca da paz. Nem os 100 mil militares russos na fronteira da Ucrânia, nem a era Biden, tida como refém de limites inibidores pela forte oposição republicana, ou mesmo o enfraquecimento por democracias iliberais favoreceu Putin.
Especializado em temas internacionais, o jornalista escreve sobre a combinação tóxica dos efeitos da pandemia, guerra na Ucrânia e alta de juros, o que ameaça ser uma das mais graves crises econômicas globais em décadas: “Os efeitos sociais desse choque triplo, com o aumento da pobreza e fome, começaram a assombrar vários países. E há risco elevado de que essa deterioração da economia e das condições sociais gere ondas de protestos e até processos de ruptura político-institucional.” A intensidade e a duração dessa crise são incertas e vão depender da evolução de fatores causais em andamento e que se alimentam mutuamente.
O diplomata analisa como a pandemia e o conflito entre Rússia e Ucrânia expuseram de forma dramática vulnerabilidades de todos os países em áreas sensíveis e estratégicas. A dependência da China em muitos setores da cadeia produtiva fez com que países desenvolvidos passassem a enfrentar essa questão com novas políticas industriais, buscando reduzir os riscos da situação. No Brasil, a magnitude dos problemas – em especial, na economia, na destruição da Amazônia e no isolamento e perda de espaço do mundo – deixa para um longínquo segundo plano a questão das vulnerabilidades, que perpassa diversos setores estratégicos para a segurança alimentar e a segurança nacional.