O advogado Joaquim Falcão e o procurador de Justiça
Roberto Livianu avaliam que o atual mundo de inconstância, de mudanças frenéticas, de instabilidade climática e com o império do digital trouxe uma avalanche de paradigmas que, nesse tempo de avidez, põe a democracia em xeque: “Será que já não é instituição vetusta para o mundo moderno e rápido? Não seria o príncipe, em todo seu monocratismo por excelência, aquele mais capaz de responder com a celeridade exigida?”
Já se tornou uma banalidade discorrer sobre as transformações profundas geradas pela globalização, que talvez tenha ido longe demais ou avançado muito rápido. Provocou, assim, desequilíbrios, que estão na origem de um nacionalismo ou de um populismo exacerbado. Como se não bastasse, a Covid-19 e o agravamento da crise da economia, em escala mundial, trouxeram expressivas perdas humanas e materiais.
A cada dia a imprensa publica uma nova data para o pico da Covid-19 e anuncia promessas desencontradas sobre vacina e medicamentos. Assumindo a chegada do pico em agosto de 2020 e o surgimento de vacina ou medicamento no início de 2021, este ensaio apresenta considerações sobre o impacto da pandemia no mercado de trabalho e outros desdobramentos sociais.
Para além dos impactos sanitários, a pandemia da Covid-19 também tem tido impactos econômicos extensos, profundos e sem precedentes. Os desafios da crise de emergência sanitária já estão mapeados, com necessidades de equipamentos médicos e hospitalares, testes, novos leitos, equipes especializadas, dentre outros. Do lado econômico, os desafios emergenciais envolvem recursos de apoio à liquidez das empresas e dos mercados financeiros, apoio para governos locais e para trabalhadores que perderam empregos, apoio para trabalhadores por conta própria cujas rendas contraíram, dentre outros. Esta é a realidade de praticamente todas as regiões afetadas e, também, a da América Latina.