O ministro José Dirceu honrou-me com uma resposta ao artigo em que cogitei uma eventual aliança pt-psdb em torno de projetos prioritários para o Brasil – no meu entender, basicamente uma reforma política que afastasse, até mesmo da posição de coadjuvantes (cada vez mais incômodos), aquelas lideranças políticas que agem de maneira pouco ortodoxa.
Os desafios centrais em C&T&I precisam incluir intensificação da P&D em empresas para aumentar a capacidade de inovação tecnológica e a competitividade; desenvolver o sistema de ensino superior e a pesquisa, para que se aumente, em quantidade e em qualidade, a capacidade nacional de criação de ciência, tecnologia e formação de recursos humanos; expansão do sistema nacional de inovação e desenvolvimento de algumas universidades para serem centros de excelência de classe internacional.
O texto traz questões colocadas para todos os países, inclusive o Brasil: mudanças climáticas e padrões de consumo insustentáveis, além da capacidade planetária de reposição, problemas da matriz energética, dos recursos hídricos, do desmatamento e da perda da biodiversidade, saneamento básico e geração de resíduos. Para o autor, como o Brasil é um país com relativa abundância de recursos escassos, precisa construir uma estratégia nacional que coloque esses fatores no centro e no início de todos os planejamentos – públicos e privados.
O ensino superior brasileiro enfrenta problemas que decorrem de sua história e de sua relação com o ensino básico. As principais questões levantadas dizem respeito à relação complementar entre ensino público/ensino privado e o papel estratégico das universidades públicas no sistema de ensino superior, que derivam de sua importância para o desenvolvimento da pesquisa. O artigo analisa os obstáculos estruturais para a ampliação e a melhoria da qualidade do sistema de ensino superior, como desigualdade social, limitações quantitativas e qualitativas do ensino médio.
Com 62 anos de vivência na área médicohospitalar, o Dr. Adib Jatene resumiu, para esta revista, a trajetória da área de saúde a partir dos anos 1950. Para ele, o argumento manejado, inclusive por pessoas da área, de que não faltam recursos e os problemas são de gestão, deve ser rechaçado com ênfase. “É muito difícil ser eficiente na gestão quando há flagrante desfinanciamento”, opina. O artigo traz sugestões para o aperfeiçoamento dos serviços de assistência médica, como um serviço civil obrigatório, por dois anos, para o médico depois de formado, como pré-requisito para residência médica.
O artigo analisa a ameaça à América Latina, em particular ao Brasil, representada pelo aumento do crime organizado transnacional. A maior presença dessa forma de crime na sociedade exigirá novas políticas públicas e nova articulação entre o sistema de defesa externa e de segurança pública doméstica. O autor levanta as questões: 1) Como superar o déficit de punição na sociedade brasileira? 2) Como superar o atual repertório de políticas Interesse 10_CTP.indd 3 6/24/10 9:15:18 PM de segurança fracas em tempos de aumento do crime? 3) A descriminalização do consumo e a penalização do tráfico podem ajudar a controlar o crime?
Para o candidato do psdb, José Serra, o Estado brasileiro deve ser ativo, capaz de trocar o velho papel de controlador e produtor pelo de regulador e coordenador estratégico de um grande esforço de reestruturação produtiva. Para a candidata do pt, Dilma Rousseff, o Estado deve ser um indutor, com capacidade de planejar, fortalecer empresas públicas, promover alianças com o setor privado e formular uma “orientação nacionalista da produção”. Para o autor, entretanto, as promessas vagas e retóricas dos candidatos tucano e petista tendem a gerar incertezas.
O autor aponta algumas possíveis diferenças de enfoque, estilo e prioridade que o próximo governo poderá adotar a partir de 1o de janeiro de 2011 em política externa. O Brasil tem tido políticas de Estado em suas relações internacionais, não de governos, o que é um ativo importante do País. A próxima administração certamente manterá os princípios básicos da política externa. Essa é uma das condições para que o Brasil se mantenha como ator fundamental no cenário geopolítico mundial.
O ano de 2010 será o melhor da economia brasileira desde o Plano Cruzado. Porém, esse desempenho esconde desequilíbrios importantes, como a alta da inflação e a rápida elevação do déficit em conta corrente. É preciso reduzir o gasto corrente, para ampliar a poupança e o investimento públicos. Para ser capaz de crescer a taxas elevadas, o Brasil precisará ampliar e melhorar sua infraestrutura de transporte, investir mais em eletricidade e expandir o acesso à água potável e instalações sanitárias.