Presidente americano adota um protecionismo agressivo, elevando tarifas até contra aliados, o que gera retaliações e instabilidade econômica. Seu alinhamento com líderes autoritários e a política externa baseada em might is right fragilizam a ordem liberal internacional. O paralelo com o Tratado de Versalhes e as tarifas Smoot-Hawley sugere que essa estratégia pode levar a uma guerra comercial global e aprofundar a crise econômica
Uma das regras de ouro na vida pública aconselha a falar somente quando se tem alguma coisa para dizer, o que, na prática, é melhor do que o silêncio. Essa regra é frequentemente esquecida pelos políticos brasileiros, especialmente em tempos de tensão com o governo de Donald Trump
O governo brasileiro demonstra apoio ao sistema multilateral de comércio e considera “injustificável e equivocada” a imposição de barreiras unilaterais
As medidas podem atingir o agronegócio e a indústria siderúrgica nacionais. Os efeitos das tarifas parecem, de imediato, prejudiciais ao país — mas podem se tornar uma oportunidade de crescimento, a depender da postura que o Brasil adotar
país possui aproximadamente 10% das reservas globais desses recursos, incluindo a maior reserva mundial de nióbio, a segunda maior de grafite e a terceira maior de terras raras e níquel, além de depósitos significativos de lítio, cobre e cobalto, essenciais para tecnologias emergentes
Aproximação entre Javier Milei e Donald Trump alimentou a ideia de uma parceria para o livre comércio entre os dois países, o que é vetado pelo Mercosul e cria um desafio para o bloco sul-americano. Ainda que seja uma negociação difícil de avançar, o Brasil precisa estar preparado para uma ruptura no grupo
O Brasil enfrenta um desafio que vai além das tarifas impostas pelos Estados Unidos: está em jogo seu lugar no mundo, sua capacidade de adaptação e sua independência econômica
Segundo o ministro, o impacto sobre a economia brasileira ainda não foi avaliado e o governo ainda está levantando informações para decidir se reagirá à sobretaxação em 25% do aço e do alumínio importados pelos Estados Unidos
O país da América do Norte é o maior comprador do aço brasileiro. Segundo dados do Instituto Aço Brasil, em 2022, os EUA compraram 49% do total do aço exportado pelo país. Em 2024, apenas o Canadá superou o Brasil na venda de aço aos Estados Unidos.
Historicamente, as tarifas alfandegárias têm sido utilizadas como ferramentas de proteção econômica, regulando o comércio e protegendo indústrias nacionais da concorrência estrangeira. Entretanto, sua aplicação como instrumento de coerção política representa um desvio significativo dessa função tradicional. Em vez de servirem como mecanismo de equilíbrio comercial, passam a ser empregados para pressionar decisões políticas e diplomáticas, ampliando a instabilidade global.