Com a crescente tensão entre EUA, Rússia e China em um sistema global desequilibrado, a manutenção de uma política externa brasileira de autonomia pela diversificação passa a ser um desafio. Se antes coalizões com Moscou e Pequim eram vistas como geradoras de oportunidade, agora podem ser interpretadas como se o Brasil estivesse assumindo um lado
Embora a escalada da tensão entre Venezuela e Guiana devesse ser simples e se resolver por conta própria, há um risco real de ela explodir e destruir a credibilidade regional e internacional do Brasil, se Lula não a controlar
Tullo Vigevani, especialista em relações internacionais, analisa a história dos dois séculos de relacionamento entre os países, que forjaram fortes laços nas mais diferentes áreas, da economia à cultura, mas também registraram importantes episódios de discordância e atritos. Celebração ocorre em momento em que sucessão no governo dos EUA pode resultar em mudanças e desencontros na agenda comum
A proposta para o fim gradual das hostilidades é de difícil aceitação pelos dois lados pelos inúmeros e importantes detalhes que terão de ser negociados antes da sua aceitação. De qualquer forma, a aparente pressão do governo Biden poderá ser um fator relevante para ambos os lados poderem encontrar alguma fórmula que permita avançar.
O modelo da China oferece uma alternativa à ordem liderada pelos EUA e é atraente para muitos, mas levanta preocupações sobre direitos humanos e valores democráticos, já a abordagem trumpista ameaça criar um mundo mais anárquico e instável
Renegociação de termos de compra de energia pelo governo não passou por devida discussão, atropelou o Itamaraty e aceitou preços que favorecem mais ao Paraguai do que ao Brasil. País precisa frear acordo e repensar os termos acertados
Documento assinado pelos dois países revela uma postura diplomática distante de uma política externa de Estado, pois os coloca claramente ao lado da Rússia. Defesa do interesse nacional aconselha a independência e a equidistância de blocos e alinhamentos automáticos
Brasil busca reafirmar sua identidade histórica como mediador e promotor da paz, e reposicionamento está inserido em um movimento maior de suporte concreto à causa palestina e repúdio às ações israelenses
Alinhamento global é relevante para o Brasil e indica que a aposta do governo Lula em uma suposta multipolaridade da geopolítica (o que é questionado por muitos especialistas), pode fazer sentido
Posto em Tel Aviv ficará vago, no que é considerado um gesto político