A América Latina permanece uma prioridade histórica e estratégica para os Estados Unidos, que têm mais de dois séculos de presença econômica e geopolítica na região e buscam preservar a todo custo ativos fundamentais. Ações do novo presidente sugerem tempos desafiadores para, especialmente em um contexto de disputas econômicas e políticas globais cada vez mais acirradas
Romper completamente os laços com a Venezuela seria pouco vantajoso. Manter relações funcionais e bases sólidas, ainda que menos acolhedoras do que no início do terceiro mandato de Lula, parece ser o caminho mais sensato para o governo brasileiro nesse contexto
Balanço do primeiro ano do governo de Javier Milei apontou avanços e desafios para o governo do país vizinho, e resultados positivos podem representar um desafio para o Brasil na comparação entre os dois, na atração de investimentos, e sobretudo do ponto de vista político
O presidente eleito dos Estados Unidos está completando o time no Departamento de Estado para cuidar da América Latina, o que pode colocar pressão sobre o Brasil e a região
Posses de Maduro e Trump vão colocar a situação do país no centro das atenções, gerando pressão também sobre o Brasil, que não reconhece a vitória do venezuelano e tem tido dificuldades em atuar em favor dos exilados na embaixada da Argentina
Governo Milei demitiu a ministra de Relações Exteriores e determinou que a chancelaria adote lealdade a suas políticas em um movimento que lembra os primeiros anos de Jair Bolsonaro no Brasil e que ameaça o profissionalismo e a seriedade dos diplomatas do país
Para embaixador, atualmente há um “mal estar” entre os dois governos
Se Trump voltar ao poder e endurecer as relações comerciais e diplomáticas com a América Latina, o Brasil, que já tem uma relação pragmática com a China, poderia se ver forçado a reforçar ainda mais essa parceria, especialmente no campo dos investimentos em infraestrutura e tecnologia
A identidade brasileira se manifesta na relação do país com o Ocidente e o Sul Global de maneira complexa e multifacetada, diz. O Brasil se vê como parte do Ocidente, mas também busca seu espaço no Sul Global, tentando conciliar suas raízes históricas e sua posição no mundo atual
Líderes de um país ou de uma região não costumam agir por capricho ou tédio. Suas ações e reações geralmente se baseiam na busca de um rendimento político significativo, uma vantagem ou na necessidade de reparar um dano injustificável nas relações bilaterais